Pelos anos 50 e 60




Give me a proof of God

I can only give you an indication of my own hope. It’s knowing that love exists for real in the human world. . . . The highest and lowest, the most ridiculous and the most sublime. All kinds. . . . I don’t know whether love is proof of God’s existence, or if love is God. . . . Suddenly the emptiness turns into abundance, and hopelessness into life. It’s like a reprieve, Minus, from a sentence of death.



"Un film d’Ingmar Bergman, c’est, si l’on veut, un vingt-quatrième de seconde qui se métamorphose et s’étire pendant une heure et demie. C’est le monde, entre deux battements de paupières, la tristesse entre deux battements de cœur, la joie de vivre entre deux battements de mains.
D’où l’importance primordiale du « flash-back » dans ces rêveries scandinaves de promeneuses solitaires. Dans SommarlekDans Sommarlek, il suffit d’un regard à son miroir pour que Maj-Britt Nilsson parte comme Orphée et Lancelot à la poursuite du paradis perdu et du temps retrouvé."


Jean-Luc GODARDCahiers du cinéma n°85 ,1958 « Bergmanorama »

Jungfrukällan



See the smoke trembling under the roof as if with fright? Yet when it gets out in the air, it has the whole sky to swirl about in. But it doesn't know that, so it huddles and trembles in the soot under the roof. It's the same with people. They quiver like a leaf in the storm, afraid of what they know and what they don't know.



As manas Bronté em formato puppini


Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy:
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too.

Bad dreams in the night
They told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights.

Heathcliff, don't you know that it's me, it's Cathy, I've come home.
I'm so cold, let me in-a-your window.

Uma prendinha do Il miglior Fabbro





Limpezas de fim-de-semana a cargo do Tomy




















Computer Museum 1987 The Fields Robotic Center






Afinal hoje é sábado...

Não estava a perceber a razão de estarem as lojas todas fechadas.

Animal só há um, o dos Marretas e mais nenhum.

Parabéns!




Corria o ano de 1916, andava Afonso Costa em entusiastas mediações para envolver Portugal na Guerra, encontra-se a 24 de Julho, no Hotel Meurice, com João Chagas que anotou no seu diário:

«Três horas numa sala do Hotel Meurice a ouvir falar o Afonso Costa dos resultados da sua missão a Londres, d’onde chegou esta noite. (...) Affonso Costa abriu uma serviette de coiro, rebentando a papelada, escolheu os documentos, mostrou-mos, leu-mos, pois tudo veio já de Londres escripto e assinado e eu não pude deixar de dizer: É perfeito! Mas não disse mais nada, porque por fadiga, por desilusão, por desconfiança, perdi o habito de ser exhuberante. A exhuberancia de resto diminue a nossa força social. (...) O Affonso Costa, perante a minha reserva, desenvolveu os seus resultados: as despesas de guerra serão pagas dois annos depois da paz, mediante um empréstimo, que a Inglaterra se encarregará de collocar, disse ele. Pareceu-me bem. O que comprometeria o effeito moral do nosso concurso militar seria que a Inglaterra o pagasse do seu bolso. Os navios cedidos à Inglaterra navegarão sob a bandeira portuguêza e terão tripulações portuguêzas. Também me pareceu bem. Em summa, tudo me pareceu excellente e se não sellei a minha impressão de alegria patriótica com um aperto de mão a Affonso Costa é que este homem é um animal junto de quem é sempre preciso fazer reservas»

Diário de João Chagas
, Lisboa, 1929.
Imagem Fabrica das Devesas de António Almeida &Costa Pintado à Mão Pelo Mestre Pintor José Brito Sobrinho








I'm so worried about what's hapenin' today, in the middle east, you know.
And I'm worried about the baggage retrieval system they've got at Heathrow.
I'm so worried about the fashions today, I don't think they're good for your feet.
And I'm so worried about the shows on TV that sometimes they want to repeat.

I'm so worried about what's happenin' today, you know.
And I'm worried about the baggage retrieval system they've got at Heathrow.
I'm so worried about my hair falling out and the state of the world today.
And I'm so worried about bein' so full of doubt about everything, anyway.

I'm so worried about modern technology.
I'm so worried about all the things that they dump in the sea.
I'm so worried about it, worried about it, worried, worried, worried.

I'm so worried about everything that can go wrong.
I'm so worried about whether people like this song.
I'm so worried about this very next verse, it isn't the best that I've got.
And I'm so worried about whether I should go on, or whether I should just stop.

Ha poucos dias passou-se em Lorvão uma scena tremenda. N'um accesso de desesperação, parte destas desgraçadas queriam tumultuariamente romper a clausura; queriam ir pedir pão pelas cercanias. Custou muito contê-las.
Tinha-se apoderado dellas uma grande ambição; aspiravam á felicidade do mendigo, que póde appellar para a compaixão humana; que póde fazer-se escutar de porta em porta. Era uma vantagem enorme que obtinham. A sua voz é demasiado fraca, e os muros de Lorvão demasiado espessos.Gemidos, brados, prantos, tudo é devorado por esse tumulo de vivos. Ao menos, surgiam como Lazaro da sua sepultura. Gemidos, brados, prantos, nada disso chega aos ouvidos dos homens que exercem o poder nesta terra; nada disso os incommoda.

Entretanto, se eu falasse com elles, dar-lhes-hia um conselho. Talvez o ouvissem, porque a minha voz é um pouco mais forte que a das velhas freiras. Era o de enviarem aqui sessenta soldados, formarem as monjas de Lorvão em linha no adro da igreja e mandarem-lhes dar três descargas cerradas.

