terríveis e grotescos

Como tipologias faciais da Rússia czarista e da commedia dell'arte















"Um fotograma não é definitivamente um elemento da montagem. Um fotograma é a célula da montagem”.

S. Eisenstein.
















Who shall ask the moon?
Who shall compel the sun to answer?
Why are you mending night and day?!
Don't you know the past is past?

Mayakovsky


13 comentários:

Harry Lime disse...

zazie,

Ontem à noite vim ao teu blog e fiquei assustado. Felizmente hoje brindaste-nos com esta grandiosa posta.

:))))

zazie disse...

viva tricilcinho!
no outro dia ao tirar o piloto ZAZ apagou-se o comentário. Beijoca sua malandra. Sabes que tentei mandar essas beijocas lá no teu trimm trimmm mas o diabo da janelinha dizia que o meu IP estava na lista negra... fónix! já não é a primeira vez que me acontecem cenas destas

zazie disse...

harry:
foi lindo! the final count down, if you know wha're I mean...
";O))

Anónimo disse...

Olá Zazie.

Depois da música e do baile, agora assusta os teus "clientes"? ;-)

Um jinho pra ti,

Anti-comuna.

zazie disse...

viva rapaz!

pois então põe-te a pau que esta história ainda vai acabar mal...
e só o que te digo..

eheh

";O))

beijocas

Anónimo disse...

"pois então põe-te a pau que esta história ainda vai acabar mal...
e só o que te digo..."

Ainda vêm aí os mais perigosos posts, contra a "reacção"? ;-)

Tenho que pôr à coca. (Salvo seja! ;-))

zazie disse...

só me estou a referir à história "eisensteiniana... só isso...

fónix! nem imaginas como sempre adorei este gajo. E agora ando a revê-lo. Foi a minha iniciação. O meu primeiro emprego em caninita. Projeccionista on the road. Num dois cavalos. Como no "ao correr do tempo" do Wenders ";O)

Agora são só umas imagens na viagem virtual

Anónimo disse...

Ah! Tu eras do "cinema paraíso" ambulante, daqueles que levavam os sonhos aos putos da província.

E é por isso que te viciaste, não é?

(Já alguma vez te incendiou a máquina e tu em pânico à procura de algo para apagar as labaredas? Uma vez soube que um tipo, num cinema de província, em vez de abafar as chamas... Atirou um balde de água para cima da máquina. Estás a ver a cena, não estás? O tipo no hospital devido aos choques eléctricos... Eh! Eh! Eh!)

zazie disse...

ahaha que cena!

mas eu não era propriamente do cine-paraíso. Era mesmo muito mais próxima da história do Wenders. E não passava propriamente para putos, embora uma vez também tenham tido a triste ideia de me convidar para uma coisa dessas. Levei o McLaren e os gajos faziam caretas. Foi aí que tive a ideia de projectar a bobine ao contrário. E a coisa acabou bem.

Mas o que eu passava era também este Eisenstein proibido. Não propriamente por propaganda mas pelo gozo de fazer coisas proibidas num regime perfeitamente idiota.
Hoje ou amanhã posto sobre isso com um testemunho do Benard da Costa.

Agora inesquicível foram as tentativas de fazer travelings num 2 cavalos descapotável e a deslizar em ponto-morto ";O)

Anónimo disse...

Os putos gostaram da fita rolar ao contrário? Eh! Eh! Eh! Eh!

E aposto que não te descoseste e deixaste-os hilariados. :-)

Diz-me uma coisa, se puderes. Como é que conseguias essas fitas? Tinhas que fazer muitos malabarismos, de certeza. É que, ou projectavas para uma audiência selectiva, ou podias muito bem ser apanhada. E olha na província, onde os padrecos, a maioria deles, eram os principais bufos da PIDE...

