venham todos ver! O homem não seja Cristo, o Messias prometido que adivinhou todo o meu tempo passado!
Auto da muito dolorosa payxaõ de Nosso Senhor Jesus Christo, conforme a escrevem os quatro evangelistas
EGRADMENT li antichi cavaler romanj
davano fed a quisti annutii
And he put us under the chiefs,
and the chiefs went back to their squadrons:
Bernardo Reggio, Nic Benzo, Giovan Nestorno,
Paulo Viterbo, Buardino of Brescia,
Cetho Brandolino,
And Simone Malespina, Petracco Saint Archangelo,
Rioberto da Canossa,
And for the tenth Agniolo da Roma
And that gay bird Piero della Bella,
And to the eleventh Roberto,
And the papishes were three thousand on horses,
dilly cavalli tre milia,
And a thousand on foot,
And the Lord Sigismundo had but mille tre cento cavalli
And hardly 5oo fanti (and one spingard),
And we beat the papishes and fought
them back through the tents
And he came up to the dyke again
And fought through the dyke-gate
And it went on from dawn to sunset
And we broke them and took their baggage
and mille cinquecento cavalli
E li homini di Messire Sigismundo
non furono che mille trecento
Ezra Pound, The Cantos, “canto XI”
«(...)É claro que, na altura, estes exageros não passavam por extravagâncias, reflectiam a opinião do tempo. Não havia nada gratuito ou inocente nisso, pelo contrário… A seguir à promulgação das leis sobre a escolaridade obrigatória, os livros escolares endoutrinavam as crianças desde tenra idade.
Sem hesitações e sem medo do ridículo, os manuais de história acusavam a igreja medieval de ter feito tudo para manter os homens num estado tal de ignorância; todos eles diziam que, para o clero, a «difusão dos livros era o triunfo do diabo», ou que «a ignorância era premiada, na Idade Média». Ao lê-los, impunha-se a ideia de que a Igreja «reservara ciosamente para os seus monges, no mistério dos claustros, partículas de ciência que tinha o cuidado de não comunicar ao grande público».
Esses responsáveis pelo ensino, empenhados em moldar espíritos, seguiam de muito perto os seus mestres, sobretudo Michelet, que intitulava os capítulos da sua Histoire de France consagrados à Igreja: «Da criação de um povo de alienados», ou ainda «A proscrição da natureza.
E ainda hoje continuamos, em larga medida, a aderir a este descrédito. Alguns até diriam certamente que, até Jules Ferry, nada se fizera pela instrução do povo! Em todo o caso, truísmo e constantemente recordado, nos tempos «medievais» (porque não
«medievalescos»?, nenhuma escola nem nas aldeias nem nos bairros das cidades, a não ser para uns poucos de privilegiados… imediatamente destinados às carreiras eclesiásticas. Ora eis-nos no erro mais total, pois todo o tipo de documentos(arquivos contabilísticos dos municípios e arquivos judiciários, registos fiscais) atestam amplamente a existência, em diferentes países, de mestres-escola de profissão, devidamente encartados e remunerados, para além do prior e dos seus assessores. Em Paris, em 1380, Guillaume de Salvadille, professor de teologia do colégio dos Dezoito, chefe de «pequenas escolas» da cidade, reúne os directores dessas escolas, em que se ensinava às crianças a leitura, a escrita, o cálculo e o catecismo; apresentavam-se vinte e duas «mestras» e quarenta e um «mestres», todos não clérigos, entre os quais dois bacharéis em direito e sete mestres das artes»
Citado por J. Guiraud, Histoire partielle, Histoire vraie, t. I, Paris, 1912, p. 58
—quanto a MICHELET, Histoire de France VII, 27 e 36.
Jaques Heers, A Idade Média, uma impostura, Porto, Edições Asa, 1994
ai Gioacchino, Gioacchino...
Lido, algures, na blogopolis*
*O termo Blogopolis- por semelhança com a famosa Patópolis, é invenção do Dragão .«Portugal viveu mais de 700 anos em Ditadura»
«The days were often so scorching and the nights so cold that at last he was allowed to have a pup tent for shelter inside the cage»
Humphrey Carpenter, A Serious Character: The Life of Ezra Pound.
Canto XXX
COMPLEYNT, compleynt I hearde upon a day,
Artemis singing, Artemis, Artemis
Agaynst Pity lifted her wail:
Pity causeth the forests to fail,
Pity slayeth my nymphs,
Pity spareth so many an evil thing.
Pity befouleth April,
Pity is the root and the spring.
Now if no fayre creature followeth me
It is on account of Pity,
It is on account that Pity forbideth them slaye.
All things are made foul in this season,
This is the reason, none may seek purity
Having for foulnesse pity
And things growne awry;
No more do my shaftes fly
To slay. Nothing is now clean slayne
But rotteth away.
In Paphos, on a day
I also heard:
... goeth not with young Mars to playe
But she hath pity on a doddering fool,
She tendeth his fyre,
She keepeth his embers warm.
Time is the evil. Evil.
