«os prisioneiros, longe de se renderem diante do que se lhes faz, conservam um ar alegre nos dois ou três meses que estão em poder do inimigo; incitam seus donos a apressar-lhes a morte; desafiam-nos, injuriam-nos, lançam-lhes em rosto a sua covardia e o número de batalhas por eles perdidas contra os seus. Conservo uma canção feita por um desses prisioneiros, onde se encontra este lance: “Que venham todos quanto antes, e se reúnam a comer minha carne, porque comerão ao mesmo tempo a de seus pais e avós, que outrora alimentaram e nutriram meu corpo. Estes músculos, diz ele, esta carne e estas veias são as vossas, pobres loucos; não reconheceis que a substância dos membros dos vossos antepassados ainda está em mim’? Saboreai-os bem, que achareis o gosto da vossa própria carne.»
Montaigne, Dos canibais
«Aqueles que escandalizam as crianças merecem que lhes coloquem uma pedra de moinho no pescoço e os lancem no mar». Papa, citando evangelho de Mateus.
Por alguma razão apenas os selvagens e a Igreja são capazes de assumir erros colectivos e pedir perdão por eles.
Os outros, negam; ou dizem que a culpa é do sistema.