"Depois do "caso Charrua" (que, para espanto de quem se julga num país democrático, acabou mesmo condenado), aparece agora um novo caso. As circunstâncias são parecidas. Parece que o médico António Salgado de Almeida, vereador da CDU, durante um fim-de-semana, resolveu pôr numa parede do Centro de Saúde de Vieira do Minho uma entrevista do ministro Correia de Campos. Nessa entrevista, Correia de Campos dizia que, no caso de ter a vida em risco, não iria a um Centro. O crime estava em que, por baixo desta declaração, alguém escrevera "Façam como ele. Vão a uma urgência de Braga" ou coisa equivalente. Aqui apareceu uma figura já típica do regime, o denunciante, na previsível pele de "um membro do PS". O denunciante fotografou a entrevista, agora promovida a "cartaz", "pediu o Livro Amarelo para fazer um queixa" e comunicou o escândalo à autoridade política, ou seja, à Administração Regional de Saúde (ARS/Norte).
A directora do Centro de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, não sabia do cartaz. Mas, quando soube, "repreendeu" o médico (não se percebe muito bem porquê). Infelizmente, a ARS/Norte não se deu por satisfeita. A "repreensão" não bastava para um acto tão grave. A ARS/Norte queria esmagar o celerado; queria nomeadamente que Maria Celeste Cardoso instaurasse um processo disciplinar ao médico. E, como ela se recusou, foi demitida por um ofício de Correia de Campos. Para tudo ser perfeito, Maria Celeste Cardoso é casada com um PSD, vice-presidente da Câmara de Vieira do Minho, e o Governo nomeou para a substituir um vereador ("independente") do PS de Ponte de Barca.

A moral da história é simples: o PS, que os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia, não passa hoje de um partido intolerante e persecutório, que age por denúncia (aqui como na DREN) e tem uma rede potencial de esbirros, pronta a punir e a liquidar qualquer português por puro delito de opinião. Pior ainda, personagens como Correia de Campos colaboram pessoalmente nesta lamentável empresa de intimidação. Não admira. Nem o eng. Sócrates nem o dr. Cavaco manifestamente compreendem que a repressão da dissidência e da crítica começa a corromper o regime e torna inevitável o futuro "saneamento" dos "saneadores". O silêncio de cima encoraja o miserável trabalho de baixo. Em Portugal, a colaboração do Estado com os pequenos pides do PS já não é uma vergonha".

[30.06.2007, Vasco Pulido Valente, Público]









O Corão de Idris Khan salmodiado pela Phew

Idris Kahn, every... page of the Holy Koran, 2004 [Lamda digital C print mountado em alumínio 50 x 60 polegadas]

estou a lembrar-me agora
de uma história que me contava
um tio antigo
dizia ele nessa altura
olha sobrinho
meu amigo
entre a ratazana
e o cagalhão
há apenas
um intervalo sacana
é o primeiro ministro
da nação

obrigado tio
está confirmada
a sua opinião

Mário-Henrique Leiria, Novos Contos do Gin

"A coisa está preta, o espírito democrático dos carbonários da III república está a mostrar a dentuça. Esta maltosa aventalícia ignora a democracia. Sicofantas do tacho, merceeiros de sinecuras, amostras de gente, homúnculos partidários".

hajapachorra Homepage 28.06.07 - 7:58 pm #
[numa caixinha de comentários]




A sorte deles é dizerem estas coisas em democracia e apenas para bem dela. Tivessem apoiado algo minimamente parecido, a bem da Nação, em tempos da ditadura, e a ver se não tínhamos mais dois “facistas” a fugirem para o Brasil em pleno PREC...




(como diria o saudoso Alexandre de Espada à Sintra)

Dedicado aos mesquinhos criminosos da rede e a todos os crimes sem corpo que se perpetram por aí.
















clicar na imagem

Nem todo o mundo é virtual, uma pessoa vai na rua e também lê cada coisa.
Nas paredes da igreja do meu bairro, por exemplo, está lá um gatafunho anónimo a dizer que o sacristão tem pacto com o diabo.
Já que o Papa não se importa, acho que pelo menos o senhor padre devia ser responsabilizado por este descrédito aos servidores do divino.



