De tanto lidarem com o passado os antropólogos acabam por se convencer que trilham a estrada do futuro. Excluindo o facto da meta não se afigurar paradisíaca, se calhar não estão de todo enganados
Grandeville, Un autre monde, 1844
antes risos que prantos escrever, sendo certo que rir é próprio do homem [Rabelais]
1- A ideia que me ocorre é que só existem duas formas de escapar à História- ou pelo seu desconhecimento ou pelo excesso temporal em que a envolvem. No caso da visão antropológica fogem à história precisamente porque a reduzem a “estruturas” comportamentais fora do curso presente mais significativo.
2-E só por isto vocês os dois lembraram-se de alargar o casamento a mais questões que a mera cena da modo homo.
Falaram em poligamia e incesto.
3- E é aqui que entra o visonarismo de confundir como boa utopia uma ruptura fora do que entretanto já se sedimentou - fora de qualquer conhecimento histórico das suas consequências.
4- O neo-primitivismo é também o pós-modernismo que nos rodeia. Esquecer isso seria disparatado.
A grande diferença está no gosto de fazer de cobaias sociedades totalmente diferentes que as que vocês estudam. Essas pararam no tempo. As outras correm contra tempo para algum lugar que se desconhece.
para un autre monde como ilustrou o Grandville.
O que nunca existe é ponte entre a visão de extrema duração antropológica e a mais byte da moda dos media.
Uns captam muito pouco, outros excessivamente demais. Pelo meio fica a História.
Vamos só fazer uma perguntazinha: porque é que o Bruno está com dores no baixo ventre?
Zazie, como frequento este mastro! que tem sempre umas lindas ilustrações, envio-lhe a morada de um site, que se calhar já conhece:
http://www.coconino-world.com/s_classics_v3/index.html
uma enciclopédia sobre ' narrativa gráfica, muito bom!
não conheço não Alice. Muito obrigada. beijocas
Um dia destes tenho de falar do teu blogue. Ainda por cima nem imaginas o que gosto dos teus personagens. Desde o Independente que não os largo
áh e trata por tu que também tratei
jpt, se te chamei antropólogo por engano sorry. Depreendi do texto. Nunca cusco nada acerca de ninguém da blogosfera por isso o mais natural é trocar tudo. Se te chamasse traficante era pior ":OP
Jpt,
És capaz de ter razão que eu tenho uma visão muito redutora de uma coisa que conheço de forma reduzida mas o que escrevi também não foi uma análise antropolótica.
Creio que nos entendemos todos mal.
Este post foi uma alegoria, por assim dizer. Bastava ter colocado a imagem para exprimir o sentido do que queria dar. Que se caminha para um primitivismo social e a história dos casamentos faz apenas parte desse caminho. A bestialização advém desse triunfo do individualismo onde qualquer um acha que faz, pode e manda.
Concordo até contigo no ponto mais importante- estamos a falar de estruturas sociais e familiares, os seus componentes inscrevem-se em modelos, não faz sentido em falar-se apenas de uns esquecendo outros.
Simplesmente não vejo isso como bom caminho e por isso lhe chamei visionarismo neo-primitivo. E não são os antropólogos os responsáveis- é o mundo que por si só caminha para lá. Quanto muito vocês conhecem-lhes os princípios mais ou menos ingénuos. Eles- os que empurram para lá desconhecem que os fins podem ser bem diferentes.
Espero que desta vez me tenha feito entender mas se não fiz podes voltar a perguntar que eu respondo (não desligo como outros)
...........
e esse teu ponto: ("se se rompe com uma delas devido a um conjunto de revalorações eu acho que isso implica obrigatoriamente a interrogação das outras questões, da mesma forma descomprometida e dessacralizadora." )é importante
Como não vejo os intervenientes a questionar teoricamente nada, parto da ideia que o que lhes importa é a conquista de mais um ponto.
e tu não fazes parte "dos intervenientes".
áh quanto ao dessacralizadora é que não concordo lá muito. Porque dá-me ideia que é mais para sacralizar gay que dessacralizar família ":O)))