«Giuliano, sognatore e incallito disoccupato, sorta di comunista solitario che abita uno scantinato o un sottotetto e che con le sue parole e le parole delle sue canzoni traghetta Rosella sulla riva dell’amore, liberandola dall’ossessione del lavoro, ma che la convince quasi al suicidio.»Luciano Salce, La cuccagna, 1962
La morte atomica... morremo de morte atómica protestando contra la societá
Luciano Salce, La Cuccagna, 1962
Si lo penso tanto tempo, morrermo de morte atómica
Luciano Salce, La Cuccagna, 1962
noi saremo le prime vittime dopo Hiroshima
........
Grazie Joaquín Gioacchino,Gioacchino (ma che atronza...)

Plane Landing in Paris, Alessandra Mir- Jardin des Tuilleries, 21-23 Outubro, 2008


Espadachins, ciganas e marquesas de Pompadour são sempre mais frescos no original








Quand ils sont tout neufs,
qu'ils sortent de l'oeuf,
du cocon.
Tous les jeunes blancs becs
prennent les mecs
pour des cons.

Quand ils sont venus,
les têtes chenues,
les grisons.
Tous les vieux fourneaux
prennent les jeunots
pour des cons.

Moi qui balance entre deux âges
Je leur adresse à tous un message.

Le temps ne fait rien à l'affaire.
Quand on est con, on est con!
Qu'on ait 20 ans, qu'on soit grand père
Qu'on est con, on est con!

Entre vous plus de controverses,
Con caduques ou cons débutants.

Petits cons de la dernière averse
Vieux cons des neiges d'antan

Petits cons de la dernière averse
Vieux cons des neiges d'antan

«Quando tomada pelo humor melancolicus, a alma concentra-se na imaginação e imediatamente se torna-se habitação dos espíritos inferiores, dos quais muitas vezes recolhe excelentes benefícios nas artes manuais… Quando a alma se concentrada na razão, torna-se abrigo dos humores médianos, assim atinge o conhecimento das coisas naturais e humanas…Mas, quando a alma plana ao nível do intelecto, torna-se a casa dos espíritos mais elevados, daqueles que apreendem os segredos dos assuntos divinos».

Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1535) De occulta philosophia

Joos van Cleve (c. 1464-c. 1540) Salvator Mundi, c. 1512



















O Wedding-guest! this soul hath been
Alone on a wide wide sea:
So lonely “twas, that God himself
Scarce seemed there to be.

Coleridge

Serás tu alguém que tenha o direito de se livrar de um jugo? Há quem perca o seu último valor ao libertar-se da sua sujeição.

Nietzsche, Assim falava Zaratustra
Peter Huys, 1519-1584, S. Cristóvão
S.Cristóvão carrega o peso dos pecados, transportando o menino Jesus dentro de um mundo de vidro.

Brueghel-Dulle Griet,c. 1562 (detalhe)















É o mundo;
Ele sobe e desce
E roda continuamente
Tine como o vidro;
Como se quebra tão rapidamente

Goethe, Fausto




Numa janelinha de comentários do Blásfémias, o Levy encontrou a imagem certa para esta mise en abîme da disfunção ministerial no ramo do ensino: é a Villa Arpel do Jaques Tati.
Tudo é deliberadamente falso, mas armadilhado de complicados rituais tecnológicos para parecer moderno e respeitável, apesar de inútil.

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Acrescento-15/11:
Fica aqui a crónica de Vasco Pulido Valente que saiu hoje no Público. Recomenda-se e enquadra bem o diagnóstico neste cenário.

Os professores


O que é um bom professor? Antes de responder, dois pontos, Primeiro, não há, ou só há por milagre, bons professores numa escola má.
Segundo, não há bons professores, sem alunos bons: mais precisamente sem alunos com o interesse e a determinação de estudar. Uma boa escola implica uma cultura específica, um espírito colectivo, fins de uma cristalina clareza e o respeito geral da comunidade. Um amontoado de professores (por muito qualificados que sejam) e um amontoado de alunos, que se limitam a cumprir contrariadamente uma formalidade obrigatória, perante a indiferença da comunidade, não passam de um ersatz da verdadeira coisa. O sistema de ensino em Portugal é em grande parte um ersatz, em que a “avaliação” de professores não faz qualquer espécie de sentido e vai inevitavelmente resvalar para a injustiça e o abuso.


