Para se ajuizar destas danças e músicas, bastará dizer-se, que a dos mercadores em 1735 levava oito rebecas, duas violas, e duas arpas.
Estas danças, apesar de se prolongarem por muitos anos, já em 1640 estavam caindo em desuso; obrigando-se com a câmara os linheiros, ourives, azeiteiros, e tendeiros a dar-lhe todos os anos, cada um destes ofícios seis tochas de cera para a procissão, ficando por isto exonerados da obrigação das danças.
Por esta ocasião, havia em Guimarães corridas de touros, fornecidos pelos marchantes sob graves penas: e tinham ordinariamente lugar no campo do Toural - donde tirara o nome -vigorando tal uso ainda no fim do século passado. Em igual ocasião, e em todas as festas do ano, não era menos curiosa a célebre judenga, que consistia numa dança, e exibição em auto, que ridicularizava as cerimónias e costumes judaicos, parodiando os tipos de alguns judeus convertidos: o que dava quase sempre lugar a muitas disputas e sérias desordens.(...)
[ Padre António José Ferreira Caldas, “PROCISSÕES E ACTOS SOLENES DA CÂMARA”, Guimarães. Apontamentos para a sua História. 2.ª Edição, Guimarães, CMG/SMS, 1996, parte I, pp. 253/262]