Com o teu melhor punho garroteias o tronco peniano para que o fluxo sanguíneo se comprima em torno da coroa da glande. Quando esta se apresentar rúbida e tumefacta, seguras a pele do prepúcio com a ponta do polegar e do indicador e sopras-lhe para dentro..prueeeeeee... conservando-a sempre muito esticada e hermeticamente colada aos lábios, tchuuc..tchuuc, tchuuc..tchuucc... do mesmo golpe, cuspinhando...ptuu...ptuuu... depressa e bem, até que fique cheia como um odre. Tapas muito bem tapadinha e deixas o todo murchar em branda evanescência.
— e o parlamentar?
—Lavrará o seu protesto. É uma questão de tempo. Já lhe falece o ímpeto falocrático, não evita a sofreguidão e acabará por bufar: “Então, amor, não chupas?”.
— E não chupo?
— Não. Era o que faltava. Explicas-lhe, com bons modos, que na China ninguém chupa, que essa prática é mais própria de sanguessugas que de seres finamente civilizados. Neste passo, o tribuno vacila, entaramela-se-lhe a voz, quer gritar pela mãe, mas não pode: tem a minhoca à mercê, escancarada à res publica. A democracia está salva, ou, pelo menos, o que dela resta, na sua grotesca expressão teatral. Que após acesa discussão discussão, dura batalha no hemiciclo, legisla: "o broche chinês, também designado por brochim, devido à sua remota origem asiática, é especialmente recomendado para senhoras ou meninas que não se sentem cativadas pela arte de bem o fazer, ressalvando que os incentivos, que no âmbito comunitário, lhe serão facultados, devem inserir-se numa rigorosa política de desenvolvimento das indústrias de recreio e lazer, pelo que o seu exercício será obrigatoriamente orientado por profissionais altamente qualificadas e com sobejas provas dadas em tão laboriosa e intricada tecnologia de ponta."
A velha puta pode, enfim, sorrir.
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— Quando é que nos voltamos a ver?
— Quando formos suficientemente velhos. Por ora, hesitamos como toda a gente. Aqui entre nós, e não deixa de ser engraçado, o brochim é o broche dos broches, a súmula. Mas esta gentalha nunca o saberá. Para a corja nem uma sede de água.

11 comentários:

Flávio disse...

HA HA HA HA Bem, esta do brochim é antológica. E, a demonstrar o timig perfeito do JCM, a Fausta havia dito na cena anterior que dava "aulas de broche" (sic) lol

Flávio disse...

Soprar para o pirilau como uma trombeta! lol

zazie disse...

ehehehehehe

estes diálogos são uma coisa louca. Já não há quem escreva português assim

Goiaoia disse...

Que delícia...
"Vi" tanto o César Monteiro neste discurso que, no fim, aumentei a foto e tudo. Só para confirmar. Que bem e nobre ele está, de bengala, expansivo e em animada... "quem fala assim como quem escuta".
Mas o texto é seu... Ou num é? Será uma reconstituição?
Este seu último comentário lança-me na confusão.

Goiaoia disse...

Mas, oh Zazie, - aqui entre nós, que já quase ninguém nos escuta - vim cá por motivos mais prosaicos:
«que o pateta do Grass,» (...)
«Ainda que depois passasse a vida com choradinhos e a apontar o dedo moralizante aos outros.»
«pelo mesmo motivo que desagrada um Grass moralistazinho sempre inquisitorial com os outros e na volta nem se enxerga.»

Bom... a ver se nu se chateia com a esta veleidade de lhe prespegar com as suas próprias palavras, até porque, eventualmente estava a citar alguém (apesar de mais uma vez se abster de aspas, mas quem sou eu (o último dos ortodoxos, que já quase nem merece esse nome) para lhe apontar o que quer que seja?
Só não me preocupo muito, a propósito "disto" (de lhe mostrar os seus próprios escritos), porque me parece do foro kármico. Ou seja... já a vi citar pessoas só para passar lustro ao chão. E nessas (e noutras) ocasiões ainda me rio bastante consigo.

[Nunca linquei o seu blogue porque também nunca precisei. Encontro-a invariavelmente, quando me ponho em sessões de leitura de blogues sérios ou muito à séria, e respectivas caixinhas de comentários. É precisamente aí o seu (…) …vá lá, a sua faceta mais cativante, ambiente natural, whatever. Bom. E depois e em sendo caso disso, e após esgotar o assunto - plimfas – lá (ou cá) a visito. De vez em quando. Num me importo de lhe ler duas semanas de seguida: [caos por caos, vou adicionar o seu blogue com o “petit nom“ de O Vendaval.]]

Um seu apreciador,
goiaoia

zazie disse...

Goiaoia,

Obrigada pela linkage, é muita simpatia a sua. Não posso retribuir porque tenho um rodapé inútil.

Quanto a essa hisytorieta do Grass nem imagino porque lhe deu para ir buscar o meu exemplo. Devo ter sido uma das raras pessoas que não fez post sobre o assunto por não achar que havia assunto que o merecesse.

Nesse caso estava a comentar um post do autor e foi mais uma boca ao que ele escreveu. Ele é comparou a certeza e “profundidade” de um amor seu aos 15 anos com uma escolha de fantasia ideológica do Grass com a mesma idade para depois se considerar um puro (e de caminho me censurar os comentários, já agora....) São coisas incomparáveis. Fora acho que ninguém sabe o que é que ele fez por andar lá pelas SS. Se foi por andar mascarado e marchar de braço esticado ao som das Valquírias do Wagner não sei qual é a crise. Há gente muito mais crescidinha que ainda agora se mascara de Hitler pelo Carnaval...

