«Era um não querer ser o que era mas que tinha de o ser contra-vontade»
À falta das novelas da Câncio no DN- com aqueles testemunhos das católicas suas amigas que até podiam ser boas pessoas, caso não usassem óculos escuros quando ajudam as criadas a abortar, temos o CAA no Correio da Manhã.
Trata-se de mais um caso da longa série das memórias de juventude, próximo de outras intervenções desastradas em que acaba sempre por ser mal-agredecido.
Recordo-me daquele em que também benemeritamente contribuiu na vaquinha da interrupção da namorada do amigo, mas que acabou por dar em desmancho de casório, em vez do efeito medicinal pretendido.
Desta vez, O CAA aproveita o caso da morte do Haider, para se redimir publicamente, por outro pecado rocambolesco em que se viu envolvido.
Tal como a namorada católica do caso da vaquinha, este também se passou com um amigo de juventude que, por sinal, era igualmente católico e gay renitente sem querer.
Mas, como tudo o que tem de ser tem muita força, um dia não resistiu.
Deixando o público suspenso, à espera do detalhes mais escabrosos, garante-nos já, neste primeiro capítulo, que apesar do sofrimento interior que dele transbordava o ter impressionado, o atormentado amigo católico acabou por baixar e rezar.