O judeu como homem selvagem, em combates silvestres com os animais.
Ou uma representação festiva dos combates judengas vicentinas, acompanhadas de danças de espadas, idêntica às reminiscências das tradições carnavalescas da Ribeira Brava, na Ilha da Madeira, ou às festas açorianas da Terceira.
As danças mouriscas e as judengas foram inicialmente tradições populares, incorporadas nas festas citadinas e nas procissões do Corpus Cristi.
Com a expulsão dos judeus no reinado de D. Manuel e conversão forçada dos que permaneceram no reino, transformam-se em sátiras aos costumes judaizantes dos marranos. Para tal, adoptam-se teatros dos ciclos carolíngios (auto de Floripes e auto da Turquia), simulando-se combates entre cristãos e hereges, até à derrota e humilhação destes últimos.
Na salva, os figurantes estão vestidos de homens silvestres, combatendo diversos animais com diferentes armas: o arco do simbolismo da queda adâmica, associado aos centauros; a espada da tradição festiva e a lança com que o selvagem que enfrenta o leão.
Esta versão peculiar da judenga silvestre aproxima-a de uma inversão da cristianização do tema dos combates de Hércules contra o leão de Nemeia, colocando em desafio o rugido demoníaco com a barbárie do falso converso.
[clicar na imagem para ver completa]
salva de prata dourada, marca de Lisboa, datada de c. de 1500
Consultar aqui
As danças mouriscas e as judengas foram inicialmente tradições populares, incorporadas nas festas citadinas e nas procissões do Corpus Cristi.
Com a expulsão dos judeus no reinado de D. Manuel e conversão forçada dos que permaneceram no reino, transformam-se em sátiras aos costumes judaizantes dos marranos. Para tal, adoptam-se teatros dos ciclos carolíngios (auto de Floripes e auto da Turquia), simulando-se combates entre cristãos e hereges, até à derrota e humilhação destes últimos.
Na salva, os figurantes estão vestidos de homens silvestres, combatendo diversos animais com diferentes armas: o arco do simbolismo da queda adâmica, associado aos centauros; a espada da tradição festiva e a lança com que o selvagem que enfrenta o leão.
Esta versão peculiar da judenga silvestre aproxima-a de uma inversão da cristianização do tema dos combates de Hércules contra o leão de Nemeia, colocando em desafio o rugido demoníaco com a barbárie do falso converso.
[clicar na imagem para ver completa]
salva de prata dourada, marca de Lisboa, datada de c. de 1500
Consultar aqui
Ver também: Tomaz Ribas, Danças populares portuguesas, Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Biblioteca Breve, 1ºa Ed., nº 69, 1982
José Sasportes, História da Dança em Portugal, Lisboa. Gulbenkian, 1970.
A propósito de selvagens, consultar este post
José Sasportes, História da Dança em Portugal, Lisboa. Gulbenkian, 1970.