' o que esta' agora a acontecer com o caso Freeport. Entao visto de fora o caso ate arrepia. Se ate o primeiro-ministro e' suspeito de corrupcao imagina-se como serao os outros 10 milhoes de portugueses.







Venez venez fillettes
Faut pas rester sur terre
Vaut mieux vaut mieux mourir


[…]
On vit trois étincelles
Et puis plus rien le rêve
Le rêve et le soleil



[Apollinaire recordado por Jean Sémolué]

Já sabia que ia sobrar bicho para mim, que aqui na casa ninguém quer fazer trabalho de campo.



Mas pronto; a Maria João Marques pode ficar tranquila que, pelo menos este animal bem pode espernear, que já não faz mais macacadas no mercado financeiro.

Horta com pombal é paraíso terreal






..........

Nota: Lapsus cartesiano- Ia jurar que não estava a pensar nos Espíritos Animais da Maria João Marques quando me lembrei da pombinha.





  • Nota:
  • Mesmo os textos bíblicos, nada são perante Deus; e tudo o que seja nosso, e o resto do que sejam as coisas da vida e do dizer; tradição e igrejas, tudo isso e o próprio para, e o perante, nada são em Deus; e assim o exprimem e convocam.
  • Saberei eu isto que estou a dizer? Em absoluto, duvido.
  • De resto, à pergunta: O que é a verdade? Respondes: aquilo de que Cristo testemunha, a saber: Deus. E depois?
  • Não se tratam de ideias, é o que é, tribunal humano algum o detém: deus enquanto ideia é uma produção da mente, uma tentativa icónica como outras nos seus limites idolátricos, mas pouco mais; o leite das crianças, que nos salva mas clama por carne, sangue, o dilúvio, o horizonte deflagrado.
  • Deus ele próprio, e tudo mais.


vítor mácula

A ler, o pertinente texto :A confissão dos liberais de Chicago (I): uma crise que não conseguem explicar no Valor das Ideias

(…) «Os mercados financeiros eficientes, uma ideia que Chicago adoptou em Eugene Fama, estão a desmoronar-se. E o guru de tudo isso, no fim de uma vida de sucesso, parece perguntar-se se não terá andado a enganar meio mundo. Antes de Greenspan, W. Bush ou mesmo Reagan, há que olhar para os que os inspiraram, e que se não têm responsabilidade política, podem pelo menos ter tido um contributo negativo para aquilo que a Economia consegue ser, se feita de outra forma: uma ciência(…)».

Num blogue de protestantes e católicos- a história de Lutero



Allons réveillez-vous madame la Mère Ubance,
Donnez le sabre à merdre et le croc à phynance,
Et que de mon chapeau l'édifice emplumé
Me soit incontinet par vos mains apporté!

Mais dit la Mère Ubu, Monsieur Père Ubon,
De te laver la gueule il n'est paas question?


(...)
Repórter Flash - Rabi Rabinovitsh, porque é que o Papa não pode usar a cruz ao pescoço diante do muro?
Rabi Rabinovitsh - Antes de mais, shalom! Quanto à pergunta, a resposta é simples: porque a cruz nos ofende. Ao pescoço, então, nem pensar! Se ainda fosse às costas, e em tamanho real, ainda vá que não vá...


ler o resto da crucifixofobia na Terra Santa, pelo enviado especial do Dragoscópio

«Et enfin le sujet, c’est l’injustice prenant la figure de la justice, la sèche raison luttant contre l’inspiration, l’Illumination».


«“Tive a vontade de acreditar”, esta resposta tocou-me como a mais estranha entre outras respostas célebres. Pelo seu sentido e pelo risco que Jeanne aí assume, a fim de “limpar a s sua consciência”, frente a juízes limitados, e a uma posteridade geralmente escurecedora.

Outro prodígio, prodígio do heroísmo que pode causar admiração na nossa época: Jeanne sacrifica a sua vida ao sentido da sua vida.

[…]
Os últimos testemunhos viram Jeanne em lágrimas. Ela tinha dezanove anos. Era bela. Os Cadernos de Leonardo da Vinci dizem que a alma chora quando tem de se separar desta maravilha que é o corpo.
O rio de Rouen é o oposto do rio do esquecimento. Temendo as relíquias, deitaram as suas cinzas no Sena. Com o mesmo golpe, Jeanne tornou-se eterna».

Robert Bresson, Procès de Jeanne d'Arc.

guião em pdf



Pieter Hugo-homens-hiena


































«Dependendo das mãos a que vai parar, ele sofre do orgulho, avareza, da necessidade de infligir sofrimento, ou sensualidade, e finalmente morre. Ele é um pouco como o personagem Charlot nos primeiros filmes de Chaplin, mas não é mais que um animal, um burro, que traz com ele o erotismo e ao mesmo tempo uma espécie de espiritualidade ou Cristianismo místico»

Entrevista televisiva com Roger Stéphane, in Télé-ciné, nº 173, (Março-Abril 1967), p. 4.

«Présence et absence de l’âme du tigre qui attend eternellement l’événement […] il n’est pas possible d’être plus soi-même […] je lui donne cette divise: SANS PHRASES!»