Sobre o Eisenstein e outros realistas (não confundir com "minha" monarquia! ;-)) há muito que nos devia merecer atenção. Aos tipos da direita como eu! ;-) E atenção que eu não percebo patavina de cinema e cheguei enjoar desta espectacular arte. (Vício da leitura, paragem das outras actividades "sensoriais".) O realismo e o neo-realismo, embora politicamente dirigido, tinha a grandeza de se digirir (nem sempre) e mostrar as grandes e pequenas misérias do povo. Do dito sofredor povo.

Naquele caso foi a carne podre. Mas pelo que diziam os velhos pescadores, quando havia carne era festa, mesmo "bichada". Às vezes as revoltas eram mesmo para fugirem aos açoites e à quase-escravidão a que eram sujeitos os pobres lobos do mar. Já viste a pesca ao bacalhau? 4 horas de sono, 20 agarrados à linha; com uma bucha de pão seco e algum peixe, muitas vezes nem sequer cozido. Se os portugueses, que se orgulham do "seu passado" marinheiro tivessem verdadeira consciência da vida que era a vida de embarcadiço... Isto, ao longo dos séculos, note-se. Porque estas condições miseráveis chegaram quase aos nossos dias de hoje.

Ah! Talvez, hoje, os nossos sindicalistas precisassem de umas sessões de cinema a sério. Mas não do Rambo ou da Guerra das Estrelas, mas filmes deste calibre, os herdeiros de escritores como Vitor Hugo ou, o mais apreciado popularmente, Charles Dickens.

Mas isto já sou eu a inventar... ;-)

Jinhos pra ti e continua. Esses "teus" monstros são os monstros, ainda, de milhões de almas, por esse mundo fora. Infelizmente...

zazie disse...

Viva anti-comuna.
Quanto à primeira questão digamos que parte era legal e outra ilegal. Na altura, a Gulbenkian patrocionava uma coisa que se chamava cinema didático- ligado às escolas, universidades e colectividades. Depois o material existia nas Embaixadas. Refiro-me ao legal, como o maravilhoso McLaren. Fora isso havia bobines ilegais e os tais lençois na parede de que fala o Bénard. No porta-bagagens do 2cvs misturava-se tudo e depois era só ir on the road.
Nunca apanhei com padre no caminho nem tive problemas de qualquer espécie. Era ditadura mas era muito burrinha graças a Deus ":O))

Já as filmagens em ponto-morto... com essas foi por pouco...
com essas e com outras aventuras mas, como sabes, um franco-atirador safa-se sempre melhor.

Quero dizer, safava-se. No bom sentido. Hoje ganha-se a vida de outras maneiras. Os tais "sindicalistas" que o digam...

Quanto ao Eisenstein não era pelo realismo. Espera um pouco que o próximo post é que vai ser bera.
e o último.

Eu avisei-te que a coisa ia acabar mal...

bjs

zazie disse...

Olha, não é por nada, mas a liberdade que se perdeu foi a de uma miudita poder fazer isto on the road sem problemas, de dia ou de noite Essa é que é essa. Por mais “emancipações”, “direitos” e doutrinas que agora se inventem para isto é que já não vão chegar. È o progresso. Modernizamo-nos, era inevitável. Se calhar só lá para os nórdicos ou paragens com meio habitante por km2 é que talvez ainda se conheça o bom prazer de atravessar sozinho e a pé uma cidade durante a noite...

Anónimo disse...

Pois é. Mas olha que é quase em todo o lado. Há que ter preocupações, que isto de bandidos...

Bom, quanto às fitas quer dizer que enganavas os papalvos. Também já estou a ver um GNR enfrascado a meditar se aquilo era subversivo ou não. A coçar a carola e a pensar que aquilo eram só "fitas". E se devia chamar o regedor. Ah! Ah! Ah! Ah!

Fico à espera de mais "dor". Dizem para aí que estimula o cérebro a produzir drogas. Ora, eu pelo-me por uma boa pedrada natural. ;-)

Jinhos pra ti.