mon cul est bon

mais je suis un monstre



there's small choice in rotten apples


















and thereby hangs a tale


des choses en vous-meme que vous ne connaissez pas. Donc il y a expiration


Du reste, regardez-vous toute votre vie dans une glace et vous verrez la Mort travailler comme des abeilles dans une ruche de verre


Reflechissez pour moi. Je reflechirai pour vous

Ou est la Bete
c'est encore ma voix que vous allez entendre et que, derriere l'ecran, c'est moi qui conte le conte














Quem se queixa do empata e anti-melómano controle active X


é favor fazer aqui a transferência necessária, para corrigir a patacoada da última actualização do senhor Gates








turning off the lights



















Lucy-Casson. focus, 2004

Ou porque é que não se selfe-made fazem.
A crónica da inveja, no iconoclasta Dragoscópio


Em virtude de um curioso instinto atávico as multidões experimentam uma inexplicável necessidade de se esconderem no interior de coisas fechadas e de aspecto agressivo, tal como fazia o homem primitivo nas cavernas.
O vestígio mais fácil de estudar desta tendência é a afluência de nos viajantes para as carruagens de comboio. Desgraçadamente, esses estranhos impulsivos são muitas vezes vítimas do seu regresso à barbárie – a idade do ferro não significa um grande progresso sobre a da pedra-, e o choque de comboios desta quinzena extinguiu um grande número de espécimes desta classe de trogloditas.
A civilização ambiental está demasiado desenvolvida para permitir que muitos desses loucos a levem avante. Pois não é coisa de loucos ou de desesperados deixarem-se encerrar sem resistência em jaulas rolantes, à mercê de alguém que não tem outro intento que arrastá-los não se sabe para onde, a toda a velocidade, sobre vias propositadamente complicadas que se cruzam na maior quantidade de pontos?

Afred Jarry, Escritos Breves





















Das diversas espécies de feras e paquidermes ainda não extintos no território parisiense, sem dúvida que nenhum reserva mais emoções e surpresas ao caçador que o autocarro.
Algumas companhias reservaram o monopólio da sua caça. À primeira vista, não se entende a sua prosperidade: a pele do autocarro, com efeito, não tem qualquer valor e a sua carne não é comestível.
Existe uma grande quantidade de variedades de autocarros, distinguem-se pela cor, mas essas são apenas diferenças acidentais, devidas ao habitat e à influência do meio. Se a pelagem do "Batignoles-Clichy-Orden", por exemplo, tem uma matiz que recorda a do grande rinoceronte branco africano, não haverá que procurar outra causa do facto a não ser nas migrações periódicas do animal. Este fenómeno de mimetismo não é mais estranho que o que se manifesta entre os quadrúpedes das regiões polares.
Propomos uma classificação mais científica em duas variedades cuja permanência é bem reconhecível: 1º) a que dissimula os seus rastos; 2º) a que deixa uma pista aparente.
As marcas de esta última são extraordinariamente apertadas, como se tivessem sido produzidas por um réptil e são tão idênticas à marca deixada pelo passo de uma roda que podem ser tomadas como tal. Os naturalistas discutem ainda se a primeira variedade é mais antiga ou se apenas regressou a uma existência mais selvagem. Seja como for, é indiscutível que a segunda variedade é a mais estúpida, já que ignora a arte de dissimular os seus rastos; mas- e isto explicará o facto de ainda não se ter extinguido totalmente- é, segundo todas as aparências, a mais feroz, a julgar pelos seus gritos, que fazem ouvir aos homens à sua passagem, tomadas de tumultuoso pânico e que só é comparável ao do pato e do ornitorrinco.
Dada a grande facilidade com que é possível descobrir a pista do animal, facilidade duplicada pelo seu costume curioso de voltar a passar sempre pelo mesmo caminho nas suas migrações periódicas, a espécie humana inventou maneira de o apanhar em armadilhas dispostas no percurso. Com um surpreendente instinto, ao aproximar a patada mole num ponto perigoso, dá meia volta e retoma o seu caminho em sentido inverso, tendo cuidado, desta vez, de confundir os seus rastos fazendo-os coincidir com os precedentes.
Já se ensaiaram sistemas de armadilhas, espécies de choças dispostas, a intervalos regulares, ao longo da rota e muito semelhantes às que servem para a caça nos pântanos. Um grupo de intrépidos esconde-se ali à espreita do animal. Na maior parte das vezes isto espanta-o e ele escapa-se, não sem expressar o seu furor por meio do enrubescimento da sua pele posterior, azul como a de certos macacos e fluorescente à noite; essa facécia imita muito bem, em grafismos brancos, a palavra “completo”.
No entanto, alguns espécimes da espécie deixaram-se domesticar: obedecem com suficiente docilidade ao seu domador, que os faz avançar ou retroceder, puxando-lhes a cauda.
Este espécime difere um pouco dos elefantes. A Sociedade Protectora dos Animais- conseguiu, da mesma maneira que no Tibete se deposita a cauda adiposa de certos caneiros num carrito, que a do autocarro seja protegida por uma tala em madeira.
Esta medida compreensiva é bastante desconsiderada, pois os indivíduos selvagens devoram os homens atraindo-os com um fascínio semelhante ao da serpente.
Devido a uma complicada adaptação do seu sistema digestivo expelem as suas vítimas ainda vivas, depois de terem assimilado as partículas de cobre que tinham podido extrair-lhes. Uma prova da sua boa digestão está no facto da absorção na superfície- a epidermis dorsal- ser exactamente metade da absorção interior.
Convém talvez associarmos este fenómeno a espécie de alegre pedorreia que precede invariavelmente à sua alimentação.
Alguns vivem numa estranha simbiose com o cavalo, que parece ser para eles um perigoso parasita: a sus presença é caracterizada, com efeito, por uma rápida dissimulação das forças motrizes, que são pelo contrário muito notáveis nos indivíduos saudáveis.
Nada se sabe acerca dos seus amores nem do modo de se reproduzirem.
A lei francesa parece considerar estas grandes feras como nocivas pois não interdita a sua caça em nenhum período do ano.
Alfred Jarry, Escritos Breves