Desapparecia, a troco de poucos arrateis de polvora, um grande escandalo, e resolvia-se affirmativamente um problema a que nunca acheisenão soluções negativas, o da utilidade da força armada neste paiz.

Sim, isto era util, porque era atroz; porque era uma festa de cannibaes; porque se gravava na mente dos homens; porque ficava na historia, como um padrão maldicto, para instaurar no futuro o processo desta geração. Mas não era infame, não era covarde; não era o assassinio lento, obscuro, atraiçoado, feito com a mordaça na boca das victimas. Corria o sangue durante alguns minutos: não corria o suor da agonia durante annos. Era uma scena de delirio revolucionario; mas não era um capitulo inedito para ajunctar aos annaes tenebrosos do sancto officio.

A historia recente de Lorvão é simples. Os bens acumulados naquelle cenobio durante dez seculos tinham-no tornado demasiadamente rico. A sua renda annual dizem que orçava por mais de oitenta mil cruzados. Como mosteiro cisterciense, Lorvão dependia dos monges brancos. Cem freiras de que se compunha a communidade, e que viviam opulentamente, gastavam muito, mas não gastavam tudo. Cinco frades bernardos, aposentados n'um palacete contiguo ao mosteiro, consumiam o resto. Eram elles que administravam as grossas rendas da casa. Os banquetes e as festas succediam-se alli sem interrupção. Os hospedes eram continuos. O manto da religião cobria todos os excessos da opulencia. A chronica dos bernardos em Lorvão subministra mais de um capitulo curioso para a historia dos _bons tempos_ que já lá vão.

Até aqui nada ha extranho. Mas os frades entenderam que deviam comer a renda e o capital das cenobitas laurbanenses. Refere-se que certa vez, não sabendo explicar plausivelmente o dispendio de uma verba de 600$000 réis, escreveram n'umas contas irrisorias que mostravam annualmente á abbadessa: _Palitos--600$000 réis_. Pode ser fabula. O que, porém, não é fabula é que durante muitos annos o dinheiro das decimas que o mosteiro devia pagar esqueceu em Alcobaça, dando-se em conta como pago. Por outro lado as _necessidades da casa_ tinham feito com que suas reverencias empenhassem a communidade em 6:000$000 ou 8:000$000 réis. Os juros desta divida também se não pagaram. Veio o anno de 1833. Desappareceram os dizimos, principal rendimento do mosteiro. Os direitos senhoriaes desappareceram tambem. Os frades, enxotados do seu feudo de Lorvão, sairam d'alli, mandando primeiramente derribar todas as arvores que povoavam aquellas encostas e vendendo as madeiras. Era o ultimo _vale_ que davam a suas irmãs. Ainda assim, ficava ás monjas uma honesta subsistencia. Passado, porém, apenas um anno, o fisco arrebatou-lhes quasi tudo pela divida de 25 contos de réis de decimas, e os credores particulares levaram-lhes depois os demais bens. Restavam-lhes apenas alguns pequenos foros espalhados por diversos districtos, os quaes geralmente lhes são recusados, ou cuja difficil cobrança quasi consome o producto delles.

Vacillantes entre a vida e a morte, as freiras de Lorvão prolongam uma existencia de dôr e miseria pendente das eventualidades desse tenue rendimento. Ha um ou dous annos, o governo deu-lhes a esmola de um subsidio: este subsidio, porém, cessou.
Ignora-se o motivo. Por ventura alguma secretaria de estado precisava de novos estofos nas suas commodas poltronas, ou os felpudos tapetes das salas ministeriaes tinham perdido o brilho das suas côres variegadas, e cumpria renová-los. São despezas inevitaveis, e é necessaria a economia. Se assim foi, respeitemos as exigencias imperiosas da dignidade governativa.
Alta noite, durante o inverno, vinte mulheres curvadas pela inedia e pela velhice podem dirigir-se ao coro, calcando quasi descalças as lageas humidas e frias destes claustros solitarios; mas as botas envernizadas de suas excellencias devem ranger mollemente sobre um pavimento suave, e as suas cabeças, afogueiadas pelas profundas cogitações, reclinarem-se em fofos espaldares. Todavia a magestade das secretarias e os apices da economia não excluem a tolerancia, nem a indulgencia. Faço essa justiça ao poder. Quando a ultima freira de Lorvão expirar de miseria, ou debaixo de alguma dessas paredes interiores do mosteiro que ameaçam desabar, os ministros soffrerão com animo paternal que mãos piedosas vão lançar o cadaver da pobre monja no ossuario de sete seculos, onde repousam as cinzas de milhares de suas irmãs. Depois venderão o edificio e a cerca a algum destes judeus do seculo XIX, a que chamamos agiotas, se algum houver a quem passe pelo espirito ter uma casa de campo em Lorvão.

Alexandre Herculano, “As Freiras De Lorvão (1853) A António Serpa Pimentel”, OPUSCULOS, T. I, 1873.

ficha da DGEMN Nº IPA PT020613040001



Primeiro interrompem tudo-
as entidades descartáveis que nidificam abusivamente nas entranhas; os electrodomésticos que se infiltram um pouco antes; os interruptores mais ao lado; os julgamentos da Maia; as católicas que podiam ser boas pessoas, caso não usassem óculos escuros quando ajudam as sopeiras a interromperem-se, já para não falar na interrupção do bom-senso que essa é uma constante da causa.
Agora, que a coisa chegou à Madeira, fazem queixa ao Presidente que também quiseram interromper e ameaçam chamar a bófia para obrigar a funcionar o que deve ser interrompido.

