The Circular River : The Siberian Expedition1944 / 46:
Balog E o Xamã Branco Preparam Pó Alucinatório da Raiz de Pasternak
Kanhn & Selesnik
sob o signo de Bataille
De l'érotisme, il est possible de dire qu'il est l'approbation de la vie jusque dans la mort
Jean-Jacques Lequeu-pigmaleão às avessas
La nudité n'est que la mort et les plus tendres baisers ont un arrière-goût de rat
Joseph Cornell, bebe Marie- o idólatra cativo na perenidade forçada das bailarinas mortas.
[l'erotisme] est le domaine de la violence, le domaine de la violation
Em 1770, na Oxford Magazine, foram assim caracterizados os dandies sodomitas:
«There is indeed a kind of animal, neither male nor female, a thing of the neuter gender, lately started up amongst us. It is called Macaroni. It talks without meaning, it smiles without pleasantry, it eats without appetite, it rides without exercise, it wenches without passion.»
É claro que a moda ainda sobrou para os pinguins do antárctico que não tocavam piano, nem falavam francês e muito menos usavam peruca postiça.
Mas, vá lá agora alguém convencê-los que a regressão de gay a macarrão também não é postiça nem contra-natura...
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consultar: The Lewis Walpole Library
post inspirado numa dica do Antónimo, na caixa de comentários das 5 perucas
{não tinha reparado, mas também já vem na wikipédia}
Hogarth lembrou-se de satirizar a moda, escalpelizando o status das perucas e de quem as usava, em réplica aos cincos estilos da Antiguidade.
5 ordens da arquitectura paladiana: dórico | jónico| coríntio| compósito| e toscano.
5 ordens de perucas: episcopal | Old Perian e Old Peerian ou Aldermanic - funcionários municipais e pares | Lexonic (advogados) | Compósito ou Semi-Natural | Queerinthian ( o mais ornamentado)
Lequeu, um tanto mais tarde, possivelmente ainda afectado pelas consequências da tomada da Bastilha, deu em inspeccionar a vida secreta de cinco exóticas “crateras”, feitas bicho solícito ao olhar invasor do taxidermista.
Age nubile| Age pour concevoir| Cratère d'une fille adolescente animée de désir déréglé : elle est couchée sur le dos les deux cuises [sic] levées et bien ouvertes, de manière qu'on voit le pucellage force |Un autre cratère d'une fille adolescente dont on voit la pureté virginale| Action des parties sexuelles d'une fille qui veut concevoir pour enfanter : elle était alors dépucellée
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clicar nas imagens
ver : The Five Orders of Perriwigs as they were Worn at the Late Coronation Measured Architectomically
Lequeu, desenhos
«Por outro lado, o universo ser uma entidade que se gerou a si própria parece-me uma solução para o teu problema teórico, com a vantagem de dispensar a invenção de novas entidades. É também uma solução que, por si só, já ocupava bem toda a capacidade filosófica da nossa espécie.»
«A filosofia não pode escolher a ciência que mais lhe agrada (como a que lhe permite discorrer sobre tretas em blogs) e descartar a outra. Se formos realmente produto de uma evolução sem propósito, então a filosofia tem é mais que se reconstruir com base nessa ideia. Um computador não deixa de funcionar só porque isso é incompatível com a filosofia.»
«Mas a ciência nem é boa, nem má, nem assim-assim: a ciência é um método, um método que nos permite estudar o átomo e os modos como podemos usá-lo para estoirar uma cidade inteira, por exemplo.
A única discussão que vale a pena ter é se é ou não o melhor método para estudar o real.»
«The connoisseurs and I are at war, you know; and because I hate them, they think I hate Titian, and let them» (William Hogarth to Hester Thrale, in Anecdotes of Samuel Johnson 1786)
O espírito satírico de Hogarth nem num tratado estético que pretendeu sério e destinado a cultivar o bom gosto da sociedade da época, conseguiu ficar à porta.
Numa réplica do diálogo socrático a propósito do Belo, ilustrado na estatuária de Clito ,Hogarth serve-se das estátuas dispostas do jardim de Sir Henry Cheere, em Hyde Parks Corner, para exemplificar a os princípios necessários à beleza da composição, mas acaba por fazer uma leitura de duplo sentido entre o texto e sátira aos críticos da época.
Os jogos de sedução entre deuses emparelham com as quedas em desgraça dos poderosos desse mundo greco-romano.
O Apolo de Belveder dirige-se à Vénus de Médicis,
enquanto as restantes se entregam a jogos de crueldade onde o esplendor do seu passado ficou reduzido a antiqualhas.
Ao centro, César que está em vias de se estatelar da corda da roldana, caindo aos pés do Brutus que o assassinou;
o colosso de Hércules assoma mais alto que Laoconte, ao longe condenado pelos deuses, apenas por ter anunciado a trágica verdade.