A day, and a day
Walked the young Pedro baffled,
a day and a day
Ma io m’accorsi che dal collo a ciascu pendea una tasca Ch’avea certo colore e certo segno e quindi par che’l loro occhio si pasca. | Mas apercebi-me de que todos levavam, pendurada ao pescoço, uma bolsa duma cor determinada e marcada com um sinal diferente da qual parecia que o seu olhar se alimentava |
Dante, A Divina Comédia, "Inferno", canto XI,v.109-111.
O mar e a tundra
O mundo de um Homem
Em torno do fogo
O mundo de uma Mulher
Kunstkamera- Peter The Great Museum, St.Petersburg
{Reeducando a populaça }
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- «Os comunistas não devem desdenhar ou menosprezar as pessoas politicamente atrasadas, mas sim aproximarem-se delas, unirem-se a elas, convencê-las e encorajá-las a progredir.»
Mao Tse Tung, O papel do Partido Comunista Chinês na guerra nacional (Outubro de 1938, Obras Escolhidas, tomo II)*
*Gentileza dos arquivos do blogue morto do camarada Proletário Vermelho
ai Gioacchino, Gioacchino...
Pelo menos assim foi inicialmente, inclusive nos planos náuticos do Infante D. Henrique que também estava convencido da existência do tricentenário monarca, cuja fonte em terras do Nilo devia manter a eterna juventude, se não no corpo, pelo menos na lenda.
Em 1427 seguem navegadores com essa missão, procurando ao longo da costa africana todas as informações possíveis e impossíveis para darem conta desse magnífico reino cristão.
Quando Antão Gonçalves chegou à terra dos azegnegues, um escudeiro ofereceu-se para lá ficar durante seis meses a fim de se inteirar dos segredos, mas o sacrifício “etnográfico” de nada serviu.
Em 1445 é a vez de Diniz Dias aportar no Senegal, ficando de tal modo pasmado com o tamanho do rio que regressou ao reino com a boa-nova- era o Nilo- tinham chegado ao rio Nilo e, logo a seguir, a começar no mar Vermelho, virando mais à frente, havia de estar a Etiópia.
De tal modo foi este entusiasmo com as terras do prestes João em África, que em quarenta e oito um fidalgo dinamarquês, de nome Valarte, parte para o local com uma carta e boas recomendações do Infante navegador, a fim de o cativar para o serviço conjunto em prol da fé cristã.
O que se passou a seguir ao desembarque deve ter sido cena digna dos Monty Python da época. Valarte e o séquito português encontram-se em plena praia com os negros locais e o seu chefe, sacam da carta e põe-se ali a lê-la a plenos pulmões, enquanto a população se acotovelava para assistir ao feitiço.
Apesar de ninguém ter percebido nada do que se passava, ambas as partes esmeraram-se na etiqueta. Os negros, carregando cabras, cabritos, leite, mel, farinha, dentes de elefante e outros mimos e os nossos bravos, retribuindo-lhes com panos de cor e outras bugigangas idênticas, já que pelos dialectos, nem com mímica se entenderam.
Entretanto Boor, o chefe tribal, tomado pelo Prestes das Índias, desapareceu no nevoeiro. O bravo viking não se ficou e decidiu aventurar-se sozinho em sua busca. Mas, desta vez, os negros que o rodearam não pareciam estar novamente interessado em leituras mágicas e o valente do Valarte lá foi tomado, possivelmente para compensar a falta de vitelos ao jantar.
As buscas do soberano etíope continuaram e à custa delas veio o monopólio do sabão enriquino seguido das especiarias indianas que faltava, mais as negaças do prestes.
D. João II continuou a cismar nesta busca e pelo meio da missão de Pero da Covilhã e Afonso de Paiva que redundou na morte Afonso de Paiva e na riqueza e boa vida de Pero da Covilhã na Etiópia, de onde nunca mais saiu, apesar da desfeita na lenda, ainda ocorreu outro episódio digno de nota.
João de Barros refere-o nas Décadas- quando João Afonso de Aveiro explorava o reino do Benim, persuadiu-se que os negros lhe tinham indicado o reino do Prestes João, de ali a vinte luas a andar a pé e lá partiram todos para o interior. Mais convencidos ficaram que tinham chegado ao mítico reino, quando um príncipe local lhes oferece um casco de latão e uma cruz reluzente.
O nosso embaixador em terras africanas encasquetou de tal modo que este príncipe Ogané era o mítico católico João, que não arredou pé. O mesmo não se pode dizer do africano autóctone, pois, ainda que nunca se deixasse ver, enquanto ia despachando serviço de Estado, atrás das cortinas, de vez em quando lá mostrava um pé, em sinal de que estava ali dentro e aceitava todas as ofertas que lhe depositavam à porta da cubata.
E ainda bem que o negro pezinho de escol se deu a ver. Porque o nosso Príncipe Perfeito, quando soube do caso, não hesitou – este e outros sinais, indicavam que o caminho para a índia se faria por via marítima pelo Sul da costa africana.
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Para o Prestes João, consultar Manuel João Ramos, Ensaios de Mitologia Cristã, Lisboa, Assírio e Alvim, 1997