O mais provável, é ainda não terem descoberto a desinterrupção pela bicicleta

Eu cá para mim
não há, ai não
maior prazer do que
o selim e a mulher ...
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Entre os lamentos pela triste sorte das damas com os seus fracos esposos, encontram-se também as divertidas anedotas que estes proporcionavam.
A duquesa de Mecklenbourg, irmã do duque de Luxembourg, queixava-se à duquesa de Orleães do empata do marido que nunca ajudou a que conseguisse um bom favor para o cunhado. Christian-Louis de Mecklenbourg, o esposo que lhe caiu em sorte, era um autêntico idiota.
Um dia, a pretexto de qualquer assunto, pediu audiência ao grande Luis XIV que, na altura, tinha pouco mais de 14 anos.
Quando se viu na sua presença, não se lembrou de dizer mais nada e saiu-se com esta: “Senhor, dá-me ideia que haveis crescido”. O reizinho Sol, riu-se e lá lhe respondeu que estava convencido que já tinha passado a idade de crescimento.
O tolo do duque quis compor a situação e ainda se enterrou mais, ao acrescentar: sabeis que toda a gente diz que sou muito parecido convosco e tão bem parecido quanto vós? E a audiência acabou logo ali, sob efeito das gargalhadas do monarca
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Lettres de Madame, duchesse d'Orléans née princesse Palatine (op. cit.)



Descreve a muito livre Princesa Palatina- duquesa de Orleães , nas suas memórias da corte do Rei Sol, alguns hábitos do cardeal Richelieu que dificilmente se enquadram na sua moderna noção de “razão de Estado”.




Ao que consta, a razão perdia-a ele quando, por efeito de estranhos ataques, se imaginava um cavalo, dando-lhe para espinotear em volta de um bilhar, enquanto soltava relinchos e coiceava os criados que o tentavam acalmar.
As cavalgadas chegavam a durar horas, até cair exausto.
Quando acordava, voltava rapidamente à condição cardinalícia e sempre se recusou admitir estes despautérios hípicos





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consultar online




«(...)Porém os bispos sabiam theologia e direito canonico; os conegos e parochos, alguns sabiam latim; os frades, pelo menos os membros das antigas ordens monachaes, eram eruditos e homens de letras; mas nem os bispos, nem os conegos e curas d'almas, nem os frades entendiam de architectura. Entregaram tudo aos architectos e mestres de obras, que estragaram tudo. Quasi que escaceiava a pedra para se converter em cal. Os batefolhas não tinham mãos a medir. Columnas, capiteis, abobadas, torres, portaes, arcarias, claustros, tudo foi caiado, dourado, enfeitado, estragado. Procurae na maior parte das nossas sés, das nossas collegiadas, das nossas velhas parochias, um desses pilares polystylos, desses capiteis e cimalhas rendadas, desses bocetes e penduroes variados, dessas gargulas ás vezes insolentes, ás vezes terrificas, ás vezes finamente epigrammaticas, e nada achareis do que foi. Aquelles livros de pedra, complexos como os poemas de cavallaria, ingenuos como os poemas do Cid ou dos Nibelungen, converteram-se em palimpsestos donde se raspou a historia das crenças, dos costumes, dos trajos, das alfaias de antigas eras; onde se apagaram os vestigios de successos notaveis, de dramas populares, de lendas poeticas, e até retratos unicos de varões singulares. Nesses livros preciosos, em vez do seu primitivo conteúdo, só achareis as rasuras que mãos ineptas ahi fizeram e os caracteres que sobre essas paginas, outrora eloquentes, traçou a peior das barbarias, a barbaria pretenciosa e civilisada. Passou por lá o picão do reformador, a colher do estucador, o mordente do dourador. Paredes, pilares, capiteis, laçarias, ogivas estão rebocados, alvos, polidos, dourados. A luz do sol já não bate no pavimento do templo convertida em luz baça e saudosa pelos vidros córados das frestas esguias, dos espelhos circulares: agora alaga em torrentes essas paredes brancas e lisas, que fingem ás vezes absurdamente pedras impossiveis estendidas pela colher do alveneu sobre a face rugosa, mas secular e veneranda, da verdadeira pedra. O templo de Deus é como a sala do baile, como a sala dos legisladores, como a sala do theatro, como a praça publica, sem mysterios, sem tradições, sem saudades.

Mas se a culta barbaria dos nossos avós e de nossos paes forcejou por cobrir com remendado véu os monumentos dos primeiro seculos da monarchia, deixou em muitos delles ao menos, os seus formosos e ideaes perfis, as suas linhas architectonicas. O pensamento que inspirou essas concepções grandiosas como que se alevanta d'entre as devastações perpetradas pelo camartélo, pela picareta e pelos boiões de cal delida, e apesar de se haverem dirigido sem tino, sem gosto, sem harmonia as restaurações dos edificios que as injurias do tempo em parte haviam arruinado, resta ainda muito que estudar e admirar nesses monstros. Até, em alguns delles, é possivel supprimir, pela imaginação, o moderno e pôr em logar deste o antigo. A poesia ainda não desamparou de todo o mutilado monumento.