Estas ruínas de jardim, não passam de signos mortos, vanitas despojadas do sentido divino, prontas a serem vendidas pelo melhor preço a qualquer coleccionador. Usadas como réplicas de cópias passadas de mão em mão, os méritos dos seres que encarnavam esvaziaram-se em prol da cotação dos críticos da moda, que as preenchem com os cultos shaftesburianos mais caducos.
Enquanto no tratado vai dizendo que o Antinous ilustra em perfeição a beleza das proporções do corpo humano, com a linha serpentina, citando as próprias palavras do pintor e teórico francês Dufresnoy, na gravura que ilustra a passagem não resiste a gozar com o estereótipo em que este classicismo tinha sido convertido.
Quem dele se aproxima, todo empertigado, dando-lhe a mão em gesto de assédio, não é mais que John Essex, o famoso mestre de dança que Hogarth já havia satirizado no Rake’s Progres.
Com um pedante tão impertinente a admirá-lo, até o belo e divino moço, amante do Imperador Adriano, parece preferir virar-se para a Vénus de Médicis. O admirador da cópia do cânone masculino desta estância não é mais que um artista dançarino, cujos trejeitos eram tão úteis quanto a estatuária replicada para animar os salões dos possidónios londrinos.
Ver: Ronald Paulson, Hogarth, Volume III: Art and Politics 1750-1764
*Na verdade, a estátua representada é um cópia do Hermes de Praxíteles que na altura era confundida com uma figuração de Antinous
E as obras de arte explicadas pelos seus patronos
O Sir “Horatio”, do Committee of Noblemen and Gentlemen of Kent, Hampshire, Surrey, Sussex, Middlesex and London, inspecciona a Venus de Urbino;
o Sir Thomas Wilbraham, usa monóculo para a dos Medicis;
só o James Bruce de Kinnaird prefere sonhar com os crocodilos do Nilo
Center of all centers, core of cores,
almond self-enclosed, and growing sweet--
all this universe, to the furthest stars
all beyond them, is your flesh, your fruit.
Now you feel how nothing clings to you;
your vast shell reaches into endless space,
and there the rich, thick fluids rise and flow.
Illuminated in your infinite peace,
a billion stars go spinning through the night,
blazing high above your head.
But in you is the presence that
will be, when all the stars are dead.
Rainer Maria Rilke
Árvore do Buda, China (destruída)
Marcel Ducham,Suporte para garrafas (readymade, 1914)
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Acrescento:
Graças ao Antónimo, fica aqui um curioso link com comparações idênticas.
Ver: Roger Cook, The Tree of Life, images for the cosmos, Avon, New York, 1974.
Aproveite e siga a surpresa que ele prepara...
Prof. Denzil Dexter (University Of Southern Califórnia): At the weekend, I continued my research into a particularly rare species of dinosaur.
After building a time-machine out of a station wagon, some pots and pans, and some aluminum tin-foil, I attempted to travel back in time 5 million years. The results were disappointing. I then realised it would be more sensible to excavate some fossils, and then reassemble the bones. Try to make a mental picture, of what it was like to be a gruff cave-man. And now Dave and particle acceleration. Dave...
Platão, Timeu
A Árvore da Vida corresponde ao centro cósmico de um universo perfeito e circular, no sentido em que Platão já havia descrito no Timeu.
No Jardim do Éden existiam duas árvores: a da Vida e a do Bem e do Mal. Foi desta que a serpente maligna tentou Eva e esta deu a provar o fruto a Adão, tendo como consequência a Queda e o conhecimento do bem e o mal, ficando por realizar a promessa de eternidade (enquanto qualidade) da Árvore da Vida. Segundo a lenda uma semente foi salva e colocada na boca de Adão, de forma a dar sentido à vida, permitindo o aperfeiçoamento da Humanidade. Quando Adão morreu, a semente paradisíaca fez renascer da sua cabeça a árvore de onde foi feita a cruz. A morte de Cristo é acompanhada pela árvore seca e pela simbólica do seu renascimento: o sacrifício e o ciclo da árvore do Éden apontam para uma dádiva - a da possibilidade de Salvação. A busca deste jardim Éden foi uma constante do viajante medieval. Nesta altura ainda o Oriente estava banhado numa aura mítica, razão pela qual era para essas paragens que se viajava em sua busca.
De acordo com as lendas, esta Árvore do Paraíso Terrestre elevava-se num rio de água límpida como o cristal, que jorra directamente do trono de Deus. Era conhecida por peridixion, termo que deriva de uma adulteração de paradision. Nos bestiários aparece como o peridens, uma árvore que nasce na Índia e dava frutos doces, dos quais se alimentavam as aves. A árvore simbolizava Deus; os frutos Cristo e a sombra o Espírito Santo. As pombas representam os homens - se temos connosco o espírito santo, o Dragão/Demónio não nos pode atingir, mas apanha-nos se nos afastarmos da Igreja.