Paul Valéry (Tiger)





recordado por Jean Sémolué, Bresson 1993
«[...] oeil calme, impassible d’un éléphant ou d’un âne, oeil que regarde sans voir, enregistre sans interpréter, image d’une caméra idéalement inhumaine».- «Marie-Claire Wuilleumier, "Ou: un mauvais reve?" Esprit (June 1966), p. 1254.





  • «Vou tentar transportar este maravilhoso (féerie)para o domínio dos sentimentos, quero dizer, mostrar como os sentimentos modificam o próprio ar que se respira»
  • Robert Bresson, Entrevista de Jean-Luc Godard e Jacques Doniol-Valcroze, Cahiers du Cinema, nº 104, Maio 1966 (20 anos a preparar Lancelot)

{C’est la fin du Chevalier et de la Chevalerie}



Parce que pour tous c’était le meme signe



La forêt c’est le diable





Prends ce corps interdit



L’air que nous respirons est empoisonné





Ce n’est pas le Graal, c’est Dieu que vous vouliez. Mais Dieu n’est pas un object qu’on rapporte





Circuit quaerens quem devoret



«Um só olhar desencadeia uma paixão, um assassínio, uma guerra»

Este jovem cantante sente-se seguro, sente-se disponível para a vida.























Faça como ele- não diga mal do Governo, se quer sentir-se bem consigo próprio.

{Para o Gioachino columbófilo }

Na Idade Média,médicos e lentes foram alvo de chacota, pois de ambos nunca se sabe quando falta o talento ou pode ir o intento.
As sátiras não os pouparam, e até os religiosos, enquanto estavam no coro, apoiavam os traseiros nas misericórdias corais, onde estas brincadeiras bem profanas eram esculpidas sem pudor.

CuencaNo cadeiral da catedral da Colegiada de Cuenca (1453-54) podemos ver um “cara-de-cu”, armado em sábio, com os óculos de pseudo-intelectual encavalitados nas bochechas por onde pensa.
Por muito que bote discurso, daquele orifício falante a única coisa que pode sair é dejecto.

zamora
Na misericórdia do cadeiral de Zamora (1502-05) a brincadeira é mais rebuscada. Trata-se do veterinário voyeur que parece muito concentrado a estudar a qualidade das fezes do bácoro, enquanto lá vai espreitando o traseiro do animal.

Na época, a sátira visava os assédios homossexuais, disfarçados nestes cuidados medicinais demasiado copófragos.
Nada que a modernidade pós Freud não tenha tornado um exercício mental ao alcance de qualquer um - a diferença não estará tanto no que projectam ao espelho, mas antes no facto de agarrarem a bata primeiro que o paciente.

cette douce, ce ange- c'était un tyran, l'intolérable tyran, le tourmenteur de mon âme



Apenas uma fotografia de onde não saem os olhos e que o Paco Torralba publicou no seu belíssimo astragalo

{ano após ano Bresson- merci Cristine }

Descontinuidades: frases sem verbos- continuidade- do próprio filme- uma única sequência: “Fugiu um Condenado à Morte




Objectos que obedecem-
"Fugiu um Condenado à Morte"

marcas de testemunhos- gravadas na (parede da sela)- signos deixados para quem a vier a seguir

assinaturas visíveis, no pó do tempo- Michel presente nos seus apontamentos, como diz o comissário [são as mãos que falam]

Objectos e bilhetes que se passam- encadeamentos no destino

trocas e contaminações- os sacrificados que abrem caminho à salvação. “Se Orsini não tivesse falhado, tu não tinhas conseguido”

Sequências mudas a iniciar o filme: “condamné à mort”; última palavra e final do filme-

“à bientôt ma soeur” [les anges du pechê];

“Je reste” – [Agnès - les dames]

“chemin”- [Pickpocket]

«Les images du souvenir, comme le monde dans lequel nous fait entrer Ia lecture, tirent leur force, remarque Proust, du fait qu'on ne les perçoit pas par les sens.
Le cinématographe de Bresson, qui fait perpétuellement appel à deux sens tour à tour, devient dans les meilleurs moments (ceux ou il force par Ia présence du son à voir par l'esprit des choses que l’image ne montre pás) ´«chose mentale», comme Ia peinture cosa mentale pour Léonard de Vinci.

Lettre de Delacroix à Baudelaire (8 octobre 1861) sur « ces effets mystérieux de Ia ligne et de Ia couleur, que ne sentent, hélas! que peu d'adeptes. Cette partie musicale et arabesque n'est rien pour bien dês gens qui regardent un tableau».

Cfr.
Jean Sémolué, Bresson, Paris, Flammarion, 1993.





You can hide behind it
You can subtly pose it
You can wear it out, you like, I know you will
They are taking over
It's on every other
It will tell a story like the ones you read

I will never have one
I will never have one
It would grow and spark some light
It would be an ugly sight, so please
Don't look upon my face



Nicodemos disse-lhe: Como pode um homem nascer quando é velho? Como pode reentrar no seio da sua mãe e nascer?

Jesus respondeu: não te admires do que eu disse: é preciso que nasças de novo.

O vento sopra onde quer e tu ouves o sopro mas não sabes de onde vem nem para onde vai.

Ecos de ausências


Elos de ligação no acaso

traços invisíveis no estranho caminho para “aí” chegar