Mas durarão por muito tempo esses restos da mais formosa e magnifica de todas as artes? Não o esperamos; mas lavraremos aqui, ao menos, um protesto contra o vandalismo actual. Nossos paes destruiram por ignorancia e ainda mais desleixo: destruiram, digamos assim, negativamente: nós destruimos por idéas ou falsas ou exageradas; destruimos activamente; destruimos, porque a destruição é uma vertigem desta epocha. Feliz quem isto escreve, se podesse curar alguem da febre demolidora; salvar uma pedra, só que fosse, das mãos dos modernos hunos!
»

Alexandre Herculano, “Monumentos Pátrios”, Opúsculos, T. II, Luisboa, 1838
imagem: Colegiada de Guiamarães (18--?),«Guimarães do passado e do presente», org. de Joaquim Fernandes Guimarães, Câmara Municipal, 1985, p. 214. Consultar Casa Sarmento

Na véspera da tomada de Lisboa pelos liberais da época, o vira-casaca Teles Jordão, que acabou em fogueira popular, endereçava, neste macarrónico português, uma missiva ao Presidente do Conselho

Ill.mo e Ex.mo Snr. Logo que finalei o officio que inviu a vxª o inimigo Continuava a avançar aos nossos piquetes si contentarão a dar hum tiro e principiar aretirar-se mandei immediatamente huma força maior a sustentalos, o que não obstante heme muito sensível dizer a vxª que não teve forças para os conter apezar delhidar o exemplo que todos observarão, neste momento que istá e desimbicar o batalhão de Villa Viçoza faso quanto posso para ver Si conduxo os soldados a ordem o que será impraticavel estamos reduzidos a Cacilhas e Almada i não vejo meio di a sustentar e talvez ligar ca esta força que pode aproveitar-se in outra parte. Vxª determinara o que for do seu agrado.

Dios Guarde a Vx.ª

Quartel General em Cacilhas 23 de Julho de 1833
Senhor Duque do Cadaval

Joaquim Telles Jordão

[autógrafo da antiga colecção do conde de Arrochela, Arquivo Nacional, “o 24 de Julho de 1833 em Lisboa” (Dir. Rocha Martins), Ano I, n. 28, 1932]



Tempos houve em que os ratos nasciam dos panos velhos.





Na blogosfera, os somíticos já nascem do blogger.

Alguns não só poupam na electricidade dos contadores, como sofrem horrores, só de pensarem no que podem ter de pagar no fim do mês, à custa de uns malandros que lhes gastam o espaço de banda que tanto lhes custou a ganhar.





























Uma pequena retribuição ao João Marchante , recém-chegado à blogosfera, que se lembrou logo de nós para compor um ramalhete tão engraçado













Ted Noten, Murdered Innocence, 2005




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A propósito do ramalhete- a descoberta de dois blogues: confissão de silêncio ,com memórias políticas mais abafadas e o blog de cheiros que vai muito bem como intervalo nos meandros da Omertà, insinuados no primeiro

Ainda a propósito da madrinha de gays e suas crónicas no DN

o grande Santiago Conta-Natura deixa um prognóstico:

«vou tentar ainda cá estar para ver como é que ela vai reagir, daqui a 40 anos, a um artigo intitulado “Nenhum electrodoméstico sobrevive a octogenária ex-jornalista do DN” »

Aposto que só se ela não conseguir manter o sex appeal. Pois, só por preconceito e falha na doutrinação, ainda haverá nessa altura electrodomésticos incapazes de perceber que o sexo não olha a espécie, quanto mais a idade.





Num ataque de prepotência totalitária, deu-me para apagar uma série de comentários meus, largados numa das caixas do Cocanha.
Pelo gesto, peço desculpa aos espíritos mais sensíveis mas, que diabo, também tenho direito; não são só os esquerdalhos a poderem banir-me IP e censurarem o que escrevo- também posso experimentar. E quem quiser que me chame auto-fascista.

“:OP

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rato de pelúcia, dedicado ao Animal ,que ainda vai no auto-erotismo (o auto-fascismo é um lapsus erótico falhado)

Aka Michael, aka mp-s

Depois do pequeno e saboroso aperitivo que a famosa dependente do aspirador lançou à Patrícia Lança- “uma octogenária que excita a blogosfera”, estão em preparação outras entrevistas para o contraditório do suplemento e pasquins virtuais satélites desta tão digna gente.

Estou particularmente atenta às negociações com o Euroliberal- desde que o seu título seja aprovado

“MADRINHA DE GAYS NA CAMA COM EUROLIBERAL - o debate mais quente da silly season: sexo anal, sim ou não, e se sim, apenas em rabos com ou sem pêlo ?”
Ah, e copyrigth a dividir fifty-fifty, que eu sou liberal, mas não sou parvo…


Deixo aqui uma outra proposta. Uma entrevista, em sala oval, ao nosso engenheiro Ildefonso Caguinchas

Outro detalhe deveras sintomático e esclarecedor da mentalidade destes proxenetas da urna que nos assombram reside, invariavelmente, no seu clamor pungente e desesperado por uma "maioria absoluta". Com a "maioria absoluta" é que a coisa vai, é que o milagre é garantido e a banha da cobra infalível. Sem ela é a continuação do caos, prossegue o dilúvio, recalcitra a enxovia, ganha anti-corpos a infecção. Mas que significa realmente este pedido sistemático da "maioria absoluta"? Significa: "Autorizem-nos a ditadura grupuscular a prazo!" "Isto, sem ditadura não vai lá!" "Com democracias, ninguém se entende e é uma balbúrdia inconsequente." Etecétera e tal. Admira-me, num país atestado de tantos explicadores encartomantados, de bola de cristal à cabeceira, admira-me que nunca nos tenham explicado isto. Um fenómeno tão simples. E tão óbvio.
Do Cavaquistão ao Socratistão, passando por Limianiputes e Barrosais, a paisagem desaguou no país: enxames de bezouros ilustres, fervilhando buliçosos em volta de abelhões mestres, na demanda de bosta quente onde aconchegar a postura, apoderaram-se do Estado e, sob a maquilhagem democrática, instalaram a ditadura de alterne. Isto é, a ditadura alternada dos enxames. Ora agora ditas tu, ora agora dito eu. Os resultados deste sequestro - repartido e revezante - do país estão bem à vista. Os clamores impúdicos por "maioria absoluta" ecoam cada vez mais abafados pelos brados de "fim-da-pátria" e manguito absoluto.

