Pergunta Desidério, preocupadíssimo com a falta de cientismo de religião lusitana.
A seguir, lamenta-se daqueles ataques positivistas dos colegas que querem apalpar e cheirar o divino, numa quixotesca busca da Verdade, quando ele, como explicou nos comentários, é mais é chouriço e vinho.
«E assim a alternativa é um ateísmo ignaro ou a crendice da Titi do Raposão, que vê a religião apenas como uma espécie de masturbação espiritual, em que cada qual fala da fenomenologia da sua crendice, como se fosse a coisa mais interessante do universo».
Por fim, acaba com uma declaração esperançosa, mas um pouco lenta, acreditando que lá virá o dia em que, de mãos dadas e sem temerem as correntes de ar, vão todos livrar-se destas crenças, em prol das aberturas de espírito.
«Estar disposto a abandonar as nossas crenças mais queridas é a condição de possibilidade da genuína procura da verdade».
Esperemos que não mumifique sentado. Até lá, enquanto a Verdade não aparece, há sempre uma Titi disposta a arrebitar relíquias, que nem o Raposão a desdenharia.
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[imagem adaptada daqui]