[imagem: Jean Solé, Animaleries]

O Cocanha passou a usar a ferramenta que o blogger disponibiliza para moderar os comentários por algum tempo.
fortuna non mutat genus
A razão é simples e era previsível. Atrás da brilhante crónica do deputado Pacheco Pereira, aparece agora tudo o que é escumalha, aproveitando a leva, para deixar insultos baixos, devassas pessoais e outras tricas de galináceos.
Como o facto da responsabilidade do que se escreve não está no nick ou nome que se apresenta, mas na verticalidade ética ou falta dela e por uma mera questão de higiene, o sistema de filtro foi accionado.
Quem ficar descontente por deste modo não puder continuar a defender o JPP, dando exemplo da sua grosseria mediática, pode sempre enviar-lhe um mail, denunciando esta situação. Por certo que serão atendidos com todo o carinho.

Eu e o musaranho-coxo estamos à disposição para qualquer esclarecimento, incluindo na Assembleia, se o "Grande Educador Virtual” e restante corte o solicitar.

Aos estimados leitores habituais pede-se compreensão por alguma demora na publicação dos seus comentários.

Viva o filtro do blogger que funciona à borla e não anda a votos!


[Fortuna non mutat genus, Emblemata Horatiana, Imaginibus In Aes Incisis Atque Latino, Germanico, Gallico Et Belgico Carmine Illustrata (1684)]



zazie e musaranho coxo


Como a Zazie anda muito ocupada, venho eu desejar uma ponte feliz aos leitores, acompanhada de umas singelas florzinhas de laranjeira.


Costumam usar-se nas mais virginais cerimónias e em infusão também têm efeitos benéficos variados, podendo servir de calmante em engarrafamentos de trânsito.

Para acompanhar a receita, aqui fica música alusiva.

Basta clicar na notinha



Ao que parece, a crónica da merdaleja tem feito furor e já andam para aí uns semi-pereiras a desunharem-se para continuar a série.
Como se sabe, um semi-pereira é um Zé Pereira com doutrina mas sem carnaval. No entanto, o esforço da arte é idêntico, pelo que se torna de todo conveniente receber algumas lições prévias.















Não basta a um semi-pereira lidar com o bombo, tocar a gaita e fazer-se acompanhar do grupo dos cabeçudos; necesssita também de uma total fidelidade ao patrono, disponibilizando-se a arrotar postas de pescada por ele.

Uma vez que os interessados que por aí andam parecem um tanto desnorteados, aqui fica um bom portal Pimba ,onde poderão encontrar instruções técnicas para a aprendizagem da nobre profissão. As teóricas já devem vir de casa.