(...)
Não é tanto a saudade do ditador antigo aquilo que mobiliza as pessoas, mas o asco, cada vez mais entranhado e justificado, aos ditadorzinhos modernos. Se a mentira tem perna curta, a vigarice contumaz nem pernas tem: rasteja sobre o ventre peçonhento e causa, mal se avista, a repugnância e o opróbrio públicos. Desde a antiguidade, a experiência ensinou ao povo uma verdade insofismável: é preferível a ditadura dum homem à ditatura duma choldra; são mais suportáveis os defeitos de um, por muitos que sejam, aos defeitos de mil, incontáveis e infestantes que se tornam.
(...)

Para a maioria da população, cada vez mais farta de ser estrangeira no seu próprio país e colónia sucedânea às patas de mafias albardadas de elite, resta, acima do desespero, a esperança - a esperança estribada na certeza que o tempo ministra: toda a podridão incha. Até que rebenta.

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A não perder, na íntegra, este postal-manifesto do Dragão

So much of the world is advertising, and because of that, individuals feel that they have to present themselves as a package

Jeff koons












via

Digo-vos, homens de bem, vencidos da vida, escorraçados, explorados, eternamente transpirados, previno-vos: quando os grandes deste mundo resolvem a amar-vos é porque decidiram transformar-vos em carne para canhão...É o sinal...infalível. É por amizade que a coisa começa. Luís XV era a mesma coisa. Estava-se cagando. Não se vivia bem nesse tempo, é certo, os pobres nunca chegaram a vencer, mas não se manifestava, ao estripá-los, a teimosia e a obstinação que se encontra nos tiranos dos nossos dias. Não existe repouso (é o que eu lhe digo) para os pequenos, a não ser através do desprezo dos grandes que não podem pensar no povo senão por interesse ou sadismo... Foram os filósofos, repare ainda enquanto aqui estamos, que começaram por contar histórias ao povo... a ele que não conhecia nada além do catecismo! Empenharam-se, proclamaram eles, em educá-lo... Ah! que verdades tinham a revelar-lhes! das boas! e das fresquinhas! que brilhavam! de se ficar embasbacado! É isto!-começou a dizer o povo- é isto mesmo! É precisamente isto!- Morramos todos por isto! Nunca quer outra coisa senão morrer, o povo! Assim mesmo. «Viva Diderot!»—berraram eles e depois: «Bravo Voltaire!» Ao menos eram filósofos! E viva também Carnot que organiza tão bem as vitórias! E viva toda a gente! Estes ao menos eram gajos que não deixavam o povo rebentar na ignorância e no feiticismo! Mostraram-lhe o caminho da liberdade! Emanciparam-no! Mas não resultou. É preciso que todos saibam primeiro ler os jornais! É a salvação, caramba e com rapidez! Nem mais um analfabeto! Tem de ser! Apenas soldados-cidadãos, que votem, que leiam e que se batam! E que marchem! E que atirem beijos! Sob esse regime o povo acabou por amadurecer. O entusiasmo de ter sido libertado não serviria afinal para alguma coisa? Se Danton era eloquente, não o seria para pregar aos peixes. E assim, com alguns berros tão sentidos que ainda hoje se ouvem, conseguiu do pé para a mão mobilizar o povo! Foi o ponto de partida para os batalhões de emancipação exaltada! Para os primeiros pobres diabos votantes e bandeirófilos que levariam Dumouriez a fazer-se esburacar na Flandres.

Louis-Ferdinand Céline, Voyage au bout de la nuit

Sonhavam a obra, mas pagavam-na do bolso

Isto hoje é só citações, mas há textos que vale a pena ficarem por aqui guardados