Torreãozinho de Belém para espetar bandeirinhas só suas





Última aquisição da colecção do nosso piloto-automático, que também dá uma perninha como comissário artístico do reino.














João Pedro Vale, sal

Eva no era aun casada,
Cuando por Dios fue mandado
Que la muger fosse amada


Ora vos faço a saber
Que ha de comer cousa leve.
Nem a lebre, nem coelho,
Nem porco, nem cação,
Congro, lampreia, tubarão,
Não coma de meu conselho,
Inda que estivesse são.

Tomae um bom suadouro
De bosta de porco velho:
E com unto de coelho
Esfregue o pousadeiro.
E crede-me de conselho.
E se de quebranto for
Tomade o incenso bello,
E o çumo de marmelo,
E as favas de Guiné,
E untae o cotovelo.
E se for de cadarrão,
Comei caramujos quentes,
Como sahirem, ferventes;
E mexilhões vos coserão
Porque são aqui parentes.

[Gil Vicente, passgens do Auto dos Físicos]

Como perguntaria o Embaixador Popoff numa situação destas:
Tiago, have you ever had diplomatic relations with a woman?

NONSITE (an indoor earthwork)
Photostat, 12 1/2 x 10 1/2" Robert Smithson

"Pine Barrens and The Non-Site itself exists a space of metaphoric significance. It could be that "travel" in this space is a vast metaphor. Everything between the two sites could become physical metaphorical material devoid of natural meanings and realistic assumptions. Let us say that one goes on a fictitious trip if one decides to go to the site of the Non-Site. The "trip" becomes invented, devised, artificial; therefore, one might call it a non-trip to a site from a Non-site. Once one arrives at the "airfield", one discovers that it is man-made in the shape of a hexagon, and that I mapped this site in terms of esthetic boundaries rather than political or economic boundaries (31 sub-division-see map). (...)

Theories like things are also abandoned. That theories are eternal is doubtful. Vanished theories compose the strata of many forgotten books".
................................................
*Non-Site in Unpublished Writings in Robert Smithson: The Collected Writings, ed. Jack Flam, University of California Press, Berkeley, California, 2.ed. 1996



Oh, these young people today!



—What can you do? What can you do?
It’s the society we’re living in

What I… But don’t make a fuss




Em França, no ano de 1386, uma porca foi condenada por crime de infanticídio na cidade de Falaise. Foi levada a julgamento, vestida com vestes de senhora, perante o juiz e um conselheiro. O tribunal decretou que lhe dessem umas valentes pauladas na cabeça e nas pernas, antes de ser executada publicamente. O “maitre des hautes oeuvres" a quem competiu a execução da lei, foi presenteado com um par de luvas novas, dada a solenidade da ocasião.
Quem diz uma porca, diz muitos outros animais, domésticos ou não, que foram condenados desde o século IX ao XIX. Estão noticiados crimes de homicídio imputados a abelhas, touros, cabras e serpentes; condenação por fraude a ratos do campo, comparados aos clérigos heréticos; porcos punidos por infanticídio e raposas por roubo.
Nem mesmo espécies menores escapavam à lei. Inclua-se os moscardos, moscas espanholas escaravelhos e gafanhotos, na lista dos que estavam sob a alçada das leis de talião.
Em contrapartida, em 1649, um sodomita, de nome Vijon, foi queimado na praça pública por ter atentado contra a honra de um pássaro.
Mas isso foi no tempo em que ainda não assentavam arraias, todos juntos, em público.
.............................
E P. Evans, The criminal prosecution and capital punishment of animals. London, Faber and Faber, (1906) (1987).
consultar:aqui
[imagem: gravura anónima do mundo às avesssas, s.d.]