Depois de bem treinado o batuque, resta uma boa divisão de tarefas. Uns semi-pereiras espiam em alternância as caixinhas dos blogues de topo, enquanto outros procedem a uma mais rigorosa catalogação dos trolls para que o público compreenda.
Não esquecer que nunca se deve misturar um semi-troll-intelectual com um troll-piteco, sendo preferível juntar este último ao troll-mongo e emparelhar a troll-moça com o semi-troll-bitaite.
No final sorteiam o semi-pereira da semana para redigir a crónica e resta ter fé que com estas inovações mediáticas as vendas jornaleiras aumentem.

Entretanto o grupo de sapa dos Anónimos Anónimos já conseguiu identificar dois trolls .Quem sabe se assim se espanta a apagada e vil tristeza...

Em Portugal vi eu já
Em cada casa pandeiro
E gaita em cada palheiro;
E de vinte anos a cá
Não há hi gaita nem gaiteiro,
A cada porta hum terreiro,
Cada aldeia dez folias
Cada casa atabaqueiro;
E agora Jeremias
hé nosso tamborileiro.
Só em Barcarena havia
tambor em cada moinho,
E no mais triste ratinho
S’enxergava uma alegria

(Gil Vicente, Triunfo do Inverno)

[imagem: louco gaiteiro a cagar- cadeiral de Toledo, séc. XV]


Conta a lenda que o tirano Dionisius de Siracusa encerrava os prisioneiros políticos numa gruta, que tinha a particularidade de ampliar o som, sem provocar eco.


Esta “orelha” suplementar permitia ao tirano controlar todas as palavras que os encarcerados pudessem dizer. Não que temesse qualquer fuga de quem estava detido nestas profundezas subterrâneas, apenas para se certificar se ainda assim conspiravam ou se atreviam a falar mal dele.




[artifício por meio do qual o tirano Dionísio de Siracusa escutava as conversações dos seus prisioneiros, A. Kircher, Phonurgia Nova]

No século XVII, o inventivo jesuíta Athanasius Kirscher (1602-1680) projectou uma variante da orelha de Siracusa, neste caso de efeito contrário. Permitia que uma série de estátuas, encostadas às paredes de um edifício, transmitissem, em coro, o burburinho captado do exterior, por meio de um sistema tubagens. Com um pouco de imaginação, quem fosse a passar descuidado poderia pensar que os espécimes falantes possuíam intelecto, ainda que pouco original.

Vêm estas histórias a propósito de mais umas sábias palavras que JPP proferiu acerca do comportamento dos anónimos da blogosfera, onde teve a amabilidae de me incluir. O texto corre célere por aí e, como até aqui no Cocanha já se pode observar, não faltam os bonecos ocos, à Kirsher, a salmodiá-lo com reverência.

Mas não nos entusiasmemos com intuitos de tiranos e ainda menos com engenhos de um talentoso jesuíta.
Há reminiscências mais aproximadas e caseiras. Uma delas deriva, em linha directa, daquele velho hábito maoísta da análise das intenções que iam na alma dos camaradas. Estes sábios de outrora também lhe costumavam juntar umas pitadas de Guatari, misturada com resumos de Freud, vendidos com prosperidade pela Itau, a par da quinquilharia macrobiótica e de posters para decorar gabinetes de funcionalismo público.
Os tempos mudaram. As novas lutas de classe levam o "nosso" JPP a imaginar-se no lugar triunfante do sábio, incapaz de entender o frenesim opinativo dos que o não sendo (porque possivelmente nunca os viu no Parlamento) não passam por isso de doentes, ressentidos, infelizes e invejosos.


É pena que, do alto do poderoso lugar em que se encontra, não lhes proporcione a mais ligeira oportunidade de deixarem de ser anónimos.
Um honesto convite, sorteado aqui na blogosfera, até podia permitir que qualquer de nós se tornasse seu par lá na UE. Habilitações parece que as há idênticas (e até superiores), opiniões não faltam e num contrato à experiência, aposto que ninguém notaria a diferença no resultado final.

Os portugueses aprendem depressa. E sabem que, de acordo com os padrões mediáticos, para se ser famoso, não é preciso muito. Sucesso é palavra do momento; ser-se figura de referência por trabalho ou talento sério acima da média, é outra.
O JPP, mundialmente famoso, quando assina com o H capital do Historiador, devia lembrar-se destas relativizações. Se não fosse político, provavelmente andava por aí, nas caixinhas dos comentários, como muitos outros. E não teria menos dignidade por isso.