O que disse noutros lugares é que nunca me agradou a escrita dele. E não era agora que ia mudar de ideias. Como também me irrita que se compare ao Céline. Por todas as razões e pela principal que é de ordem literária e sem a menor comparação possível.
Fora isso também penso que ninguém gosta de ser aldrabado por quem passou a vida a apontar o dedinho aos outros e não se lembrou de falar do seu caso.

Mais nada. Detesto todo o tipo de inquisições de pensamento e li por aí as maiores anormalidades (incluindo compararem com terem andado na Mocidade Portugesa – é preciso ser-se anormal para se fazer esta comparação.
...........

os diálogos são os originais do filme,do Vai e Vem do João César Monteiro, claro.

bjs

Goiaoia disse...

estimada Zazie,
(pelo fim) Tenho-me encostado e ainda não vi o derradeiro filme de César Monteiro, do qual sou admirador.
... tarda mas não falha. Mais cedo ou depois, hei-de ver o Vai e Vem.

quanto ao resto, Está coberta de razão. Num gosta num gosta [please, ver Little Boy Blue em http://www.markryden.com/paintings/index.html ]
E, de facto, compreendo o seu espanto. Agora, compreenda o meu. É que do Luís e maizós outros, tudo bem, vou lá pela recriação. Agora de sí (e lamento o reparo, pensando bem nisso, lamento mesmo) num esperava... baterias naquele sentido. A senhora pespega valentes arraiais de porrada, mas costumam ser mais a heito e a torto do que a direito. E desta vez foi a direito, zá-trás pás, foi tudo à frente. Até o Grass - que pronto, num gosta e está no seu legitimo direito -. A ver se num faço disto uma coisa ainda mais comprida do que já está.

Sem ressentimentos, sim?
um abraço

p.s. naqueles dois cómantes que lá deixou?? num vi confusão nenhuma. Este... coude naíme é que às vezes,

Goiaoia disse...

acho muitíssimo bem que não retribua. Acredite que nem tal o esperava. Aliás, francamente... que inveja, há lá coisa mais útil do que um rodapé inútil.

Só utilizo os linques por um motivo. Visitar as páginas que pertendo. Imagino que também pudesse utilizar os "favoritos", hummmm, vou pensar nisso***

Flávio disse...

Ainda a propósito do Grass, talvez tenha havido algum oportunismo da parte dele, nao sei. As verdadeiras razoes para o silencio, assim como para a confissao, ainda sao desconhecidas e calculo que o senhor levará o segredo para a cova. Uma coisa é certa: o nobel nunca lhe teria chegado às maos se isto se tivesse sabido mais cedo.

Flávio disse...

Em todo o caso, eu nestas questoes da culpa sou como o Rei Édipo: quem confessa o que fez, tem direito ao perdao dos pecados e a vida continua (ou 'das Leben geht weiter', como se diz por aqui).

zazie disse...

Há coisas que me ultrapassam- não deve ter havido bicho careta que não tenha feito post acerca do Grass mas agora a mim, que não fiz, por não encontrar grande interesse na questão, é que chateiam (não me refiro a v.s, estou a falar de outros sítios)

Mas antes que fique maior confusão do que a que já anda, posso dizer que comentei no blogue da Carla (welcome to Elsinore).

1- Não imagino o que o sujeito tenho feito enquanto membro das SS na adolescência. Alguém sabe? Alguém conhece factos que tenham sido tornados públicos que ele tenha praticado? Já se sabe que fez parte mas o que importava era saber se usou isso para fazer mal a alguém.

2- Não julgo pensamentos nem convicções das pessoas, pela simples razão que, ao contrário da esquerdalhada, sou pela liberdade de pensamento e não acredito que exista o lado certo da História ou a “superioridade moral” de algumas ideologias.

3- No entanto, sou capaz de julgar o oportunismo de uma pessoa. O Flávio deu um bom exemplo- se ele tivesse dito se calhar não ganhava o Nobel. E sou também capaz de não gostar de hipocrisias de quem passa uma vida com moralismos a apontar os erros aos outros e não se lembra de si.

4- Isto é o oposto do que se tem escrito ao tentar comparar o Grass ao Céline com o argumento imbecil de que “ao menos os Grass arrependeu-se e retratou-se e o Céline não”.

Isto é que é a total imbecilidade do pensamento totalitário e inquisitorial, de quem confunde uma vida coerente e marginalizada pela França com uma hipocrisia laureada.

Quem confunde ideias e pensamentos com práticas. O Céline não tinha nada de que se envergonhar. Foi genial escritor, fez a guerra; ficou mutilado; nunca escondeu as suas ideias, não teve qualquer prática que tivesse de se envergonhar- foi médico de subúrbio e viveu na obscuridade. Nunca ninguém se lembrou de lhe dar um Nobel e se alguém o merecia por comparação com este caso, era ele.
..................
Goiaoia:

claro que nunca existiriam ressentimentos, rapaz!
se há coisa que não suporto são betices. Aqui vale tudo, incluindo insultos. O único limite é a vida pessoal. Já me fartei de dizer isto.

Passei-me também por este motivo (pela betice da preocupação com a imagem e com o engrominanço) eheheh

Manhas de políticos não as aturo nem no mundo virtual.

beijocas