Gastar o latim
14.07.2007, Pedro Mexia

O cristianismo nasceu com o Império Romano. Em quatro séculos e meio, passou de "superstição perniciosa" a religião oficial. Os conceitos cristãos essenciais não existiam em latim, mas a língua deu novos significados a algumas palavras e adaptou termos gregos. O primeiro autor cristão importante a escrever em latim foi Tertuliano. A primeira tradução integral da bíblia em latim foi feita por São Jerónimo. Santo Agostinho escreveu em latim os geniais A Cidade de Deus e Confissões e o mesmo aconteceu com a enciclopédica Summa de São Tomás. Ao longo dos séculos, o latim foi a língua teológica e litúrgica do catolicismo e ainda hoje é o idioma oficial em documentos da Igreja.
Com o Concílio Vaticano II e o documento Sacrosanctum Concilium (1963), a eucaristia passou a ser celebrada nas línguas vernáculas e foi adaptado o chamado Missal Romano (alterado em 1970). Mas há dias o Papa Bento XVI publicou a carta apostólica Summorum Pontificum, que liberaliza a celebração do rito tridentino (o antigo ritual da missa católica). A celebração em latim nunca foi exactamente proibida, mas tornou-se residual, adoptada quase exclusivamente pelos sectores tradicionalistas. Por isso mesmo, o Papa tem o cuidado de explicar que não recusa a doutrina do Concílio mas que apenas pretende contrariar a "deformação arbitrária da liturgia" e religar a eucaristia ao legado cultural e estético de rito tridentino.
Ratzinger há muito que defende que a crise da Igreja "se deve em grande medida à desintegração da liturgia". O ritual católico, no seu esplendor romano, é um espectáculo memorável. E a dimensão coreográfica sempre foi decisiva num ritual, que implica uma comunhão organizada e solene. A missa comum, pelo contrário, tornou-se num serviço entediante e feio. Assim que se falou desta mudança, a Associação da Liturgia em Latim, sedeada em Filadélfia, saudou a decisão através do chamado Manifesto Socci: "Manifestamos o nosso regozijo com a decisão do Papa Bento XVI de cancelar a proibição da antiga Missa em Latim de acordo com o Missal de São Pio V, um grande legado da nossa cultura, que deve ser preservado e redescoberto." A declaração vem no seguimento de outro grande manifesto de intelectuais cristãos e laicos que em 1966 e 1971 protestaram contra o que viam como um ataque à liturgia. A liturgia, tal como as catedrais, diziam, faz parte da civilização cristã e inspirou muita arte ocidental, e não podia ser abandonada sem mais.
O Papa acha exactamente o mesmo: "(...) a liturgia, como aliás a revelação cristã, tem uma ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). (...) a beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação" (Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 2007). O "sentido do sagrado", escreve Ratzinger, passa pela arte da celebração: "Igualmente importante para uma correcta arte da celebração é a atenção a todas as formas de linguagem previstas pela liturgia: palavra e canto, gestos e silêncios, movimento do corpo, cores litúrgicas dos paramentos. Com efeito, a liturgia, por sua natureza, possui uma tal variedade de níveis de comunicação que lhe permitem cativar o ser humano na sua totalidade. A simplicidade dos gestos e a sobriedade dos sinais, situados na ordem e nos momentos previstos, comunicam e cativam mais do que o artificialismo de adições inoportunas."
Este assunto não é "arcaico" ou "reaccionário". Há quatro décadas, assinaram o manifesto pelo latim intelectuais como Jorge Luís Borges, Giorgio De Chirico, W. H. Auden, Robert Bresson, Carl Dreyer, Julien Green, Jacques Maritain, Eugenio Montale, Cristina Campo, François Mauriac, Salvatore Quasimodo, Evelyn Waugh, Maria Zambrano, Gabriel Marcel, Salvador De Madariaga, Mario Luzi ou Graham Greene.
O sentido do sagrado e o sentido da beleza não são nunca língua morta.

Para o José Tolentino Mendonça”

Público de hoje

O Rebanho

A preocupação com o arrogante autoritarismo do Governo começa a passar, não admira. A liberdade pública e, sobretudo, a liberdade individual nunca especialmente comoveram os portugueses. Desde sempre que nos perseguimos com veneno e brutalidade, A “festa” do 25 de Abril foi uma “festa” de intimidação e de arbítrio. (...)

“A Europa não pára de se meter (sem utilidade visível) no que dantes se deixava à história e às tradições de cada um. Em Portugal (e pelo Ocidente inteiro) a concentração urbana exige uma vigilância sem precedente. O igualitarismo, o fim daquilo a que se chamava “deferência” e o enfraquecimento irremediável da Igreja e da família produziram, ou permitiram que se criasse, uma ideologia oficial, que ninguém se atreve a contestar ou infringir. E a democracia, que tanto ou tão ardentemente se gaba, é, na realidade, uma prisão com um regulamento escrito e às vezes brutal (...)”

Vasco Pulido Valente, Público de hoje
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No resto, na explicação pelo gosto que o povo português tem de “ser mandado”, em que se misturam figuras de um Salazar ou Cunhal, com este Sócrates da apatia face ao pântano do presente, não estou de acordo.
Alguma coisa "evoluiu" com a lógica da partidarite- a poltranice que está em baixo imita a que está em cima, e vice-versa.



Nicolas Sarkozy

Diz o José ,perante a constatação do óbvio. A máfia da corrupção e da falta de vergonha nunca tinha chegado a isto


A Science-Brain & Mind technological Research Centre”, uma instituição científica finlandesa que desenvolve estudos na área da neurofisiologia e da informática, acaba de assinar com a Câmara Municipal, o Clube Náutico e o Centro de Saúde de Mértola um memorando de colaboração para o desenvolvimento de um projecto de investigação científica sobre a actividade cerebral (EEG) e demografia naquele concelho alentejano.
Os trabalhos de investigação vão tornar-se extensivos a áreas tradicionais do conhecimento como é o caso da arqueologia e a etnografia, para observar as especificidades no campo da saúde pública na região de Mértola.
A instituição finlandesa pretende procurar caracterizar a actividade electrofisiológica cerebral (EEG) da população e as patologias e distúrbios que directamente se relacionam com esta actividade, no «momento de registo»...
...o estudo pretende aumentar e diversificar o foco de investigação científica quer dentro do âmbito nacional quer internacional."

Tinha-me passado ao lado, esta notícia que o “Sexo dos Anjos” também achou estranha. Pode ser estropianço de jornalista, mas o que é que vêm testar para no Alentejo e o como é que uma Câmara Municipal e um Clube Náutico podem assinar protocolo com investigações que incluem cobaias humanas e até testes de farmacologia? E que tem isso a ver com escavações mouriscas, saúde pública, etnologia e canoagem? Já agora, os mertolenses sabem e delegaram autorização a quem?

