«A verdade, oiçam todos, é que o mercado detesta humanísticos! Isso mesmo: nem pode vê-los à frente. Uma fobia daquelas! Ao contrário, estima muito as desumanísticas, que tudo lubrificam, amarinham, penetram e conquistam. Desumanísticas é que é! Desumanísticas é que salvam, aplacam a ira dos mercados e preenchem na íntegra o almejado passaporte para a fortuna e o dolce fare tuti. Sem desumanísticas, nada feito. Debalde trepareis - de balde e alguidar para as vossas lágrimas. Improficuamente vos agachareis, na preparação académica e uber-batráquia do salto. Vale menos que carta de electricista, brevet de bate-chapas ou portefólio de canalizador. Não direi sequer que vale zero, porque sereis recompensados abaixo disso. E nem o reconforto mínimo de gorjeta auferireis, abaixo de empregados de mesa ou táxistas que gemereis!...»
A ler, na íntegra, Trote no trottoir