heresias e ratos

Em 1584, O moleiro Menocchio, sujeito a processo da Inquisição,também afirmou que o mundo não foi criado por Deus, explicando-o como uma bola de queijo fermentado.
misericórdia do cadeiral da igreja de Gassicourt, Mantes-la-Jolie, séc. XVI – "os ratos da heresia roendo o mundo cristão

«Eu disse que segundo meu pensamento e crença tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e o fogo foram misturados, e de todo aquele volume em movimento formou-se uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses formam os anjos. A santíssima majestade decretou que aquilo fosse Deus e os outros, anjos, e entre todos aqueles anjos também havia Deus, ele próprio também criado daquela massa, naquele mesmo momento»

as sortes estão lançadas.............................o louco tem as melhores cartas


e caga no mundo .... virado às avessas


Peter Brueghel o Velho , Provérbios, 1559.








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Consultar: Carlo Ginzburg, o queijo e os vermes, Companhia das Letras, 1987.

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Acrescento: Consultar este post do Paulo Cunha Porto.

6 comentários:

Scott disse...

Zazie,
Isto apenas para registar a tal visita... com mãos, pés, e cara bem limpinhos. E, claro, sem caçadeira. Infelizmente terei de ruminar mais para poder sequer comentar num poste sobre quiejo podre (eh eh).
beijinhos

zazie disse...

ehehehe

Aquilo foi grande anormalidade da minha parte que ora tinha nick,ora estava sem ele
ahahah
Mas gostei muito por me teres citado ao outro idiota do anónimo da caçadeira
":O)))
bisou

Antónimo disse...

Gostei do moleiro: um gnosticismo popular.

"o louco tem as melhores cartas... e caga no mundo...": certeira profecia, figurando Bush, o Dabia. Quais Nostradamus!

O Réprobo disse...

Querida Zaz,
para um fanático do queijo como eu essa do Mundo e de Deus dele compostos é fabulosa. O que me faz lembrar a boutade de Dali que dizia "ser o Corpo de Cristo semelhante a um imenso Queijo", o que penso especialmente perceptível em Mantegna; e aos Tartotiritas, de que não tenho muita informação, mas que comungavam em Três Espécies: Pão, Vinho e Queijo.
Bjoka

zazie disse...

Pois é, ó Antonimus, vale a pena ler o livro do Ginzburgo. O moleiro nada tem de homem do povo, aquilo era informação bem mais elitista.
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Viva Paulo, é curioso que nem os Kraus que estudaram as misericórdias ou o Ginzburg avançam com grande informação acerca destas gerações fantásticas do mundo-queijo. A interpretação dos ratos até nem se relaciona com a cosmogonia herética.

Também sou apanhadinha por queijo.

Beijocas.
(achas que o Dali disse isso ao acaso? esse é que tinha muito mais informação acerca destas tradições).

zazie disse...

ehehe
lá troquei o teu nome. Agora misturei-o com o do bacano do Sétimo Selo