La jeune fille; le vil garçon; le revolver ; Le gentil monsieur; la méchante femme; la mort; la petite américaine; le voleur d’autos; le concerto pour clarinettes; la police ; la pin up; le romancier; la boniche; Humphrey Bogard; Marseille; mon ami Gabi; la tendresse; l’aventure; le mensonge; la peur; le diable au corps; du Rififi chez les hommes; et Dieu créa la femme; Scarface

a bout de souffle

Les ans passent trop vite
Évite évite évite
Les souvenirs brisés

Ce quatrain qui t’a plu pour sa musique triste
Quand je te l’ai donné comme un trèfle fleuri
Stérilement dormait au fond de ma mémoire
Je le tire aujourd’hui de l’oublieuse armoire
Parce que lui du moins tu l’aimais comme on chante
‘Elsa je t’aime’ ô ma touchante ô ma méchante

Tu te rappelles quand tu as donné ton ami Bob?
Eh bien tu vas faire la même chose








les cambrioleurs cambriolent,
les assassins assassinent,
les amoureux s’aiment.




O jacobinismo de véu e flor de laranjeira

Depois dos guiões de novela da sopeira da amiga que se interrompeu e da católica que podia ser uma boa pessoa, caso se não usasse óculos escuros, temos as amigas fufas casadoiras.

A história anda à volta de duas “piquenas” que queriam passear de mãos dadas na rua, trocar uns beijos, fazer enxoval e ter outras aspirações mais quentes e românticas, por descoberta do efeito afrodisíaco do IRS.
Mas, infelizmente, ao fim destes milénios todos, ainda persistem ao cimo da terra uns desalmados que querem acabar com a família que elas gostavam de ser. Gente maldosa que “precisa, para ser feliz, de fazer outros sofrer assim”.

Vendo bem, gostei mais desta sinopse - apesar do desespero e da injustiça da situação, nota-se um certo "savoir-faire" nesta progressão do aborto para o casório. Pode ser que ainda venham a reclamar a remoção de "alguma coisa descartável que nidifique nas entranhas", mas antes o adorno na testa, de papel passado, que o encalhanço.

Imagem adaptada daqui


vai um grande corropio
À volta
duma coisa velha
reina grande confusão

Os putos
já fogem dela
deita o fogo a rebentar
soltaram
uma vaca em chamas
com um homem a guiar

São voltas
Ai amor são voltas
sete voltas
são as voltas da maralha
Ai são voltas
Ai amor são voltas
são as voltas
são as voltas da canalha

(....) vendo entrar pela porta da banda do Poente a mais monstruosa, e horrível figuras que os olhos humanos nunca viram, nem talvez a ideia saberá pintar.

Teria ao nosso parecer nove varas de altura; o rosto de homem, mas tão disforme que causava horror; o peito largo, a pele como concha de tartaruga, antes polida. As pernas compridas, e delgadas, os pés de unha fendida como de boi, porém tão grandes que, deixando-os estampados na terra, medidos depois os seus vestígios, se achou em cada um a terça de uma vara de comprimento
Um rabo como às vezes se costuma pintar o Demónio, comprido, cabeludo, cheio de nós. Trazia na mão direita uma pena, e na esquerda uns cadernos de papel escritos.

Marchou com passos graves, e lentos pela rua que se encaminha para a Igreja, e chegando ao meio da Praça arrojou tanto fogo pela boca, olhos, narizes e ouvidos, e de um ardor tão activo que não só convertia em cinza tudo o a que chegava, mas até puderam as suas ardentes exalações deixar de cor de metal as cornijas da Igreja (...)
O Monstro (ou o Demónio conforme se entende) arrojando no meio da Praça o papel, e a pena, voltou com um passo vagaroso, olhando para os circunstantes, que de longe apareciam a uma e a outra parte, clamou com brados horríveis: Eu sou a Figura dos pecadores do Paraguay. Foi tão horrível e forte o bramido com que acabou de proferir estas palavras, que muitos dos ouvintes caíram com acidentes, e algumas aves que iam voando se precipitaram mortas.

