Eu e o musaranho vamos às gárgulas durante uns dias.




Como até ao nosso regresso a casa fica por conta do piloto insuflável, esperemos que o assédio das habituais fãs não desnorteie a pilotagem.

Hasta la vista


zazie e musaranho coxo

a "aguasfurtadas", revista de literatura, música e artes visuais acaba de lançar o seu número nove. Com textos de Inês Lourenço, Tiago Gomes,Rui Lage, Pedro Ribeiro, Marcelo Rizzi, Adrienne Rich, Virginia Woolf,Filipe Guerra, entre muitos outros, para além de trabalhos inéditos de vários fotógrafos e artistas plásticos, e ainda de um CD com obras de Alexandre Delgado, Ruben Andrade, Dimitris Andrikopoulos e do grupo de jazz Espécie de Trio.

Este número nove será apresentado no próximo dia 6 de Julho, a partir das 21h30, nos Espaços JUP (Rua Miguel Bombarda, 187), no Porto, com a realização de um espectáculo que incluirá as actuações dos projectos Mana Calórica e Las Tequillas. Haverá ainda outros motivos de interesse que estão a ser meticulosamente preparados pela equipa de
coordenação da revista.

Rui Manuel Amaral
(Editor de Literatura)

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O do Jarry ao pé do papion do Gesner era um Senhor.










Conrad Gresner, Appendix historiae quadrupedum viviparumum et oviparum. -Tiguri, C. Froschoverus, 1554.


Confirmando-se que a vereadora Gabriela Seara da Câmara Municipal de Lisboa aceitou o convite para se deslocar num carro de tuning para percorrer as ruas de Lisboa por ocasião da estreia do filme " Velocidade Furiosa - Ligação Tóquio", a ACA-M confessa-se sem palavras para descrever uma tal absurdidade, insensibilidade e vileza populista.

Porque a dor e o sofrimento causados pela sinistralidade rodoviária, que afecta particularmente os jovens portugueses, são matérias de uma enorme gravidade social, a ACA-M vem apelar a que a vereadora Gabriela Seara desista deste inqualificável intento.

Lembramos que a série Velocidade Furiosa é um conjunto de filmes de culto dos street racers, uma ideologia totalmente contrária, ou assim esperamos, àquela pugnada pela vereação da Câmara Municipal de Lisboa.

Contactos:
Manuel João Ramos 919258585
Guilherme Moreira – 9367889655

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Pergunta da casa: será que também leva a cabeleira postiça e o Chihuahua?


mas algo me diz que o poeta-hortelão continua barricado na horta...















e não há quem o demova

há coisas que só mesmo no Dragoscópio

“Em algumas províncias nossas crescem formigas com as dimensões de cachorros, com seis pés e asas, à maneira de lagostas marinhas;têm dentes dentro da boca, com os quais comem, maiores do que os dos cães e dentes fora da boca maiores que os dos javalis bravos, com os quais capturam quer homens quer outros animais. Uma vez capturados, imediatamente os devoram. E, o que é mais espantoso, são tão velozes na corrida que se julgaria, sem duvidar, que voam e, por tudo isso, nessas províncias não habitam homens, senão em lugares muito seguros e fortificados. Com efeito, essas formigas permanecem debaixo da terra desde o pôr-do-sol até à hora de terça do dia e durante toda a noite extraem ouro puríssimo e trazem-no para a luz. Mas, desde a hora de terça até ao pôr-do-sol mantêm-se à superfície da terra e alimenta-se. Depois, entram debaixo da terra para extraírem ouro. E assim procedem todos os dias. Quando anoitece, os homens descem das suas fortificações e recolhem o ouro que carregam em elefantes, hipopótamos, camelos, quimeras e outros animais de grande porte e força e transportam-no, durante todo o dia para os nossos erários. De noite, trabalham, lavram, semeiam, colhem, vão e vêm e fazem tudo aquilo que querem, pois durante o dia ninguém ousa mostrar-se, enquanto as formigas se encontram à superfície da terra e isto pela força e ferocidade dessas mesmas formigas.”

Assim se refere na lendária Carta do Preste João das Índias as estranhas formigas-leão, cuja existência lendária percorreu os tempos, desde a saga hindu Mahâbhârata , aos bestiários medievais ou relatos de viagens.

Segundo a tradição, a famosa formiga-leonina tinha a parte posterior do corpo em forma de formiga e anterior como um predador leão a que não faltava a juba nem a saciedade do rei dos animais. A lenda das mermekolion (do grego- murmêkoleôn) parece derivar de uma passagem da versão grega do Livro de Job. Jorge Luis Borges conta-a no Livro dos Seres Imaginários:

«Un animal inconcebible es el Mirmecoleón, definido así por Flaubert:”león por delante, hormiga por detrás, y con las pudendas al revés”. La historia de este monstruo es curiosa. En las Escrituras (Job, IV, 11) se lee: “El viejo león perece por falta de presa.”
El texto hebreo trae laysh por “león”; esta palabra anómala parecia exigir una traducción que también fuese anómala; los Setetna recordaron un león ara´bigo que Eliano y Estrabón llaman Myrmex y forjaron la palabra “mirmecoleón>.
Al cabo de unos siglos, esta derivación se perdió. Myrmex en griego, vale por “hormiga”; de las palabras enigmáticas. «El “león-hormiga” perece por falta de presa» salió una fantasia que los bestiários medievales multiplicaron: «El Fisiólogo trata del león-hormiga; el padre tiene forma de león, la madre de hormiga; el padre se alimenta de carne, ya la madre de hierbas. Y éstos engendran el león-hormiga, que es mezcla de los dos y que se parece a los dos, porque la parte delantera es de león, la trasera de hormiga. Así conformado, no puede comer carne, como el padre, ni hierbasm como la madre; por consiguinte, muere.»

