«O mosteiro é um céu terrestre, assim devemos todos ser como anjos» S. João Clímaco (séc. VII) [Escada Celeste]

























Simão do Deserto Castelseprio Santa Maria foris portas
sec VIII-IX


«O deserto é o lugar de uma experiência suprema, uma prova que conduz o homem para além de si mesmo, em direcção ao Anjo ou à Besta, para o Diabo ou para Deus»



Jacques Lacarrière, Les hommes ivres de Dieu, Paris, Fayard, 1975.

O princípio da Hésychia consiste em afastar-se de todo o ruído, porque o ruído perturba as profundezas da alma.













O anti-clímaco de Schiele- arte nas margens, o discípulo- Klimt- impele eros para a violência de tanatos

Egon Schiele, Eremitas, 1912

6 comentários:

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Belo post.

Zazie - apreciei particularmente, e em cojunto com o resto, uma coisa ''sem importância'' que escreveste no Portugal Contemporâneo.
Gostar de limpar o que sujamos.

A propósito de preparações para desertos...

Cumprimentos

zazie disse...

Ahhhh... acho que já sei... ehehehe é mesmo uma reacção à bicho
";O)

obrigada

beijinho

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

É, talvez.
Nestas coisas - é como os bébés, nunca se sabe o que é que é mais à bicho ou mais sufisticado...hehe

Se quiseres ir lá ver, o meu entusiasmo foi grande. :)




Olha, até o sistema dos lamas no Tibete: a verdade é que dantes as monjas não conseguiam tirar tempo para meditação! Porque eram tipo escravas dos lamas. (o que aliás para eles era normalíssimo)

Tinham que fazer esforço brutal para ser possível terem tempo para outra coisa que não o trabalho do levantar ao deitar. Juntavam-se às vezes todas para conseguir darem o tempo para que UMA delas podesse ter algum tempo de retiro e meditação.

Mesmo monges e com tanta bela teoria, não tinham a intuição do ''deixa-nos limpar o que sujamos''.


Acho que tens um belo princípio, mas raro. Eu também sou assim, e sou bicho anormal na selva: também cresci com várias criadas fardadíssimas e elegantíssimas, etc.*

Beijinho

* Das quais aliás, tenho as [pouca][mais] ternas recordações.

Terpsichore Diotima (lusitana combatente) disse...

Heheh, elas eram as angélicas, :)

zazie disse...

aaah! já vi, que simpática, é exagero.

Eu também tenho excelentes recordações das criadas desses tempos. Mas isso já acabou, já não existe essa relação meio familiar.

De qualquer forma, no meu caso há-de ser um boa dose de "bicho" - e inclui nela a demarcação de território, também ehehe
Um tanto à Patricia Hightsmith, mas sem a misantropia.
";O)

zazie disse...

É curioso que é um tipo de assunto que dá direito a apedrajamento na blogosfera. Já o houve, no "Corta Fitas" quando um deles também falou com essa ternura das criadas de outros tempos.
Estes melros burguezinhos politicamente correctos, desataram todos a berrar contra "a escravatura", a "sujeição", o salazarismo, a miséria e não sei mais que palhaçadas.

É sempre assim, dantes era mau porque se chamavam criadas e até eram literalmente criadas em família, com respectiva aprendizagem escolar e "arranjo de casamentos". Já para não falar nas relações que ficavam e que, em muitos casos, até incluiam benefício em heranças (conheço alguns).

Mas eles, estes dos complexos da palavra criadas, hoje em dia são capazes de "empregada doméstica" nem que vivam sozinhos ou em micro-família provisória. Empregada para tudo, incluindo para lhes lavar a banheira... como já assisti, a uma boa comuna- não se podia usar a banheira porque a empregada tinha faltado...

";O)))