Levou consigo uma menina de idade de quatro anos, três meses, e dez dias, filha de uma viúva chamada Maria Garcia, que na quarta-feira seguinte foi achada sem lesão alguma em um dos montes vizinhos, entre duas pombas (...)

In Horta da Literatura de Cordel. O continente submerso o grande Teatro do Mundo os sobreviventes do Dilúvio: monstros nacionais, monstros estrangeiros (selecção, prefácio e notas de Mário Cesariny, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004


"Essa conversa de quem destrói o regime são os fascistas (ou os estalinistas). Quem destrói o regime são os partidocratas - a senhora da DREN, que é o caso da moda, por mero acaso parece que antiga chefe de gabinete do Santos Silva. Vamo-nos deixar de merdas, o perigo para a democracia, para o regime, vem de dentro do regime. O PS é esta merda, o PSD não será muito menor, apesar de vestir melhor.

Eu percebo a história de que os inimigos do regime são os fachos, skins, colonos, etc. Tem duas fontes, a desonestidade intelectual (vejam lá como somos belos democratas, dizem os do regime, dançando o can-can). E a imbecilidade"
.
Jpt do Ma-Schamba nuns comentários

(...)o que é chocante não é o facto de as pessoas terem dúvidas em relação ao Balbino ou ao Charrua. É tomarem partido contra ambos por puro revanchismo. É no revanchismo que se revela o pior da natureza humana e que permite explicar como é que os regimes totalitários emergem. As pessoas tomam partido pelos poderosos de forma espontânea.

João Miranda nos comentários










[parzinho a ver quem passa, num contraforte do mosteiro da Batalha]










Puis l’accalamie à nouveau,
Puis tout à nouveau

comme avant,

Ainsi de suite et de suite,

Et patience en attendant la seule vraie
Fin des heures

et de la peigne

et de soi

et de l’autre

à savoir la sienne

Samuel Beckett, Soubresauts






Et cette pauvre vieille pouilleuse de vieille terre, la mienne et celle de mon père et de ma mère e du père de mon père et de la mère de ma mère et de la mère de mon père et de la mère de ma mère...








Samuel Beckett, Watt [Jean Derome, Robert Langlois, 1992]



É o soporífero cor-de-rosa- bibelot de alterne; insuflável de monitor, a condizer com os bonequinhos do frigorífico.






E está enganado quem julgar que é apenas um “estado de alma”, pós-moderno e passageiro, que se vive.


É todo um programa político e de um futuro que se trata. Um alívio.








LES TROIS PALOTINS

C’est nous les palotins,
C’est nous les palotins,
On a des gueul’s d’lapins
Mais ça n’empêche pas
Qu’on est sal’ment calé
Pour tuder les Rentiers.
C’est nous les Pa.
C’est nous les Tins.
C’est nous les Palotins.

Dans de grandes boit’s en fer-blan
Empilés la semaine entière.
C’est le dimanche seulement
Qu’on peut respirer le libre air.
L’’oreille au vent, sans s’épater,
On marche d’un pas assuré
Et les gens qui nous voient passer
Nous prennent pour des militaires

LESTR TROIS

C’est nous les Palotins…

MOUSCHED-GOGH
Chaqu’ matin nous nous réveillons
A forc’ de coups d’pied dans
l’derrière…

Jean Derome, 3 musiques pour UBU

Heduíno Gomes? O Vilar? o ex-ml da clandestinidade bem regada com putedo em Paris? o ex-PSD-anti-social-facista-do-CDS-facista?

Será?

[via conversas no Dazibao encapuzado]
.....................
Nota [15-6]
Não tinha lido o texto do ex-camarada Eduíno, na Alameda Digital e sou obrigada a fazer-lhe justiça. Efeito zelig à parte, a análise dessa praga da educação sexual alternativa para a jubventude está excelente e ainda oferece o bónus de uns piparotes certeiros no sexólogo moviflor.