Pela minha parte não via qualquer mal nisso, nem no facto de preferir o estilo filrado do “blogue feito pelos seus leitores”. Sinceramente que só me encanito com esta mania de fingir que não sabe o verdadeiro nome das pessoas. É que eu tenho por hábito de cortesia inclui-lo, sempre que envio alguma prendinha a um “blogger”.
Aquela menina, escondida debaixo da espada do seu antepassado, também não fazia parte de uma esquema maniqueísta, em que o lugar secundário teria necessariamente de disputar visibilidade com a figuração mais oficiosa.
Incluía-se nos apontamentos jocosos, satíricos, anedóticos ou apenas paralelos da marginalia, servindo para propiciar uma visão mais ampla e complexa do mundo. E sempre foi através destes contrapesos que uma boa quota-parte de liberdade se fez passar.

“E no mesmo tempo [partida da armada de Tristão da Cunha para a Índia] se alevantou em Lysboa hua ouujam muy gramde em sam Domyngos omde no altar dee Jhesu se faz a festa de Nosa Senhora estamdo a ymagem de Nosa Senhora no altar/foi vysto per muytas pessoas dygnas de ho ver hua camdea aceza no lado do crucifyxo e outras pessoas ha viam amte ha testa de Nosa Senhora com auoroço de devação começou a correr algua gemte ao mosteiro e foy em tamto crycymento que huus com outros se afogavam e começaram a fazer aguus mylagres amtre os quaes veo hu alemão e trouxe hua sua filha com hu mão aleyjada de seu naçymento e com mujta devoção a ofereçeo e recebeo saúde no mesmo momento e estamdo asy sobre emoçam muyta gemte a ver qys o pecado que veo hu cristão novo e por desdenhar dysse a camdea que parece deytem-lhe dagoa e apagar se ha o que ouuyndo o alemão tal blasfémea estamdo cheo de mujta fe do milagre logo sem trespasso arrancou de hua adaga que tynha e o matou dentro da mesma ygreja. /ao que acuydando outro dysse que o mataram porque dysera ha verdade o quall também logo foy morto e se hergueo tal alvoroço na gemte que estava noa ygreja que começaram de matar todos os christaos nouos que acharam com a quall fúria sayram ao alpendre de sam Domyngos onde também mataram os que acharam ao que acudyo Pêro de Lysboa que era juyz do cyuuel e a caualo entrou no alpedmdre com a vara da justyça na mao damdo pamcadas e queremdo prender os de arroydo/comtra o quall se hergueo aluoroço da gemte e o quyriam matar mas elle se sahyo fugymdo a caualo quanto mais podya ho quall syguiram ate o emçarararem em casa/ onde com muyta furya lhe quyseram poer o fogo se a vyzynhança o nom estrouuara mostrando que ardendo aquela casa se lhe qeymaryam as suas/ o que asy deixamdo por yso de fazer se tornaram a sam Domyngos e tornadndo matavam qamtos christaos novos achavam pelas ruas/ os que amdavam nesta matança heram os homes estramgeiros de fora da terra com os quaes se ajumtavam bargamtes da Rybeira e gemte bayxa por caso do roubo que em matando roubavam/ e os quaes asy matauam logo os leuavam arrastamdo em cordas pera Sam Domymgos porque aqamto correram apos o dycto Pero de Lysboa os que fycavam em Sam Domymgos fyzeram uma fugueyra em que //deytaram os mortos que estauam na Ygreja omde chegados estoutros com mujta gemte estavauam desejosos de roubar começaram de correr polas ruas da cydade fazemdo a dicta matamça com tamta hyra e furya que nom resgardam cousa algua nlm deyxando nehuma pessoa a vyda gramde nem pequena /e os outros os recebeyam em suas lamças e bysarmas que traziam /em que sem duuja eu que ho vy afyrmo que também padeceram morte muytos christaos velhos/ Bras Afonso Correa corregedor do crime que entam era em Lysboa vemdo o caso e o furor com que andava a que nom podya nem ousava comtraryar polo nom matarem amdava desymulado amte os matadores e dyzia /filhos pois jaa os mataes nom roubes porque eles em todos estes dyas carregavam suas naos de grandes roubos durou esta matamça asy ate segumda feyra per noyte que jaa parecya que ao outro dya nom mataryam/ huu frade de dicto musteiro de Sam Domyngos ymyctado do ymigo ou asy permytido per Deus /sahyo ha terça feira pola menhã com hua cruz de pão gramde aleuantada em suas maos e se foy pola cydade bradamdo aquy filhos pola fee de Jehesu Christo nom fyque nehu destes judeos com o que logo se ajumtaram gramdes cabydas destes matadores e acezos em mor yra nesta terça feira ate oras de jamtar que se o fradre tornou a seu musteiro com outros dous seus parceiros que per acerto com ele se toparam que ho ajudaram a trazer a dita cruz /neste dya a tarde foy achado huu christão novo que se chamava o Mascarenhas que hera gramde remdeyro e omem malqysto do povo o quall per eles tomado foy nele feyto cruas justyças com gramdes aluorços e a quarta feyra jaa dypois da morte deste nom avya tamyta matamça/ e logo no outro dya que foy qymta feira sahyo da see huua procyssão da mysericordya com muytos decyprinantes todos brandamdo/ paz/paz com que apagou de todo a matamça

