«Gostava muito el-rei D.João III de um preto crioulo chamado João de Sá Panasco; fez-lhe muitas mercês e deu-lhe o Hábito de Santiago. Assistia sempre à mesa de el-rei diviertindo-o com a suas galanterias, e apodando os fidalgos com grande graça. Um dia apodando a todos não fez caso de um filho de certo desembargador do Paço, que também ali estava, o qual de o não agradar como aos demais, lhe perguntou: E eu, Panasco, que vos pareço? Olhou-o ele por cima do ombro, e respondeu-lhe: Vós pareceis-me Fidalgo; dando a entender que o não era. Riram-se todos e o apodado ficou de maneira que antes não ter falado»
(*Citação de Pedro José Supico, Colecção Política de Apotegmos ou ditos apudos e sentenciosos, 1720)