Os animais que rodeiam a árvore sagrada é que podiam mudar, alterando-se o sentido da mensagem. Quando não era o dragão que corria, de nascente para poente, atrás da sombra dos ramos, podiam, a árvore podia aparecer ladeada por felinos. O bafo das panteras e dos leões tinha o poder de ressuscitar as próprias crias- ligando-se a um sentido cristão de ressurreição.
O sentido da perpétua renovação e regeneração da Árvore da Vida é reforçado pela Roda do Universo ou “rosa cósmica”, que podia aparecer na iconografia do Paraíso como centro do mundo, lugar de louvor e triunfo espiritual.
Assim se encontra nas representações de alguns portais medievos ingleses e, de forma muito extemporânea e rica de sentido, no portal manuelino da matriz do Alvor.
Razão pela qual o estranho tímpano do portal da igreja conventual de Penamacor, em Lugo, datado de finais do século XII, pode ter simbologia idêntica, sem precisar de se recorrer à evocação da lenda de Chretiens de Troyes- "A Matéria da Bretanha".
Os cavaleiros armados, em trânsito por este local mítico, evocam mais facilmente os combates da alma e as bravuras contra os animais fantásticos, que guardavam o jardim do Éden, do que o tema do cavaleiro que salva o leão do ataque de uma serpente.
A estranha figuração central, não será apenas uma cruz inscrita no lago, mas um duplo simbólico da fonte/roda cósmica, trono de Deus, jardim circular de cujas águas saciam a sede dos animais angélicos que dele nunca se afastaram.
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Consultar:
El Físiólogo. Bestiario Medieval, Marino Ayerra Redín e Nilda Guglielmi (eds. e trads), Rivadavia, Editorial Universitaria de Buenos Aires, 1971.
M.W. Tisfdall. God’s Beasts, Identify and Understand Animals in Church Carvings, Plymouth, Charlesfort Press, 1999; Arthur H. Collins; MA McBride, Symbolism of Animals and Birds Represented in English Church Architecture, New York, Nast & Company, 1913.
Michael J. Curley, Physiologus, Austin, University of Texas Press, 1979 Harley 3244, London, British Library, MS., fol. 58v, Inglaterra, depois de 1255.
Rocio Sanchez Ameijeiras, “Las artes figurativas en los monasterios cistercienses medievales gallegos”, in Arte de Cister em Portugal e Galiza, Fundação Pedro Barrié de la Maza/Fundação Calouste, Gulbenkian, 1908, pp.99-139.
Pela nossa parte, andamos na senda de tigresas dos espelhos e panteras do Paraíso
Ingredientes:
- uma boa árvore de alcaçuz;
- um bode e uma cabra com genica,
- um diabinho dócil;
- um trabalhador a picareta, disposto a muito esforço;
- um Paraíso Terrestre perto de si;
- uma verdadeira montanha de lápis-lazúli e um dragão.
Primeiro, procede-se à apanha do alcaçuz, com a ajuda de um diabito e de umas pequenas judiarias estimulantes a um bode.
Depois, segue-se a segunda parte, com a extracção do lápis-lazúli, o que implica uma pequena deslocação lá para as bandas do Paraíso.
De acordo com Alberto o Grande, estas antigas gemas ainda mantêm no interior os efeitos milagrosos das estrelas e raios solares que as criaram, razão pela qual as montanhas que as guardam costumam estar defendidas por um dragão.
Por fim, procede-se à mistura milagrosa. Tritura-se muito bem o lápiz-lazúli e mistura-se o pó obtido com leite de cabra e o alcaçuz (nesta altura, convém que bode e o trabalhador a picareta se retirem) e deixa-se secar.
Os prodígios da pasta estão bem credenciados. Tanto a serve para esfoliações de limpeza na banhoca, como para tirar a febre, ou mesmo para intervenções em cegueiras momentâneas.
Se lhe faltarem ajudantes, tem sempre o recurso de encomenda online. Mesmo assim, convém ter cabrita ou bode a jeito, para as diabruras com o sabonete.
Quanto aos efeitos, também pode ir à confiança — não ligue à cegueira momentânea que depois costuma passar.
Graças à perseverança do Paulo , que a encontrou no livro das comemorações do cinquentenário da Estoril-Sol
Fez parte do corso carnavalesco do Estoril, no ano de 1964—quando ainda pairava a áurea de refúgio principesco por aquelas paragens e se chegou a imaginá-lo como a nossa pequena Riviera da Costa do Sol.
Mas não foi no corso que a conheci ou me empoleirei nela. Foi mais tarde, quando se plantou mesmo ao lado do antigo casino do Fausto de Figueiredo.
Nada disto teria grande importância, caso a historieta não fosse exemplo do desbarato a que se entregam as girafas na nossa terra. Esta foi para o lixo, aquando da renovação do mais antigo casino da Europa.
E, pequena particularidade que não deve ter sido levada em conta...
era da autoria do Salvador Dali. Ela e todo este carro alegórico.
{mil agradecimentos, caríssimo estorilista }
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