el Rey dom Manuell estaua em Abramtes com a Rainha e sua corte o quall avemdo comselho sobre o caso segundo comprya o castygo ouve muy dyuersas opynjões e semtenças/elRey escreueo logo a governador da cydade que estaua em Torres Vedras com a casa de sopricação que se chegase a cydade e mandasse enforcar todolos malfeytores desta matamça semdo jaa partydo da cydade mujtas naos dos estramgeyros caregadas de mujto roubo e ryqezas/ o governador fazemdo o mandado delRey asy o mandou as justyças da cydade cruell que na Ribeira eram feytas tres forcas gramdes cheas e a forca da mysericordia e a forca de Samta Barbora as quaes des que eram cheas os tyravam e enterravam pera enforcarem outros em que se afyrma morreram muytos bc homens enforcados na cyade e per fora omde morreram mujtos sem culpa/ porque mujtas pessas da cydade recolheram e guardaram muytos dos dictos chrystaos novos em suas casas e eles dypois os acusavam que hos roubaram e sem mais proua que seus dictos avyam gramdes penas e qualquer que acusava algu que fora na matamça logo sem mais nada era enforcado /ate que dona Ysabell de Mendanha que estava em Samta Cruz espreueo sua carta a elRey lhe pydindo que ouuesse piadade de seu povo porque soubese certo que mujtos matava a justyça sem rezam nem merecymento de que ele darya gramde comta a Deus/polo que elRey logo mandou que cesase asy e que nom enforcasem senam per ymqyrição e dereyta justyça de verdade sabyda/ o que dypois mujto tempo aymda mujtos padecyam pólo dycto caso que emtaam fogyram e se foram fora da terra e dypois se tornavam pareçemdo lhe que jaa nom syriam conhecidos/ e todavya sae os conhecyam heram logo enforcados / o que asy aprouve a elRey por ser feyto hu tamanho //desmamdo em seu Reyno de Portugall que ate ly sempre fora mays obedyemte e regrado que nenhu de Espanha e sempre foy a dicta justyça avamte ate que os mesmos christãos novos lhe pydyram mysericordya e asy cessou a dicta justyça/e neste tempo sempre durou a peste muy gerall per todo o Reyno e logo sobryueram muj gramdes fomes que duraram dous anos" [...]

Códice atribuído a Gaspar Correia (1490?- †depois de 1563), Chronicas dos Reys de Portugal e summarios de suas vidas com a historia da Índia e armadas que se mandaram athé o anno de 1533 (adquirido à no ano de 1970 àfirma Sotheby’s que o ia levar a leilão).
O autor das Lendas da Índia ter-se-á baseado em manuscritos por ele coligidos e em compilação de fontes que transladou. Segundo Banha de Andrade que estudou o manuscrito estas Crónicas de D. Manuel e D. João III apresentam prioridade em relação às crónicas conhecidas.
As Crónicas de D. Manuel e a do Príncipe D. João de Damião de Góis foram publicadas em 1566 e 1567, já depois de Gaspar Correia ter morrido.

Gaspar Correia, Crónicas de D. Manuel e de D. João III (até 1533),Leitura, Introdução e índice por José Ferreira da Costa, Academia das Ciências de Lisboa, 1992.



Aqui fica um dinossauro medieval




E não me venham com coisas, que é disparate e não tem nada a ver. Até porque toda a gente sabe que no fundo de um crocodilo pode muito bem encontrar-se um dinossauro em potência. Pronto a eclodir a qualquer momento. E vice-versa.
Isto é sempre tudo muito subjectivo...e o que é importante é não relativizar.