Processo:



1- Coloque os 40 tufinhos juntos. Mantenha as etiquetas tapadas.
2- Escolha os 10 tufos que correspondem melhor ao padrão verde claro A.
3- De seguida, dos 30 que restam, escolha os 5 tufinhos que correspondem melhor ao vermelho C.
4- Finalmente, dos restantes 25, escolha 5 tufos que se unam com a matriz rosa, B.
5- Registe os nomes das estiquetas de cada jogo de selecção, distribua-os por ordem de gradação mais perto dos tufinhos da matriz respectiva.



© Holmgren-Thompson Wool Test for Colour Blindness










para o “nosso”endemoninhado residente


clicar no bispo



[o outro atrás parece o Pitta...]




"... I had embellished a humpty-dumpty circus made by a Philadelphia toy company. There was an elephant and a mule. They could be made to stand on their hind quarters, front quarters, or heads. Then there were clowns with slots in their feet and claws in their hands; they could balance on a ladder on one foot or one hand. I had once articulated these things with strings, so the clown would end up on the back of the elephant."
- Alexander Calder, An Autobiography with Pictures (1966)
via




































Contemporânea, ano 1, nº2, 1922

Les toros s'ennuient le dimanche
Quand il s'agit de courir pour nous
Un peu de sable du soleil et des planches
Un peu de sang pour faire un peu de boue
Mais c'est l'heure où les épiciers se prennent pour Don Juan
C'est l'heure où les Anglaises se prennent pour Montherlant

Ah!
Qui nous dira à quoi ça pense
Un toro qui tourne et danse
Et s'aperçoit soudain qu'il est tout nu
Ah!
Qui nous dira à quoi ça rêve
Un toro dont l'oeil se lève
Et qui découvre les cornes des cocus

Les toros s'ennuient le dimanche
Quand il s'agit de souffrir pour nous
Voici les picadors et la foule se venge
Voici les toreros la foule est à genoux
Et c'est l'heure où les épiciers se prennent pour Garcia Lorca
C'est l'heure où les Anglaises se prennent pour la Carmencita

Les toros s'ennuient le dimanche
Quand il s'agit de mourir pour nous
Mais l'épée va plonger et la foule se penche
Mais l'épée a plongé et la foule est debout
C'est l'instant de triomphe où les épiciers se prennent pour Néron
C'est l'instant de triomphe où les Anglaises se prennent pour Wellington

Ah!
Est-ce qu'en tombant à terre
Les toros rêvent d'un enfer
Où brûleraient hommes et toreros défunts
Ah!
Ou bien à l'heure du trépas
Ne nous pardonneraient-ils pas
En pensant à Carthage, Waterloo et Verdun, Verdun.

Jacques Brel

duros, tiranos e urgentes,
risque-se quanto já fiz
do grão livro dos viventes.
E tomando já na mão
a lira santa e capaz
doutra mais alta invenção,
cale-se esta confusão,
cante-se a visão da paz.


— É do camarada Saramago?

—É do cavalheiro Camões.

Assistência à corrida em benefício do Cofre das Viúvas e Órfãos da Polícia, em que se restaurou a morte do touro - 1927





























Ilustração Portuguesa, Ano 2, nº 40, 16 Agosto, 1927

(...)Como não se acredita no descaramento dessa malta sem nome dos blogues, das colunas, da televisão, da rádio e dos jornais, que anda a brincar ao antifascismo e se queixa, hoje, com o eng. Sócrates, de - não conseguem adivinhar! - "falta de liberdade". Isto quando basta comprar um jornal ao acaso ou ligar ao acaso a televisão, para verificar o à-vontade e a violência com que o Governo e o seu chefe são atacados. Isto quando Vital Moreira, professor de Coimbra e, no seu tempo, grande comunista, já provou e tornou a provar que há liberdade a mais. Não vale a pena insistir. O eng. Sócrates, vencedor de défice e democrata dos democratas, paira acima desta imunda lama.
Um modesto admirador do sr. primeiro-ministro

