A inefável Câncio, sembre na brecha -ou na fenda, ou na greta, conforme preferirdes-, insurge-se, mais uma vez, contra o protocolo de Estado. E insurge-se com toda a razão. Faço minhas as palavras dela: «Um documento recheado de salamaleques bolorentos, de "Senhoras de" : "a Senhora de Jaime Gama", "a Senhora de Cavaco Silva", "a Senhora do Doutor Jorge Sampaio", "a Senhora do Doutor Mário Soares", mais "as senhoras dos anteriores primeiros-ministros".»
Se faz algum sentido levaram para um local e cerimonial daqueles as senhoras. É lá sítio para senhoras! Fosse eu um dos eleitos da nação, digo nacinha, e levava mas era as putas. E o Caguinchas, até parece que estou a vê-lo, a mesmíssima coisa. Se não ficava um documento muito mais catita: "a puta ucraniana do Dragão", "As putas brasileiras do Engenheiro Caguinchas", a "brochista a dias de César Augusto", e etc e tal. Aos actuais dignitários, uns pusilânimes timoratos sem emenda, já não peço tanto. Mas ao menos que levassem as amázias. No mínimo, as vaginas de ocasião, ou descartáveis afins. Se não ficava mais bonito, escutem só: "a vagina do Engenheiro Sócrates". Ou então, caso uma tal creditação anatómica soasse a tradicionalismo bolorento, a "goela". A "goela de Fulano de Tal". A "mãozinha marota" ou o "divino nalguedo de Sicrano da Silva"; quiçá a "buraquinho mais apertado de Beltrano de Azevedo". Já para não falar na "dominadora de Coiso da Cunha", ou na "regadora dourada do Doutor Fifi Qualquer da Fonseca". Enfim, todo um mundo de variantes protocolares mais modernas e viçosas que, quanto a mim, era da maior urgência implementar. Quanto ao Cardeal, esse malandro, o protocolo podia talvez consignar "a luva preferida do Cardeal". Talvez assim a fernanda já não se escandalizasse tanto com a sua sacramental presença (...)
é ir lá a correr, ler o resto...