As mutações por que passam estas fantásticas formigas-leão são tão complexas que chegam ao século XVIII associadas a libelinhas e carochas, acabando por entrar no sistema classificativo de Lineu.

Pelo meio as confusões foram muitas. No século XIII, Bartolomeo Anglico refere as formigas-leões no tratado De Proprietatibus Rerum. Ao descrever um animal muito grande, semelhante a uma aranha, chama-lhe mirmiceon, confundindo-as com as aranhas myrmecion, nomeadas por Plínio Na Historia Natural. Mas explica que o nome destes animais deriva da facto de irem à caça de formigas como “leões”.
Claude Perrault, nas Memórias para servirem a História Natural dos Animais, recorda estas etimologias para justificar o nome do camaleão. Também ele é um leão a caçar insectos, como as formicaleon a caçarem formigas
Em alguns manuscritos medievais estes seres também aparecem como formigas-cão, tendo em comum a lenda serem incansáveis escavadoras de ouro, matando todo o intruso que dele se quisesse apoderar.



Em 1996, Marlise Simons, num artigo do New York Times, contou que o mistério destas formigas escavadoras de ouro estava resolvido . Segundo a autora, numa região recôndita dos Himalaias, entre a Índia e o Paquistão, o entomologista Michel Peissel e outros exploradores encontraram umas marmotas que traziam para a superfície pedaços de ouro misturados com terra, ao escavarem os seus túneis. Ainda hoje existem índios da tribo Minaro que asseguraram que há gerações que colectam ouro por este processo.
Sendo assim seria às marmotas que Heródoto se referia ao descrever as formigas leão como animais de tamanho superior ao de uma raposa mas mais pequeno que um cão.
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Para seguir os trâmites classificativos da formiga-leão, consulte este site

Carta do Preste João das Índias. Versões medievais latinas, prefácio e notas de Manuel João Ramos, trad. Leonor Buescu, Assírio & Alvim, Lisboa, 1998.
Jorge Luís BORGES, El libro de los seres imaginários, Alianza Editorial, Madrid, 1999.

Druce, G. C. 1923. [Myrmekoleon] or Ant-Lion. Pp. 347-363 in The Antiquaries Journal. Vol. III, No. 4. Oxford University Press, London.

Kevan, D. K. McE. 1992. Antlion ante Linné: [Myrmekoleon] to Myrmeleon (Insecta: Neuroptera: Myrmeleonidae [sic]). Pp. 203-232 in Current Research in Neuropterology. Proceedings of the Fourth International Symposium on Neuropterology. Bagnères-de-Luchon, France, 1991. M. Canard, H. Aspöck, and M. W. Mansell, eds. Toulouse, France.

Simons, Marlise. 1996. 'Gold-Digging Ants' mystery seems solved, after bugging scholars for centuries. New York Times, 25 November.

imagens:
1- um ladrão de ouro a escapar de uma formiga leão, montado num camelo fêmea, enquanto o macho é devorado pelas formigas.De Rebus in Oriente Mirabilibus, a late 10th Century Anglo-Saxon and Latin MS (British Library, London).
2-formiga-leão- bestiário francÇes de Guillaume le Clerc (Bibliothèque Nationale, Paris, MS fr 14969, folio 17).
3-mirmicaleon- mapa-mundo de Ebstorf, c. 1213 et 1373
4-Etiópia- Le Livre des merveilles du monde ou Les Secrets de l'Histoire naturelle. Cognac, Robinet Testard, c. 1480-1485.BNF., Manuscrit sur parchemin (95 ff., 30,5 x 21 cm).
5-Saltério Queen Mary,séc. XIV, (British Library, London, MS Royal 2 B vii, folio 96)
6-marmota
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Se estiver interessado em mais curiosidades acerca de formigas espreite as respostas do Animal ao 1º teste que o Grande Educador lançou na blogosfera

entre um camaleão e uma formiga-leão?






- ambos caçam que nem leões.

Não acredita?