09.06.2007, Vasco Pulido Valente

[a ler, no Público de hoje]





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Computer Museum 1987

...é favor a clientela da casa, seguir os habituais estamines recomendados.
Para começar, aconselha-se a dar um salto ao Dragoscópio e seguir as respostas do Dragão ao assédio dos Bilderbergs

Etienne Davignon - Oh pá, sabes como é: Poder a mais e tesão a menos. Já o Divino Marquês explicava isso. Quando um gajo começa a fornicar um país inteiro, perde o interesse pela simples vagina. A indústria derroga sempre o artesanato. Mas tu pensa bem, ó César: já reparaste bem na lista de convidados deste ano? É a nata do planeta (...)

seguir o link para a primeira parte da conversa telfónica

(...)Destas festividades era a mais ruidosa e solene a de Corpus-Cristi, na qual se podia gastar todo o necessário por autorização do reiem 1536. Todavia estas despesas,tanto na procissão de Corpus-Cristi,como em todas as outras, assim nas charamelas, como em danças e autos, foram em 1610 arbitradas em vinte mil réis, tirados para isso das rendas do concelho. Compunham esta procissão todas as irmandades e confrarias da vila, Ordens Terceiras, religiões, clero, cabido, e câmara, sendo abrilhantada por numerosos andores, que foram abolidos em 1797, e pelas variadas bandeiras precedidas de bandas e músicas, a que cada um dos ofícios da vila era obrigado.
Para se ajuizar destas danças e músicas, bastará dizer-se, que a dos mercadores em 1735 levava oito rebecas, duas violas, e duas arpas.
Estas danças, apesar de se prolongarem por muitos anos, já em 1640 estavam caindo em desuso; obrigando-se com a câmara os linheiros, ourives, azeiteiros, e tendeiros a dar-lhe todos os anos, cada um destes ofícios seis tochas de cera para a procissão, ficando por isto exonerados da obrigação das danças.
Por esta ocasião, havia em Guimarães corridas de touros, fornecidos pelos marchantes sob graves penas: e tinham ordinariamente lugar no campo do Toural - donde tirara o nome -vigorando tal uso ainda no fim do século passado. Em igual ocasião, e em todas as festas do ano, não era menos curiosa a célebre judenga, que consistia numa dança, e exibição em auto, que ridicularizava as cerimónias e costumes judaicos, parodiando os tipos de alguns judeus convertidos: o que dava quase sempre lugar a muitas disputas e sérias desordens
.(...)

[ Padre António José Ferreira Caldas, “PROCISSÕES E ACTOS SOLENES DA CÂMARA”, Guimarães. Apontamentos para a sua História. 2.ª Edição, Guimarães, CMG/SMS, 1996, parte I, pp. 253/262]


Até as cavalgaduras podem redimir-se pelo sentido de humor.






Os meus vizinhos do andar de cima tocaram à porta, todos risonhos, para dizer que tinham uma boa notícia a dar: vão-se embora.


Tratamento de perfume confiscado a viajantes ilegais


























*© rititi

«Quanto aos homens penso assim: Deus põe-os à prova para mostrar que, em si mesmos, são como animais. De facto, os destinos do homem e do animal são idênticos: do mesmo modo que morrem estes, morrem também aqueles. Uns e outros têm o mesmo sopro vital, sem que o homem tenha nenhuma vantagem sobre o animal, porque tudo é fugaz. Uns e outros vão para o mesmo lugar: vêm do pó, e voltam para o pó.»
(Eclesiastes 3:18-20).
(...)
No entanto, este assombro com a Criação, na qual o Homem se integra plena e irredutivelmente, ficou esquecido por todo o pensamento cristão até aos nossos dias. Se a autoridade de São Paulo ensina que é toda a natureza que anseia pela libertação do pecado de Adão, esperando a redenção por Cristo, «pois sabemos que toda a criação geme e sofre de dores de parto até o presente dia» (Rom. 8:22), a teologia subsequente – amarrada ainda mais ao antropocentrismo da perspectiva cristã do mundo – tem-se negado a reflectir os factos incontestados da evolução do mundo que nos revelam as modernas ciências naturais (...)