[Fresco, Igreja de S. Joge, Boritov, Morávia, c. 1425-1450]




resultado de massacres blogosféricos

(aproveitar enquanto o post não vai para a reciclagem)

(...)"A tese subjacente à brincadeira é tão rasca, a maneira de a expor tão putinha, que uma pessoa sabe que o doutor Vasco Moura um dia renegará o escrito. Mas não nos deixemos enganar ou levar por esta facilidade: somos nós, os ambientalistas; somos nós, nós e nós; nós, quem, em consciência, verdadeiramente acha que "os interesses de 15 mil seres humanos" às vezes podem valer "menos do que umas ossadas pré-históricas", ou, acrescento eu, que uns sapos, uns linces, umas orquídeas, uns restos de florestas, uns morcegos, etc, somos nós que temos a culpa na aparição desta espécie de seres que, calculo, nunca correrá o risco de entrar em extinção, pelo simples facto que todos nós gostaríamos de ter uma casa em cima de uma duna ou no meio de uma floresta". (...)

O que dá para rir dá para chorar-

publicidade deixada em caixinhas de comentários




No próximo dia 28, pelas 17h, terá lugar uma reconstituição histórica do massacre judaico de 1506, no Largo de S. Domingos, a pretexto do lançamento do 1º volume (de 3) da obra "Portugal e os Judeus", de Jorge Martins, a editar pela Nova Vega. Se concorda com a evocação, convide os seus amigos, se não concorda, convide os seus inimigos”.


Ao que consta, neste caso o evento vai estar a cargo do Grupo Teatral Miguel Torga


..................
Nota: como a edição é da responsabilidade da Nova Vega, espera-se que as vítimas dos calotes da (velha) Vega também sejam recordadas.

Entradas do Google - exercício para o senhor professor -

Penca [Português/do Brasil]
1-
João Penca e seus Miquinhos Amestrados

[Português/Português]
2-
Já tem uma Penca de filhos e tudo...









Penca [Espanhol]-

3-LA PENCA – Mezcal [Penca is complemented by the presence of two Agave grubs (worms), rather than the traditional one.In the 19th Century, aristocrats had a special preference towards Mezcal, it was known among them as The Cognac of Mexico, because of its unique flavour and exquisite softness.]







Pif [Francês](il a un pif)

4-

Pif le Chien (Pif Gadget, dans les kiosques de notre beau pays. Le magazine mythique qui se vendait toute les semaines à des millions d’exemplaires dans les années 1970 renaît donc de ses cendres, avec un rythme mensuel)

5-

Le Pif Impérial, Alfred LE PETIT (1841-1909) [Supplément du journal La Charge n° 6, septembre 1870. Lithographie polychrome.BPU, Fonds Jules Perrier]"T’a encore l’temps d’ faire ton nez, mon bon homme, si tu crois r’venir a Paris, tu peux t’fuiller".

6-

Pif Paf Puf (Wieczór teatralno-cyrkowy wg "Szafy Oberiutów"Daniela Charmsa, Mikołaja Olejnikowa i Aleksandra Wwiedienskiego)








Long nosed [Inglês]
7-

Long nosed butterfly [Fish; Hawaiian name:Lau wili- nukunuku oi oi; Size: Grows up to 8 inches; Diet: small reef crustaceans and- invertebrates ] 8-
The Long Nosed Stranger at Strasburg' in Tristram Shandy, George Cruikshank, (London, 1832)[a stranger with a very large nose passes through the town of Strasburg and sets the townspeople on their ears. The people are aflame with curiosity about him and about his nose; all of his gestures are carefully noticed and commented upon. He mutters to his mule and refers to an unfortunate affair with "Julia."]

9-

Long nosed monkey [Proboscis monkeys have the longest noses of all primates. In elderly animals, it can reach 17.5cm (a quarter of the body length) Although its function is not known for sure, it is likely to be a visual signal used in mate choice. The male vocalises through the nose with a kee honk sound].





e nem um dos outros para amostra...
Confuso ?
aguardem os próximos episódios…


.............
Nota: não se indica bibliografia para não haver o azar de sair algum "excrável Finkelstein cuja obra é de leitura obrigatória para qualquer neo-nazi que se preze"...

terminou, ao 6º dia, o blogue da loucura mansa.

aqui fica uma aproximação


JORGE NESBITT-MANUEL CALDEIRA








mais, aqui ao lado

Aproveito para recomendar uma ida ao Aspirina B. Há por lá duas boas razões que ultrapassam todas as possíveis divergências ideológicas: o magnífico traço do Jorge Mateus e a excelente escrita do Fernando Venâncio









[desenho "roubado" ao JM]



Por falar neles (nos comunas ehehe) o meu “compadre” também tem uns bons desenhos e andava a fazer caixinha há uma data de tempo.

