A propósito da fobia jacobina aos símbolos religiosos, recorde-se as palavras do insuspeito Alexandre Herculano, inconformado com as destruições patrimoniais - “o demónio das devastações dos vândalos do camartelo”- como lhes chamava, a que esse “laicismo” deu grande alento, na época:

“(...) o sangue referve nas veias contra essa ideia fatal, que entrou na máxima parte dos entendimentos, de que tudo quanto é antigo é mau, ou de pouco momento, quando a pior coisa que há é essa ideia dominante da nossa época; a mais ridícula o século que a admitiu; a mais detestável a mão que a traduz em obras, estampando sobre a terra da sua infância a inscrição que o ateu manda pôr sobre a sua campa: — aqui é o «sepulcro do Nada!»”

(Monumentos Pátrios, 1838-39)

2 comentários:

Paulo Cunha Porto disse...

Querida Zazie:
É a horrenda iconoclastia, sempre de fugir, sendo que comportava a agravante de nem ter alternativa espiritual a propor.
Beijocas.

zazie disse...

Pois é Paulo, e é sempre tão igual e tão caricata nas suas paranóias...
mas o que seria deles sem estes figurinos? têm de se agarrar ao pouco que lhes resta e fazer dele "programa".