Dito isto, um bom professor, como sabe qualquer pessoa educada (hoje uma raridade zoológica), é o professor capaz de transmitir a paixão de aprender. Não é o professor “popular” ou o que “explica bem”. E não é, com certeza, o professor “dinâmico” que “melhora as notas” e diminui as “taxas de abandono”, com que a sra. ministra sonha. A elevadíssima ambição de apresentar à “Europa” e ao governo “estatísticas” menos miseráveis nunca serviu de critério pedagógico. Mas basta olhar o modelo oficial das “provas” de “avaliação” para se perceber que serve agora de único critério pedagógico.
Manifestamente a sra. ministra decidiu pôr os professores a trabalhar para os números. Para os números dela.



Não vale a pena examinar a “avaliação” que se prepara. Da desordem disciplinar ao vexame de um “polícia” na aula; da vigilância dos “faltosos” (completamente inútil) a actividades extracurriculares (que ninguém pediu e de que ninguém gosta); da “meta” dos “resultados” (que nada significa e é falsificável) à obrigação grotesca de estabelecer, para cada “objectivo” burocrático, um “objectivo estratégico”, um “objectivo táctico” e um “objectivo operacional” — a insensatez não pára, E provavelmente não irá parar. A sra. ministra não é deste mundo. E ouve vozes.
Perante a balbúrdia e os protestos, que provocou, continua convencida da sua razão. Quanto ao governo e ao PS já descobriram o culpado — como de costume, o PC— e também querem “estatísticas” que não envergonhem a Pátria. O ensino não conta.

Quando a censura iconoclasta se instalou em Constantinopla, as reactivas iconófilas pintaram-na com línguas maiores que as da sogra.Saltério de Chludov, meados do século IX,(Moscow, Hist. Mus. MS. D.29)



















Saltério de Chludov, meados do século IX,(Moscow, Hist. Mus. MS. D.29)



«Se há coisas que me excitam na vida, a especulação é seguramente uma das principais, especialmente a especulação com dinheiro ou com ideias»
Pedro Arroja no PC














«Uma cidade sem história precisa de uma catedral: Uma catedral medieval leva centenas de anos a ser feita. Os álamos demoram trinta, foi por essa razão que plantei os álamos».
Marinus Boezem, De groene kathedraal, Abril, 1987, Holanda
Marinus Boezem, Catedral Verde
*“The spirit wants to fly”: Interview by B. STIGTER in NRCHandelsblad,
9 September 1996,Cultureel supplement.

Com cãozinho à Veronese, a acompanhar as meninas do séquito da Cleópatra
Giambatista Tiepolo, 1746-47, fresco do Palácio  Labia, Veneza (detalhe)

Algo me diz que esta imagem se reporta a mais um caso de “santa barbadinha” assediada pelo demo, à custa da rara beleza que possuía.

Santa Teodora de Alexandria? imagem- Tripeleff-http://www.flickr.com/photos/www_tripeleff_org/1051515946/ Os frescos de uma pequena capela dedicada a Santa Maria dos Campos, à saída de Londiona, em Novara, na região do Piemonte, incluem uma misteriosa imagem feminina que tem gerado diversas interpretações. Entre uma representação de S. Bernardino de Assis e de Santo Antão, a jovem mulher, de cabelos repuxados em forma de meia lua, túnica caída e seios à mostra, amamenta uma criança.

Foi colocada na net, num curioso álbum de fotografias e têm-lhe sido alvitradas pertinentes interpretações. Desde uma variação da Virgem como Via Lactea, numa apropriação do mito do Juno e Hércules, até outras hipóteses mais pagãs, associadas aos cultos da fertilidade ou mesmo como uma variação das tentações do deserto a que Santo Antão foi sujeito.