[a dos “comunas” foi uma torpe e reles provocação]

Por falar em disparates e para aligeirar o layout.

Aqui fica uma recordação do humorista mais antipático* da história do cinema- um "Super Jew"- como o próprio se intitulava, no desastrado e inacabado The Day the Clown Cried .

Resumido por Bruce Handy:
"An unhappy German circus clown is sent to a concentration camp and forced to become a sort of genocidal Pied-Piper, entertaining Jewish children as he leads them to the gas chambers. The story is meant to be played as drama. By all accounts, no one sings "You'll Never Walk Alone", and Tony Orlando does not appear".





[Agraciado com "prémio limão"]

Pergunta o caro Lutz porque (não) as velas no 19 de Abril na Baixa Lisboeta? - passados que foram apenas 500 anos e a memória e ódio ainda tão vivos se encontram na alma alfacinha, acrescentaríamos nós.

Reposta: Não.
Argumentos breves e curtos.
1- Por uma questão meramente ecológica e ambiental- estão pelos olhos da cara e apagam-se facilmente ao ar livre.
2- Nunca se sabe o uso menos próprio que podem dar aos toros abandonados. Como diria o anti-anzi, que nisso é mais cauteloso- “eles andam pela noite de breu à procura”...



...................
Acrescento [11-4]
À laia de conclusão:

Se não nos desentendemos pela ausência de actos, há sempre possibilidade de se inventarem desentendimentos pelas palavras. Quase em português mas muito pouco em “bom português”, o Lutz diagnosticou-me: “raiva e ressentimento”.
Uma amável e inteligente síntese psicanalítica que deveria ser levada a efeito sempre que alguém cai na esparrela dos "diálogos" e do pretenso interesse na compreensão das ideias.

Raiva- (substantivo feminino)= doença grave que ataca os cães e os gatos (e atinge, por vezes, o homem) carcterizada por acessos furiosos seguidos de paralisia, conhecida também por hidrofobia.
- fúria louca
- ódio
Ressentimento- (substantivo masculino)= lembrança dolorosa de uma ofensa recebida
- melindre
-rancor.

................
Durante a Guerra muitas famílias de judeus alemães refugiaram-se no nosso país. Foram acolhidas na nossa sociedade, apadrinhadas por outras famílias portuguesas em laços familiares e protecções várias e integradas nos mais diversos tipos de empregos. Não há memória que se lhes tenha alvitrado qualquer cerimónia pública de reconhecimento.


................
Acrescento #2: [12-4]

Nunca devia ter deixado esta questão aqui no blogue, nem a brincar, mas agora já é tarde e andam para aí uma série de ligações.
Como a confusão é grande, fica apenas aqui um esclarecimento.
1- Nunca pretendi intrometer-me na ideia da convocatória. Tem uma autoria, tanto quanto saiba apenas com divulgação na blogosfera. Apresentou-se com carácter judaico em forma de homenagem de pesar, com o nº simbólico (ou utópico) de 4 mil velas na Praça do Rossio. Sobre essas particularidades nunca me pronunciaria. Por uma simples razão- quem tomou a iniciativa não tem de a colocar a votos (muito menos virtuais).

2- Nunca defendi que quem adere ou não adere precisa de se justificar. Apenas considerei que as pessoas que entraram em “debate” histórico e outros transversais sobre o assunto deveriam justificar os seus argumentos, em vez de contabilizarem prós e contras de toda a espécie ou fiscalizarem as supostas más intenções dos outros.

3- O cerne dos meus argumentos centrava-se e centra-se na discordância de um hiato de quinhentos anos de dívida em aberto que esta homenagem pretenderia saldar. Do mesmo modo, manifestei desacordo na defesa de exemplaridades terapêuticas de supostos ressentimentos anti-judaicos que existam no presente ou imaginários atritos que possam vir a existir no futuro.

