Os textos certeiros sobre o assunto foram estes
José da GL: A poesia do ensino nacional
«(...)Não deram por isso, uma vez que tinham metido por atalhos e comungam ainda as hóstias sagradas dos princípios básicos dos manuais diversificados, no ensino marcado pelos apelos as ideais que cantarão ainda em vida dos seus seguidores. São novos religiosos da utopia laica.
A autoridade, para estes utópicos, situa-se, como instrumento nefando, no seio da própria sociedade que segrega os mecanismos de exploração que é sempre do Homem por outro Homem. O professor, os pais, a escola, a Igreja ( faltou esta), a tropa e o poder político, são apenas as figuras visíveis da super-estrutura que importa desmantelar para se atingir esse nirvana nunca alcançado, mas sempre prometido aos crentes: o fim da exploração e o da suprema igualdade revista no ideal comunista, anunciado e prometido pelos mestres desse evangelho do Homem Novo.(...)
«(...)Abram os olhos, ó cavernícolas. Larguem a droga, amiguinhos! Há um problema muito maior do que a máquina de ensino funcionar mal: é o haver uma máquina de desensino, de deformação e de perversão a funcionar às mil maravilhas. Com total impunidade, tranquilidade, ubiquidade e ininterrupção; mais a bênção completa das autoridades e o enlevo pacóvio e macacóide dos cidadãos. Uma locomotiva que desensina não apenas os filhos, mas também os pais; não apenas os governados, mas também os governantes; não apenas os alunos, mas também os professores. De que adianta mandar uma equipa de pedreiros levantar uma casa, oito horas ao dia, e, ao mesmo tempo, ter um buldózer dia e noite a escavacá-la? Como entulho artístico, como heteroclise, como absurdo, até poderá ter o seu fascínio, não discuto; mas como civilização, garanto-vos, é o suicídio colectivo. Ninguém precisa de nos atacar. Basta-lhes ficar à espera.(...)»