quatro agrimensores a traçarem a quadratura
Bertrand Boysset(1355-1415), La siensa de destrar et de La siensa d'atermenar
medição de distâncias com auxílio de astrolábio
Mariano Taccola (1382-1458?)
Quando o desafio era maior e a proposta medir o mundo, a crítica à megalomania não se fazia esperar. Sebastian Brant refere-o na Nave dos Loucos
“Não considero verdadeiramente sábio
Aquele que gasta todo o seu zelo e sentido
A descobrir cidades, países
E parte, de compasso na mão
Para conhece bem a largura da terra,
E a profundidade do mar
(...)Que povos estão nas latitudes,
Se existem, por baixo dos nossos pés,
Também pessoas, ou não existe nada?
Se aí vivem, como se sustentam de pé,
E não caem no ar?
(...) O mestre Plínio acerca disso já dissera
Que é por certo insano
Quem quer abraçar o mundo imenso
(...)Que necessidade tem o homem
de procurar mais alto que ele
sem saber para que isso lhe serve
o que encontrará aí de eminente
quando ignora a hora da sua morte
que corre atrás dele como uma sombra
por mais verdadeira e certa que seja esta ciência
Por isso é um grande louco
quem sonha
que lhe pertencem coisas estrangeiras
que procura conhecê-las directamente
quando o próprio não se conhece
(...) só busca glória mundana
esquecendo o reino eterno”
Uma tremenda injustiça. Assim conseguissemos manter o olhar cor-de-rosa do turista na trivialidade das andanças diárias...