Mais um brilhante postal do CC, a ler, na íntegra, no Trento na Língua


Memorando para os nossos etnólogos Bica do Sapato



Caso estejam desmemoriados, isto também é folclore; daquele que resiste à “uniformização asséptica da sociedade”. Não tem causa fracturante; é menos badalado, mas contem a memória de lutas mouriscas e festas do S. João Verde.
Existem mais festejos, alguns deles com aquele famigerado carácter religioso e obscurantista que tanto costuma importunar os folclóricos da laicidade urbana.
O musaranho já prometeu que, a partir de agora, se encarrega do Borda-de-Água para as “aparições alternativas” da defesa da tradição.

[seguir a ligação ]
Foto de Armando Moreira, via
Bugios e Mourisqueiros

Comentário do "nosso" MP-S onde alguns citadinos de Papa-Açorda Pap'Açorda elogiavam a genuína bravura e verdade crua com que se assiste à morte de uns touros

Terás toda a razão - mais difícil, porem, vai ser convenceres o touro
MP-S // Jun 2nd 2007 at 3:59 pm

03.06.2007, António Barreto Retrato da Semana

A solidariedade civil parece não substituir o sentimento religioso.

(...)Esta assistência, voluntária, sem remuneração, recompensa ou visibilidade, é uma das reservas de decência na nossa sociedade muito mais interessada na mercadoria ou na exibição.
Ao estudar estas actividades, dei-me conta de que a maior parte das organizações e dos voluntários tem uma qualquer inspiração religiosa. São grupos e entidades ligados às Igrejas (em Portugal, sobretudo a católica), às ordens, às comunidades religiosas, às paróquias e a outras instituições. Notei algumas de inspiração laica, movidas pela mais simples solidariedade, mas são a minoria. Conheci mesmo voluntários ateus ou agnósticos que se dedicam a esta acção com os grupos religiosos, pois os consideram mais eficientes e mais genuínos. Fica-se com a impressão de que a segurança organizada e o reconhecimento do direito de todos à protecção não substituem, nem de longe, a assistência humana e pessoal ou, mais simplesmente, o "amor ao próximo" em nome de um deus. As vantagens, que são muitas, da cidadania laica e do Estado de protecção social não incluem a humanidade, a decência e a capacidade para resolver caso a caso as situações individuais. A solidariedade civil parece não substituir o sentimento religioso (...)

Que o Estado não seja capaz de humanidade, não é para admirar. Mas que grande parte dos seus técnicos e funcionários também o não seja, já deixa a desejar. As instituições parecem feitas para enquadrar e regulamentar, não para agir individualmente, com a humana generosidade que, muitas vezes, faz tanta ou mais falta do que o alimento ou o abrigo. Mais ainda: nessa enorme constelação de agências de voluntários, são poucas as organizações e poucas as pessoas que se dedicam a estas sacrificadas actividades por mero espírito de solidariedade laica. Para se dedicarem ao exibicionismo, ao dinheiro e à competitividade, os laicos entregam ao Estado as actividades de protecção e de solidariedade. Pode a sociedade civil distinguir-se pelas liberdades e pela igualdade. Mas falhou radicalmente na fraternidade.

[texto completo no Público de hoje]

«L'avevo scritta nel 1993, per lo spettacolo "Pop e Rebelot" di Paolo Rossi, quando iniziai a innamorarmi non soltanto della scienza patafisica, ma anche del revolver e dei pantaloni da ciclista di Jarry. Attendevo l'occasione giusta per metterla su disco, e ora, finalmente, eccola qua»
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