No seguimento daquele importantíssimo caso dos beijinhos das teenagers em Gaia, choveram os debates mais extravagantes na blogosfera. Agora (vá-se lá saber a razão...) deram em ligar a coisa à famigerada “homofobia”- neologismo que, só por si, me causa repugnância idêntica às siglas dos ministérios e outras manias em tecnocratês da moda. Não sei porquê mas cheira-me sempre a tacho...
Adiante, o que importa é que tanta se fala em carnavais gay como em descriminações horrendas que deviam ser impedidas por lei- “crime de ódio homofóbico”, como lhe chamam. Pois eu lembrei-me daquela proibição que costumava ter direito a tabuleta nos transportes públicos- a de não ser permitida a utilização dos ditos por pessoas com deformações físicas que causassem nojo ou impressão aos restantes passageiros. Resumindo- homem-elefante não entra!
Alguém sabe se ainda está em vigor?

Não é por nada... mas estava a pensar em ONGs e lobbies e coisa e tal assim politicamente correcta bem cotada na bolsa eleitoral...

11 comentários:

josé disse...

Cara Zazie,
Até que enfim que alguém relembra essa tenebrosa e vetusta discriminação! Se está em vigor não te sei dizer. Apenas posso garantir que há já mais de dez anos que não me impedem de entrar num autocarro da Carris.
Bem hajas.

zazie disse...

aahhahahahaha

Flávio disse...

O que me apoquenta mesmo é a lirismofobia: coloquei no blogue dos carpinteiros uma série de poemas de amor à Joana Amaral Dias e algum malandro apagou-mos todos. Será que o Pina Manique, afinal, não morreu?

João Villalobos disse...

A mim chateia-me é só poder entrar com uma arma de fogo se estiver descarregada. Enfim...eles lá sabem do que eu sou capaz!

cbs disse...

Zazie
Tive fora :)
Oiço a tua música do blog simsenhora.
Só aquilo é que na dá :(

beijocas

PS: o José tem razão, a mim tamém.
deixaram de engalinhar comigo nos autocarros ":)

josé disse...

Ora, acho que a proibição vinha de uma regulamentação que os Governos Civis podiam dantes fazer e que se chamava Regulamento do Distrito de ...ou coisa que o valha.

Cada distrito tinha o seu e era coisa digna de se reler- alguns deles, claro.

Provavelmente, esse de que fala a Zazie tinha aplicação específica em Lisboa, e não admira muito se lá houvesse qualquer coisa que tivesse a ver com escarradeiras em tascas. É que as havia. Do tempo da tuberculose e coisas assim.
Agora também há- em caixas de comentários de certos blogs...com já comentei em tempos.

Eu sou um josé diferente do que acima comentou. Escrevo na Loja. Mas não faz mal. Chapéus há muitos, também.

josé disse...

Um dos regulamentos que li e posso transcrever umd ia destes, ia ao ponto de descrever com minúcia o comprimento do aguilhão para tanger os bois de carga...e outras singularidades.

josé disse...

Bois de carga, quer dizer, os bois dos carreteiros.Uma profissão que ainda nos anos sessenta existia.

zazie disse...

áh! o josé, o nosso josé que me apetecia chamar por outro nome mas não posso. Obrigada pelo esclarecimento. Também não sei se existia noutros locais mas lembro-me que incluía doenças transmissíveis e maleitas que causem repulsa física aos outros passageiros. Dava ideia que era coisa que vinha da daí, da tuberculose e até da lepra. Só não sei quando foi retirado do ponto de vista legal. Digo isto porque também me contaram que ainda há pouco tempo continuava activa uma multa pelo uso de bikini na praia.

josé disse...

Foram retirados de circulação apenas porque algumas normas incríveis desses regulamentos foram julgados inconstitucionais, como seria óbvio.

Mas perduraram durante anos a fio.

A dos aguilhões das varas de tanger bois...é de antologia.
E esses regulamentos que eram de polícia e articulados nos Governos Civis, continham normas de protecção aos animais.
A história dos aguilhões é por isso mesmo.
Ainda me lembro dos carroceiros que acarretavam em carros de bois reforçados, as cargas de lenha e de outras mercadorias.
Os carroceiros chamavam os bois pelo nome- literalmente: Ó marelo( contracção de amarelo)! Ó pisco( cornos grandes...).

Ahahahahaha! Anos sessenta. Eu pequenino, mas lembro-me bem. Gente boa, os carroceiros. Duros como o aço.
Alguns gostavam de vinho, mas tinham uma ética que já não se vê.

VIu no outro dia o Lobo Antunes na Gare do Cais do Sodré ( ou por ali...) a chamar o impedido que andou com ele(s) no Ultramar?
"Ó POntinha"! E o POntinha lá veio ao pé dele, desvanecido por estar junto a um tipo célebre que até escreve livros!
O POntinha merece o meu desvelo de humanidade. Porque simples, percebe-se que a amizade pode fazer-se seja com quem for, desde que haja humanidade entre as pessoas.
FOi isso que vi naquela cena. Gostei.

zazie disse...

boas histórias josé! boas histórias!