Ambroise Paré, que até foi notável cirurgião da corte de Francisco II, desenhou o estranho porco que nasceu em Metz no ano de 1572. Tinha o bicho oito patas, quatro orelhas, cabeça de cão, as partes traseiras separadas até ao estômago e depois unidas num só corpo e mais duas línguas por trás da garganta. De tal modo era o animal que de porco só lhe restava o nome. Ainda assim, diz o autor que o recebeu por “desenho” de um médico de nome Bourgeois, que logo ali o classificou como um porco teratópago.
E fez muito bem porque uns anos mais tarde, o famoso Liceti, autor do tratado das causas e das diferenças entre os monstros [1616, Pádua] logo ali o transformou num porco- voador muito mais fantástico.
Nada que se compare com o estudo de outro fenómeno que o mesmo Ambroise Paré estudou a propósito dos efeitos da varíola nas mulheres grávidas-
Os misteriosos monstros em forma de répteis, extraídos do corpo humano, um deles em forma de serpente saído directamente do útero e que neste caso foi o Ulisses Aldrovandi [Bolonha, 1522-1607] que os pirateou.
Seguindo o fio à meada, ainda que se lhe perca a ingenuidade científica, aqui ficam mais uns.
Do Luigi Serafini, sempre tão elegante e tranquilo por mais bizarro que seja.
E do magnífico Solé que se lembrou de um gafanhoto-multi-usos
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nota: é verdade, o Jean Solé devo-o ao josé que me falou nele!