Imagem: Milo Rambaldi (frankenstoino e profeta do século XV) via

"Quando não é preciso mudar é preciso não mudar"(Bourget).

Como é que nunca me lembrei... Ser-se conservador é isto- todo um programa numa única frase.



O Cocanha tem a comunicar que apoia o Rudy Giuliani para mayor de Lisboa.










“Murder and graffiti are two vastly different crimes. But they are part of the same continuum, and a climate that tolerates one is more likely to tolerate the other.”






A ver se não era uma limpeza














zazie e musaranho coxo

ara fazer pendant com uma prendinha do Il migglior fabbro.


Pois é, o Céline também não gostava da vida fingida dos “movies”. Mas eu gosto de “movies” desde que me conheço e dificilmente me imaginaria a viver sem eles.

É uma espécie de chamamento “primordial”. De vez em quando vem o apelo do mar, o de me perder pelos campos em busca de uma igrejinha medieval e de uma gárgula desconhecida ou o dos comboios e das velhas bibliotecas. O resto é mais trivial e o teatro, por exemplo, sempre foi facilmente substituível por escrito.

Como tudo o que é bom, e se deve saborear com calma, não vou muito ao cinema. Já fui quando ainda tinha muita coisa para conhecer. Mas, gostar de cinema não é só ver “grandes obras”. É chegar de viagem, depois de muitos dias fora da “civilização” e ir a correr com mala de viagem (e até com família e amigos atrás) para dentro de um filme.

Gostar de cinema é também ter um qualquer prazer por “géneros menores”- daquele mundo que só existe no celulóide. Perco-me por policiais de série B, por qualquer treta de terror de série Z e por filmes de cowboys.

Começando por estes, porque também podem entrar entre os eleitos de sempre- corroboro o Imperdoável escolhido pelo Dragão. Podia escolher um Ford, podia eleger o Pekimpah e até outro do Clint, mas vai mesmo o Unforgiven, que me lembro de ter visto num dia em que me deu um amok e tive vontade de fazer umas baixas no local de trabalho. Safou-me o Clint e valeu pela troca.



Antes do Unforgiven ou The Searchers (a Desaparecida), ou de todo o Hitchkock, está o Bresson e aposto que vai ser por aqui que a Cris também vai começar. Pelo Bresson ou pelo Ozu. Difícil é escolher um Bresson- Podia ser Au Hasard Balthazar que, nem sei bem porquê, é o filme da minha vida, mas vai o “Fugiu um Condenado à Morte”. Memória de cárcere numa meticulosa obra de “alfaiate” a trabalhar a par da sorte.

O terceiro faz parte das fantasias de aventura que enchem a alma e dão belas lições para a vida- Moonflet (O Tesouro do Barba Ruiva) do Fritz Lang

E fico mesmo por aqui. Filmes não faltam no Cocanha.
Segue trabalho para a fraülein Cris-Dias Felizes (agora que desencantou o meu Millet que me lembra a Marie, depois de violada, escolhido pelo Manoel De Oliveira para encantar o Piccoli. Quem havia de dizer...)

[post “puxado” para cima]

Ao que consta, o nosso Primeiro Ministro é o autor do processo movido ao blogger António Balbino Caldeira, pelas pertinentes dúvidas metódicas que levantou, de há 2 anos a esta parte, acerca do seu currículo académico.

Pois bem, o Cocanha tem a dizer que as mesmas dúvidas teria levantado, caso tivesse “faro” para tanto. Quanto ao resto e a tudo o que foi publicado pelo blogger, assim como pelos jornais que aí foram buscar factos e investigação limpa, só tem a dizer que assina por baixo.
Deste modo, espera-se poupar trabalho em todos os demais processos por copy paste que o nosso Primeiro deseje mover ao seu povo.

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Nota: Neste blogue usa-se nick, por também fazer parte dos direitos de qualquer blogger o uso do anonimato. No entanto, o António Balbino Caldeira pode contar comigo como testemunha abonatória da sua rectidão moral e defesa do direito a se expressar livremente.
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{post de dia 20/06}
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Adenda [6/07] Petição para assinar: aqui

Então não é que o chinoca clandestino do caríssimo Réprobo teve a ideia tonta de nomear esta vergonha pública do Cocanha para maravilha do éter?


Como uma desgraça nunca vem só, agora tenho de passar a corrente a verdadeiros colossos que por aí vagueiam.
Está claro que nestas coisas sou sempre muito séria e imparcial. Por isso mesmo, e por ser verdade, retribuo em primeiro lugar para o grande erudito com fraquezas nas escolhas (como se prova por se lembrar de nós), nomeio também os meus caros amigos Dragão (like water, be like water, my friend...), José e GL Lda; Dias Felizes (cada vez mais taoistas); Timshel no Dazibao celestial e mais Timshel e católicos, versus evangélicos, no surpreendente Trento na Língua e vão seis; falta um, que desta vez vai ser o blogue semi-morto de que mais gosto- Os espelhos Velados.