- então espere pelas formigas

{camaleão- Albertus Seba, Cabinet of Natural Curiosities, 1734-1763}

Isle of Skye


[versão Sandy Smith ]

Nando














ver mais Jean Rouch



{clicar na imagem}











Jean Solé, Animaleries

Bomarzo



“El recuerdo de aquellas alegorias gravito sobre mí poderosamente. Años después, cuando conseguí llevar a cabo el Sacro bosco de los Monstros cuya semilla maduraba en lo profundo de mi ser y qye fue el corolário de los Orlandos me surgirió algunas de sus esculturas extrañas, hombres descomunales, dragones y arpías, de modo que si el surrealismo de mi creación – que provoca actualmente el estupor de maestros de esa escuela tan imaginativos como Salvador Dali- debe buscarse en fuentes telúricas como la que prove ela tradición estrusca local, o en homenajes sentimentales como el que suscita el elefatne de Abul, también se li debe buscar en el hechizo que brota de Boiardo y Ariosto, caldeado de genial fantasia. Desde cierto punto de vista, el Sacro Bosque de Bomarzo ha sido, en piedra, lo que Orlando Furioso fue en peregrinas palabras. Uno y otro inician una época, de esa revolución me corresponde y qye los críticos no me han reconocido hasta ahora. Se ha escrito que el Furioso representa, con Boiardo y Pulci, la última forma del interés por la poesía de los paladines. Si, pero además representa la primera forma de otro interés, moderno. Lo mismo sucede con mis estatuas. Un mundo estético nuevo, más libré, aguardo detrás de mis Maravillas, monumento elevado a Orlando, a Ruggiero, a Reynaldo, a Angélica, a Astolfo, a Brandimarte, a Brandamante, a Grifone, a Aquilante, a Fiordiligi, a Atlante, al mago Merlín.”

Manuel Mujica Lainez, Bomarzo, 8ª ed., Editorial Sudamericana, Buenos Aires, 1998.


What Is This Generation Coming To?

trouble... trouble…












Estava a pensar no swing ideológico entre Malaparte e Moravia, na Camille Javal d’aprés Piero della Francesca e no Fritz Lang, reformado, a rodar a Odisseia em Capri.


...Une tragique histoire d’amour dans un décor merveilleux...

(ou num bom programa de férias de classe média baixa, vendo bem)
[clicar na imagem]





















A alquimia como derivação da teoria da matéria e da forma de Aristóteles. A criação divina explicada como uma transmutação de elementos.





















Ripley(?,Alchemical Scroll, Inglatera, séc.XVI

Mais aqui

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Se estiver interessado em saber o que fazia o grande cortesão Sir Henry Lee com o anel pendurado ao pescoço, ou o motivo para faltarem as calças ao primo, basta seguir o link









Marcus Gheeraerts II (1561 ou 2 – 1636) Portrait of Captain Thomas Lee, 1594; Antonis Mor, Sir Henry Lee (1568)


Foi presentinho recebido por mail e é para levar à confiança.

"Recent developments raise the likelihood that not even the oldest boy , who’s age would allow to be held legally responsible for his actions, will have to face trial for murder. In fact the case is being addressed by justice as a case of simple aggression. In Portugal, everything possible is being done to forget this horrible crime - without consequences, actions or legal changes."


É comovedora a generosidade dos lobbys das minorias para todos os gostos. Neste caso particular pressente-se as dificuldades que @s sexo-alternativos encontram para alargar o braço protector às crianças desfavorecidas, entregues a instituições de caridade.
Quem sabe se fosse possível alterar a idade de voto ou acabar com o tabu etário-sexual, talvez o apoio internacional se lembrasse de criar instituições de acolhimento verdadeiramente alternativas. Assim, infelizmente, só lhes resta forçar a lei para os mandar de cana com pena agravada.
É de pequenino que se torce o pepino. Já diz o ditado.

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Jean Solé, Animaleries



um gato abraçado a um rato


um cãozinho a rezar







e um macaco muito atento





Cadeiral de Estugarda (1493)










Vai-lhes ao clã, George!

Às origens, in illo tempore;

aos dinos, que foi aí que o spam começou









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a dança como antídoto do tarantismo ,doença provocado pela mordedura das aranhas de Taranto.



Athanasius Kircher, Phonurgia Nova



a captura do templário












Les Voeux du Paon, 1345/1355, Tournai?(Pierpont Morgan Library. Manuscript. G.24)

agora com minúscula de imprensa

E que não se domestique, como diz o Vasco



Sempre que me lembro do sem-abrigo de Oxford, deitado junto a uma ermida, absorto na leitura do Crime e Castigo, na companhia de um cãozinho de plástico, de pata levantada a apontar para o prato das esmolas, que estes debates sobre a “aversão aos clássicos” me enfadam.


[esta foi a primeira "oxfordiana" do Cocanha. Também tenho direito, ora!]


Não, não se trata de nenhum Hércules de Hendrick Goltzius, nem nenhum Apolo do Jan Harmensz.


Clique na imagem e aprecie o meu santinho proscrito- o santo polifémico, como lhe chama Erasmo, no Elogio da Loucura.
Quando não tinha sereias aos pés, ou aspecto de cinocéfalo e canibal, também aparecia de flor na mão e água até às nádegas, como um Polifemo de Virgílio.
Só admira que Mapplethorpe se tenha esquecido de o juntar às brincadeiras musculadas das memórias maneiristas.


[Henri Lefort des Ylouses (1846-1912)-São Cristóvão, gravura e estampagem, (197mm x 135mm]