(Só mais uma cartinha)
No seguimento da Cruzada no Norte de África e da tomada de Lepanto pelos turcos, aparece a espionagem marroquina, que aqui é apresentada pelo rei de Fez, passando informação ao Grande Turco.
No meio de tanta carta, nota-se o dedinho do projecto do Cardeal Cisneros, como anteriormente, na tomada de Granada, tinha havido mãozinha e façanha do homólogo Mendoza.
Como também se percebe que ao “Tarfan de Los Godos”, o panegírico ao monarca não lhe ensombra o sarcasmo.
Diz a certa altura o rei de Fez:
“Nuestras espias andouieron por la hueste delrey de España, y visto su aparato y grandeza de poder, parece que escede a Dario y Alixandre, y a todos los passados en conformidad. Todas sus gentes cristianas, blancos, subditos suyos, grandes principes y perlados, todos vna nacion, hornado de gentes, caballos y armas con ricos atauios de oro y plata, y joyas preciosas, todos parientes, ningund esclauo ni baxo subjeto; grande artilleria ya armada de tierra y mar innumerable"
O turco não se deixa impressionar por tão espantoso quadro e responde-lhe:
"Lo que nos dezis uieron uuestos especuladores del aparato delrey de España mas esfuerza el animo de nuestra caualeria, que tiene en vso partir tales despojos. El grande hornato y riquezas, de huestes nada ayundan para vencer, antes empachan las huestes y dan cobdicia a sus contendores, que desde el poniente fasta el boreal todo lo que circunda la terra.
E termina, em tom irónico, dizendo ao de Fez que, com tanto atavio, esta nobreza castellana “mas aparejada está para fuyr, que para vencer, ni fazer proheza”.
Imagens: Relevos do cadeiral de Toledo (Rodrigo Alemão) c. 1489-1495: bombardeamento a um castelo na conquista do Reino de Granada; entrada dos Reis Católicos em Almeria—D. Fernando, coroado, veste roupa civil luxuosa, leva ceptro e espada a não; D. Isabel, veste amplo vestido decotado, diadema ou coroa na cabeça, e grosso colar com medalha, ao pescoço.
No seguimento da Cruzada no Norte de África e da tomada de Lepanto pelos turcos, aparece a espionagem marroquina, que aqui é apresentada pelo rei de Fez, passando informação ao Grande Turco.
No meio de tanta carta, nota-se o dedinho do projecto do Cardeal Cisneros, como anteriormente, na tomada de Granada, tinha havido mãozinha e façanha do homólogo Mendoza.
Como também se percebe que ao “Tarfan de Los Godos”, o panegírico ao monarca não lhe ensombra o sarcasmo.
Diz a certa altura o rei de Fez:
“Nuestras espias andouieron por la hueste delrey de España, y visto su aparato y grandeza de poder, parece que escede a Dario y Alixandre, y a todos los passados en conformidad. Todas sus gentes cristianas, blancos, subditos suyos, grandes principes y perlados, todos vna nacion, hornado de gentes, caballos y armas con ricos atauios de oro y plata, y joyas preciosas, todos parientes, ningund esclauo ni baxo subjeto; grande artilleria ya armada de tierra y mar innumerable"
O turco não se deixa impressionar por tão espantoso quadro e responde-lhe:
"Lo que nos dezis uieron uuestos especuladores del aparato delrey de España mas esfuerza el animo de nuestra caualeria, que tiene en vso partir tales despojos. El grande hornato y riquezas, de huestes nada ayundan para vencer, antes empachan las huestes y dan cobdicia a sus contendores, que desde el poniente fasta el boreal todo lo que circunda la terra.
E termina, em tom irónico, dizendo ao de Fez que, com tanto atavio, esta nobreza castellana “mas aparejada está para fuyr, que para vencer, ni fazer proheza”.
Imagens: Relevos do cadeiral de Toledo (Rodrigo Alemão) c. 1489-1495: bombardeamento a um castelo na conquista do Reino de Granada; entrada dos Reis Católicos em Almeria—D. Fernando, coroado, veste roupa civil luxuosa, leva ceptro e espada a não; D. Isabel, veste amplo vestido decotado, diadema ou coroa na cabeça, e grosso colar com medalha, ao pescoço.