4- Por último e como principal tónica, a minha oposição teve como alvo um pensamento que defende a transformação deste tipo de homenagens em deveres oficiosos e nacionais, “desmistificadores” de uma qualquer História “branqueada” a que seria necessário pôr termo.

Andanças e trabalhos vários obrigam o Cocanha a entrar em serviços mínimos.


Na calha acumulam-se crocodilos para diversos fins juntamente com umas rondas por teatros da memória e anfiteatros da anatomia.


Nada que possa perder a actualidade, como se vê.






Até já










Jean Solé, Animaleries


...................
nota #2: [8.4]
Por descuido, não tínhamos dado a devida atenção ao execrável combate que se desenrola entre um conhecido fassista e um debutante necrófilo anti-nazi.
Exemplos destes fazem-nos pensar que a blogosfera está a precisar urgentemente de um
provedor temerário que tenha a coragem de lhes introduzir uma boa e higiénica providência cautelar.

..."Andam pela net de breu à procura"... (como disse o psicopata anti-nazi que nesse aspecto até teve razão)

"It is what you read when you don't have to that determines what you will be when you can't help it”.

Oscar Wilde

Um avião a sobrevoar as nuvens, uma rapariga a olhar pela janela e a voz da Doris Day a cantar- Que Sera Sera, what ever will be, will be...
E assim se iniciava o filme que um jovem cineasta cá da terra tinha em mente.


Alguém se recorda de quem teve esta esta brilhante ideia? Eu não me lembro, mas acho que ele merecia o filme.

foto roubada daqui

uma crónica da nescilândia

Eu também não considero muito interessante a pintura da Frida, mas ela era linda em menina! Linda como nenhuma capa da Vanity Fair. O que importa na Frida Kahlo é o exemplo da fusão entre a vida e a obra. O caso não envolve pela adesão ao "exotismo alternativo", toca pela sublimação da fantasia.

Outra coisa- não entender que a grande arte é uma criação de linguagem e que para conceber o "modelo" não basta replicar o bom-gosto, é necessário risco, é não entender nada.

A intensidade de envolvimento com um momento de mudança social também pode servir para estimular o projecto. Aqui fica a ilustração da ideia.

O senhor da direita chamava-se Eisenstein

Provavelmente também se deve a uma visão certinha e acomodada do mundo, o facto dos burguesinhos nunca produzirem grande arte. Sempre a capitalizaram os inventivos idealistas, desalinhados ou destruidores malditos, por mais contraditórias e opostas que tenham sido as trincheiras.

Como não entendi se o postal fazia parte do género "crítica de arte" ou "croniqueta social", sempre adianto que no ano passado o povão inglês também a viu com grande entusiasmo na Tate. E comentou, é claro, como geralmente toda a gente comenta depois de ver qualquer exposição. Auscultar o público e desvendar a obra, sem precisar de sair de casa, costuma ser vício de crítico e privilégio de taxinomista ideológico.
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Algo me diz que já lixei a carreira do musaranho
“:O.

A vida da blogosfera é como tudo- um dia a solo, no outro em think-tank. A sorte por vezes é madrasta mas também pode reservar alegrias providenciais.

Temos a anunciar que o musaranho-coxo vai ser obrigado a deixar o Cocanha por ter sido convidado a integrar a equipa Acidental (já não vai).
E mais, podem ficar atentos que na próxima Atlântico aparecerá a sua pena e verdadeira identidade (também não).
Até lá resta o segredo que também faz parte do negócio
Um bem haja a todos os que o acompanharam neste modesto estaminé. Muito obrigada.
Eu, por enquanto, fico



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esclarecimento de última hora [2.04]

Beeemm... afinal parece que a coisa não se concretizou... O musaranho regressou um tanto embatucado e partiu logo em viagem para espairecer. Ainda falou em qualquer coisa que "o ambiente do think-tank" lhe recordava umas histórias de infância e coisa e tal...mas não quis adiantar mais. Eu ia jurar que até nem tem mal nenhum, porque ele devia estar a lembrar-se destas cenas da vida animal que têm a sua explicação científica, mas pronto.
Por um lado até foi melhor assim. Estes musaranhos são pequeninos mas de uma ferocidade terrível. Ainda esbarrava na revista com um de espécie paralela e lá ficava o país com um estratega de orelha ratada. E isso é que era muito mau para a reputação internacional.

De qualquer modo há contratos em que também é bom ser-se supersticioso com a data