Foi uma injustiça não referir outros blogues semi-mortos- como o do meu afilhado e aquela abóbora palatina que se finou na flor da idade; um semi-vivo da menina Triciclinho (podia postar uma vez por ano que é sempre uma festa), dois que lá vão mexendo as cores ou um dedo- das minhas queridas amigas Aninhas e Lídia ; o bacano do Marreta Animal (que podia nem postar que é sempre uma graça); o Carlos-Ideias Soltas com quem tenho boas afinidades e nunca o tinha dito publicamente (e em privado muito menos) e mais um clássico com trabalho de formiguinha; um blogue tão bonito quanto o Il miglior fabbro , já para não falar nos es trangeiros e emigrantes, ou mesmo no desalmado do maradona -mas esse é bem-feita que não me passou as bebidas.
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[a imagem é só para ilustrar uma verdadeira e eterna maravilha e foi roubada na triciclo que, juntamente com a Gabriela , é das poucas que percebe dessoutras maravilhas]




esperemos que os americanos aprovem o
Tiago

É que eu, também diria que hei-de ser uma eterna apoiante da Narragónia e ainda estou à espera do convite dos habitantes











an anti-terrorism bag



















Ted Noten, 2007





(e prinicpalmente para um clandestino que aparece pela calada) só se abrem destas janelas


[ia uma retrospectiva da Vitti, não ia?
Há-de ir]

A partir de hoje o Cocanha passa a contar com um delegado oficioso para os media


É licenciado pela Aberta mas convém manter a porta fechada, fora das horas de expediente.

[gorila via]


clicar na imagem

[...] Outrora, nos dias de trovoada, as criadas da minha casa gritavam por São Jerónimo, ao fuzilar de cada relâmpago.

Aqueles gritos desenhavam-me a figura do Santo, num instantâneo clarão vermelho, em negro fundo de ribombo cavernoso. Essa figura lívida ficou-me, na memória, com uma nuvem que pairou, sinistra e cor de bronze, nos fraguedos do Marão; a serra das trovoadas de São Jerónimo e de outros santos e santas da tempestade. Já decorreram mais de cinquenta anos; um número que, acrescentado de dois zeros, atiraria comigo para lá dos reis da Babilónia e dos Faraós do Egipto. Viajo através do tempo... [...]

Teixeira de Pascoaes, São Jerónimo
foto via

Umas voltinhas de coelha de Hotel para o Gallo.


Querem-me assassinar. Mataram-me. Acabei.
Justiça, Deus do céu! Oh da ronda! oh da guarda!
Estou perdido e morto. Um chuço! uma espingarda!


Aqui del-rei, ladrões! Ladrões, aqui del-rei!

Roubaram-me o meu sangue, os meus dez mil cruzados.
Quem seria? quem foi? persigam-me os malvados!
Quem mos trouxer co roubo, of’reço-lhe um quartinho...
meia moeda... mais, que eu nunca fui mesquinho.
Para onde fugiu? Onde está ele? aonde?
Corram, vasculhem tudo, a ver onde se esconde.
Ali não!... Aqui não!... Agarra o bandoleiro!
Vê-lo cá vai... Agarra, agarra o meu dinheiro!
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Filei-te, mariolão! Larga o que não é teu!...
Estou perdido e doido; o que apanhei, fui eu.
E eu quem sou? onde estou? que hei-de fazer? que posso?
Ah, meus ricos dobrões, se eu era todo vosso,
como pudestes vós deixar-me só no mundo!!
Que situação! que horror! que inferno tão profundo!
Ninguém tem dó de mim; sou Lázaro; sou Job.
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Perdi tudo, e ninguém, ninguém de mim tem dó.
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Enforcar tudo a esmo, até que surda alguém
co meu cofre; aliás enforco-me eu também.
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De quem me hei-de eu valer! Demónio! Eu te requeiro:
Leva-me um olho... e os dois, mas dá-me o meu dinheiro.

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[cartoon: Maurice de Feraudy como Harpagão]

Um mal nunca vem só: para além de pencudos, ainda são neo-liberais

(...)Na sociedade moderna e crescentemente globalizada, onde as pessoas se deslocam facilmente de cidade em cidade ou até de país em país à procura de emprego e de oportunidades de vida, onde as relações familiares são cada vez mais fracas, o sentimento religioso mais ténue e a teia de relações pessoais e comunitárias cada vez mais débil, a rede de instituições espontâneas de solidariedade social é uma solução cada vez menos eficaz para lidar com os problemas da carência. Por isso, a cumprir-se a solução neoliberal, seriam muitas as pessoas nesta sociedade a dormir debaixo das pontes ou a morrer na rua por falta de alimentos ou de cuidados de saúde(...)

Então, ó mp-s, ó caramelos, ó harpagões, ó "anti-facistas" ceguinhos: esperneiem agora em conjunto com eles “:OP


Si la cavité buccale fonctionne seule, on a la voyelle chu-chottée.
Si le larynx fonctionne seul, on a la voyelle chantée.
Si les deux fonctionnent en même temps, on a la voyelle parlée.

Marage, máquina para simular sons e movimentos da boca para dizer as cinco vogais
[imagem: Nature, 26 Dez, 1901]

Os liberais clássicos tratam a liberdade como um ideal - um fim - de vida humana, enquanto os neoliberais tratam a liberdade como um instrumento - um meio - para a maximização do bem-estar material.





Gellius ouvira dizer que um tio considerava
grosseiros aqueles que falavam de poucas-vergonhas ou as faziam.
Para que por isso não fosse admoestado, fê-las com a própria mulher do seu tio e reduziu-o ao papel de Harpócrates.
Atingiu assim os seus fins: pois, ainda que hoje em dia
ele obrigue o seu próprio tio à felatio, o tio não dirá uma palavra


Gaius Valerius Catullus