Pois bem, o facto da intrigante lactante se encontrar ao lado de santo patrono dos eremitas - ele próprio nascido no Egipto e sujeito às tentações do demo no deserto, e o mesmo tipo de túnica bizantina que a figura feminina usa, tudo indica que se trata de uma santa dos cultos ortodoxos- neste caso Teodora de Alexandria, que viveu no século V da era de Cristo, festejada na Igreja Ortodoxa no dia 11 de Setembro.

Na Lenda Dourada de Jacques de Voragine, conta-se a vida desta dama de alta estirpe que acaba por ter uma vida de provações e tentações carnais. Primeiro foi o demónio que a levou ao adultério. Para penar esta traição esponsal, corta o cabelo, veste as calças do marido e foge entra num ermo convento masculino como um belo Theodorus. Até ao dia em que uma moça se apaixona por ela e assedia no campo, a tal ponto que a bela Teordora teve de a repudiar.

A desdenhosa moça não perdoou a rejeição e vingou-se, seduzindo fisicamente outro viajante. Este, por acaso, era bem homem e o resultado foi nascer bebé deste ressabiamento.
Teodoro foi acusada de ser o pai e expulsa do convento. Levou com ela a criança a quem alimentou com os seus seios. E deve ser esta a passagem que se descreve na iconografia, no meio dos santos eremitas.

Durante sete anos Teodora penou no ermo com o filho, atazanada por mil tentações demoníacas, até que voltar a ser admitida no convento, juntamente com o filho. À hora da morte deu-se o milagre- o abade teve uma visão acerca da injustiça para com o falso monge Teodoro, descobrindo-se depois de morto que afinal era uma mulher. Avisado o marido de Teodora acaba por morrer junto com ela. O filho destas falsas traições e castidades punitiva acabou por se tornar abado do convento, a partir do qual o culto de Santa Teodora se difundiu.

A particularidade de aparecer nos belos frescos da modesta capela do Piemonte, pode também ligar-se à Virgem dos Campos- da virgem lactante- a cujo culto foi erigida a própria capela italiana - Santa Maria dos Campos- numa assimilação da freira Teodora das instigações da carne, que dos ermos lugares do Oriente fez frutificar o corpo em prol do espírito.

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Acrescento:
Esta hipótese de se tratar de Teodora de Alexandria é isso mesmo, apenas uma hipótese, tendo em conta a informação que o santo que está a seu lado será Santo Antão. Mas pode tratar-se de S. Roque (tudo depende do tipo de bastão que tem na mão), faltando-nos as imagens para o confirmar.
Se se tratar de S. Roque, então a hipótese da Virgem do Leite é a mais provável, tendo em conta a própria lenda do santo.




Plutarco citava a fábula da raposa e da cegonha como exemplo da necessidade das ideias serem facilmente entendidas, sob pena de deixarem de ser factos com importância para a vida em sociedade. O filósofo chamava-lhe disputas entediantes, entre bebedores e recitadores de canções frívolas misericórdia do cadeiral da igreja da Natividade de Maria, Kempen, séc. XV


A raposa ofereceu à cegonha a sopa derramada num prato, de tal modo que o bico desta nada conseguia deglutir. Em resposta, esta provou-lhe a sua perícia, oferecendo-lho o repasto em vasilha por onde apenas entrava o seu bico.






Na Idade Média recuperou-se o tema como alegoria da vaidade dos que embrulham o pensamento em querelas pela Verdade que a Deus pertence, já que a prática do Bem a todos é facultada de modo simples.











Para estes, em vez de chamarem os atiradores furtivos, ainda lhes enfiam na carteira o nosso e oferecem bónus milionários na véspera











A propósito da problemática testamentária do Deuteronómio fracturado da Câncio, dei com este comentário que lhe faz a síntese perfeita:

  • Nov 2nd, 2008 at 23:48 imbecil dixit:
    «Eu não sei é porque não hei-de interpetrar a Biblia , ou seja o que fôr , como me der na real gana. E passo a explicar : não foi a Biblia feita por homenzinhos iguaizinhos a mim? ainda por cima nascidos antes da era industrial…